Sétimo dia dos ISA, a participação dos Portugueses, a desistência Norte Americana, Brasileira e afins
Ontem ficou concluído o sétimo dia de competição dos ISA World Surfing Games, em El Salvador e foi uma jornada bastante intensiva...
....Também foi o dia do adeus à competição da nossa Selecção, com as participações da Francisca Veselko e do Frederico Morais.
Começando pela Francisca, é espetacular ver a garra e vontade que disputa todos os heats, uma atitude digna das melhores do Mundo. Até ao dia de ontem, esteve simplesmente brilhante, passando todos os heats com enorme distinção, mas com o avançar da competição as adversarias foram subindo a fasquia e isso foi bem evidente no primeiro heat do dia, composto pela Francesa Johanne Defay, a Australiana Sophie McCulloch e a Alemã Rachel Presti.
O Mar estava com condições fisicamente exigentes, dificultando o posicionamento das atletas e encontrar as melhores ondas também não foi uma tarefa fácil.
Kika Veselko Heróica - ISA
Mesmo assim Johanne Defay conseguiu desde o início, a liderança e controlo do heat. Desta forma o objectivo de Francisca passou a ser garantir o segundo lugar e respectiva passagem para a próxima ronda. E conseguiu manter essa posição durante a maior parte do tempo, contudo, na sua última onda não conseguiu finalizar a derradeira manobra o que comprometeu o score e permitiu à Australiana ficar com a prioridade e aproveitar a oportunidade, o que se confirmou. Infelizmente não foi possível ver a última onda da Sophie, estava a ser transmitida a entrevista da vencedora do heat anterior, Sally Fitzgibbons, mas aceitamos a nota conseguida.
Além do cansaço e de uma lesão, é possível que este heat tenha tido algum impacto na confiança da Francisca e isso refletiu-se no heat seguinte.
O heat foi disputado com a Costa-riquenha Leilani Mcgonagle, com a Canadiana Erin Brooks e a Nicaguarense Candelaria Resano. Passou em primeiro a Leilani, que optou por um posicionamento e escolha de ondas diferente das demais, fazendo as melhores pontuações nas esquerdas. Em segundo ficou a Erin Brooks e Francisca não foi além do quarto lugar, fruto mais uma vez não ter conseguido completar as últimas manobras das suas ondas.
Foi a melhor representante da Selecção Nacional, serviu para ganhar experiência e motivação para futuros sucessos desportivos.
Quase 24 horas de vôo da Austrália para Portugal e 3 dias depois um vôo de cerca de 24 horas para El Salvador:
Os atletas Portugueses que competiram na Austrália na etapa do Challenger Series, ou seja, Veselko, Hopkins e Bonvalot (Morais optou por ir num vôo diferente), vieram a Portugal por forma a apanharem o vôo da selecção nacional para El Salvador.(Gui Ribeiro apesar de não estar no CS também se encontrava na Austrália). Esta situação, apesar de ter sido circunstancial, poderá também não ter ajudado na prestação destes surfistas Portugueses, já que após uma longa aventura entre as três viagens, Austrália, Portugal e El Salvador, de noites mal dormidas entre e durante voos, o jet lag e também o inicio da competição logo no dia 31 de Maio, fez com que potenciasse um cansaço extra.
Este poderá vir a ser um factor a ter em conta e a melhorar em futuras participações Portuguesas nos eventos dos mundiais ISA, por forma a optimizar as respectivas prestações e classificação final de Portugal.
As ondas estiveram com tamanho e havia bastantes correntes durante a competição. ISA
O ultimo resistente da Selecção Nacional foi o Frederico Morais, que não precisou de disputar o primeiro heat do dia, devido à ausência dos Brasileiros Gabriel Medina e João Chianca.
Assim avançou para a ronda seguinte onde competiu com o Francês Kauili Vaast e o Canadiano Cody Young. A tarefa não era fácil, mas Frederico é um competidor exímio e não virou as costas à luta, sendo o surfista que fez mais ondas neste heat. Todavia Kauili esteve durante todo o dia muito inspirado, tendo feito a melhor onda da competição no heat anterior, 9.43 (em 10 possíveis) e manteve o ritmo com duas ondas excelentes, colocando os adversários praticamente em combinação. Morais fez também uma onda excelente de 7.8 pontos, mas infelizmente faltou uma segunda onda forte, resultando na eliminação pela margem mínima, obtendo uma pontuação final de 11.73, contra 12 pontos do Cody Young.
Frederico Morais manobra muito forte durante a sua melhor onda - ISA
Desta forma, chegava ao final a participação da Selecção Nacional.
Atletas das equipas Brasileiras e Americana sem comparência aos heats:
Além da participação da Selecção Nacional, as participações do team USA e Brasil chamou a atenção, não tanto pelas performances, mas pela ausência delas. Esta situação não está relacionada com o valor dos atletas das referidas Selecções, mas é fruto de algumas incoerências dos critérios para a atribuição das vagas Olímpicas para os vários continentes.
Tendo em consideração que a experiência Olímpica do Surf está a dar os primeiros passos é compreensível que haja algumas arestas a limar no futuro.
João Chianca não compareceu no seu heat - ISA
França muito forte e Perú e Japão dão nas vistas:
Por outro lado, no dia de ontem, as participações das Selecções do Japão e do Perú não passaram despercebidas em ambas as categorias, tal como França que de destacou bastante na competição feminina.
A bonita surfista Peruana Sol Aguirre tem vindo a encontrar-se com as ondas - ISA
À margem das disputas competitivas, o momento proporcionado pela Sally Fitzgibbons e pelo team Ucrânia demonstra bem a importância do Espirito Olímpico e da Paz e Harmonia entre todas as Nações. Uma imagem vale mais que mil palavras.
Mahalo!