Como é que o “fã de surf” lida com as mudanças dos atletas de marcas?
A razão pela qual Griffin Colapinto passou da Billabong para a Quiksilver...
O mundo do surf tem assistido a agitadas variações nos últimos anos relacionadas com a mudança de patrocínio dos atletas profissionais.
Vamos ser sinceros, alguns de nós, meros mortais, temos uma percepção da marca que suporta os nossos heróis, quase como se de um clube de futebol se tratasse.
Vemo-nos por isso influenciados, de uma forma ou de outra, por este estranho poder que é, um logo estampado no nose de uma prancha.
Os ferozes adeptos das Marcas:
Todos conhecemos ferozes adeptos da Billabong, os que nunca desistirão da Quiksilver, ou os ferrenhos da Rip Curl, O’neill, Hurley etc. E com certeza teremos ainda algumas figuras mais old school que se calhar são partidárias do símbolo do relâmpago amarelo: a lightning bolt; que terá sido provavelmente a primeira marca de surf com impacto global.
As marcas são também símbolos da nossa cultura. Elas sabem disso, e é por isso também, que têm tido tanto sucesso.
Mais recentemente o californiano Griffin Colapinto, grande vencedor do Meo Pro Portugal (ver aqui) 7º no ranking mundial em 2022, foi protagonista de uma destas grandes mudanças. Depois de anos a surfar pela Billabong, assinou um contrato com a Quiksilver no passado dia 3 de Novembro, tal como reportado pela SurfTotal aqui.
A Billabong e Quiksilver e etc:
Tempos houve, em que a Billabong e a Quiksilver eram diâmetros opostos – quase que como inimigos “mortais” - daquilo que representavam no mundo do surf. Não é preciso ir mais longe: a maior rivalidade de todos os tempos entre Andy Irons e Kelly Slater terá sido a epítome máxima desse fenómeno.
O surf profissional tem vindo a assistir a uma verdadeira revolução no ajuste do seu modelo comercial, e numa jogada sem precedentes na indústria, a Billabong adquire, em Janeiro de 2018, a Quiksilver, que atravessava dificuldades financeiras, pelo montante de 198 milhões de dólares. Juntaram-se ambas sob o consórcio Boardriders, também detentor de outras marcas de surf, que por sua vez é detido pelo fundo de investimento americano Oaktree Capital.
Ora numa das pontas deste espectro estão os atletas profissionais, cujas carreiras e sustento profissional depende das marcas. Vêm-se assim, para o bem e para o mal, inevitavelmente afectados com todas estas transformações.
Agora quais os verdadeiros motivos que levaram Griffin a mudar da Billabong para a Quiksilver, não sabemos.
Mas podemos pressupor que, estando a Billabong e a Quiksilver dentro do mesmo conglomerado, podia ser conveniente para a Quiksilver trazer um atleta de alto nível de forma a dar algum fôlego à marca uma vez que, desde que perdeu Jack Robinson para a Volcom, dependia apenas de Kanoa Igarashi, para figurar no top10, e ser potencial campeão mundial.
O que dizem os media próximos da Industria de Surf Norte Americana?
A Jornalista Tiffany Montgomery do site shop-eat-surf.com, afirma que Griffin estaria à beira de assinar um acordo importante com uma grande marca de bebidas energéticas, e que isso implicaria ter que usar o boné dessa marca, algo que alguns atletas fazem. Ao que tudo indica a Billabong não aceitou essas condições, ao passo que a Quiksilver sim.
O novo Global General Manager da Quiksilver, Brad Blankinship, comentou então a chegada de Griffin à equipa, da seguinte forma:
“O incrível carácter, talento e determinação de Griffin Colapinto é inspirador”(…)”Ele é uma parte essencial da equipa que ajudará a liderar a Quiksilver para o futuro.”
Como é que o “adepto de surf” lida com estas mudanças, e como é que afecta a sua lealdade às marcas?
A grande pergunta que fica é, como é que o “adepto de surf” lida com estas mudanças, e como é que afecta a sua lealdade às marcas? Será que trocar a Billabong pela Quiksilver é o equivalente no surf a trocar o Real Madrid pelo Barcelona?
A única coisa que sabemos, é que estamos incrivelmente entusiasmados para ver Griffin Colapinto a mostrar todo o seu espantoso potencial dentro de água.
Se quiseres saber mais sobre quem é Griffin Colapinto, recomendamos o visionamento do filme DNA: The Collapinto Brothers abaixo: