Tecnologia Wave Garden para ambos os projectos Tecnologia Wave Garden para ambos os projectos Wave Garden sexta-feira, 11 julho 2025 22:53

Piscinas de Ondas em Portugal: Dois Projectos Avaliados entre 40 e 100 Milhões Podem Transformar o Surf Nacional

Tiago Pires fala à Surftotal sobre os projectos avançados em Cascais e Óbidos e o impacto estrutural que estas infraestruturas poderão ter no surf português.

 

“Vamos conseguir controlar o incontrolável”, disse Tiago Pires à Surftotal, durante o primeiro episódio do podcast "o Pulsar do Surf" referindo-se às vantagens das futuras piscinas de ondas em solo nacional. No 1º episódio do podcast Surftotal, o ex-top do Championship Tour revelou detalhes sobre dois projectos ambiciosos que poderão marcar uma nova era para o surf em Portugal.

Dois projectos, mesma tecnologia

Portugal prepara-se para acolher duas piscinas de ondas artificiais de grande escala — uma em Óbidos e outra no concelho de Cascais, junto a Oeiras. Ambas irão recorrer à mesma tecnologia e estão, segundo Tiago Pires, “em fases bastante avançadas a nível de arquitetura e especificações técnicas”, embora nenhuma tenha ainda iniciado obras. Cada estrutura terá um tempo estimado de construção de dois anos.

“Infelizmente, surgem quase ao mesmo tempo e com a mesma tecnologia de ondas”, lamenta Tiago, que está ligado ao projecto de Cascais numa vertente mais consultiva. A construção de cada uma destas infraestruturas poderá oscilar entre os 40 e os 100 milhões de euros, dependendo da escala envolvente — se contempla, por exemplo, um hotel ou outros ativos imobiliários.

Surf, negócio e território

Tiago não esconde a sua visão crítica sobre o lado imobiliário associado a este tipo de infraestruturas:

“Já não é só surf, é real estate, é negócio. Está a valorizar o metro quadrado do terreno.”

Ainda assim, destaca o valor que estes equipamentos trazem à comunidade surfista, permitindo treinos a qualquer hora, campeonatos com condições garantidas e até o desafogo de crowd no mar, num contexto onde a pressão turística se tem intensificado.

“Vamos poder organizar sessões à hora que quisermos. Vamos desobstruir um bocadinho o oceano”, afirma, apontando também para a possibilidade de realizar competições com condições controladas:
“Quantos campeonatos já morreram na praia por falta de ondas?”

Oportunidade ou risco?

Apesar do entusiasmo, Tiago Pires deixa um alerta:

“Não gostaria nada de ver uma piscina de ondas que faliu e que virou um bloco de cimento abandonado. Portugal tem de saber organizar-se neste novo panorama.”

Para o ex-atleta, o sucesso destas piscinas dependerá de uma comunicação estratégica, planeamento sólido e integração com a cultura e a economia local.

“É um passo grande, que tem de ser bem comunicado.”

Surftotal acompanha 

A Surftotal irá continuar a acompanhar o desenvolvimento destes projectos, com especial atenção ao impacto que poderão ter na formação de atletas, na indústria do surf e na sustentabilidade das zonas costeiras e interiores.

 

Assiste ao testemunho de Tiago sobre este tema no vídeo abaixo:

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