Salty Madeira Surf School- um projeto que se tornou num modelo a seguir!
Belmiro Mendes, freesurfer há mais de 20 anos, é o fundador desde grande projeto
A Salty Madeira Surf School é muito mais do que uma escola de Surf. É um projeto com serviços personalizados e adaptados às necessidades de cada pessoa, porque cada surfista é um surfista!
A Surftotal esteve à conversa com Belmiro Mendes, para conhecer um pouco melhor a sua história como surfista e como fundador e instrutor deste projeto.
És o fundador do projeto Salty. Fala-nos um bocadinho desta iniciativa, como e porque surgiu, quais os objetivos e atividades que proporciona…
A Salty surge através de um desafio feito pela minha esposa para criação de um projeto à minha imagem. Há já a algum tempo antes da criação da Salty, questionava-me se não seria possível juntar o útil ao agradável e criar uma escola de Surf que, de certa forma, viesse a preencher uma lacuna existente na maneira como se ensina o Surf. Sempre existiram escolas de Surf, mas nunca houve uma verdadeira preocupação com a qualidade do serviço prestado pelas mesmas (pelo menos cá). Notava-se um certo desleixo e falta de profissionalismo. É aqui que a Salty Madeira Surf School entra, num nicho de mercado de pessoas que procuram “qualidade de serviço em vez de quantidade”. A Salty é criada com o objetivo único de proporcionar aos seus clientes um serviço de pessoa para pessoa, de surfista para surfista, de amigo para amigo, um serviço personalizado e adaptado a cada um. É lançada com máximos reduzidos por grupo e nas modalidades de Surf, Bodyboard e Stand Up Paddle.
Podes ficar a saber mais sobre a Salty aqui
"Nós viemos criar standards que, hoje em dia, são exemplos e são seguidos por outras escolas"
As aulas de Surf poderão recomeçar a partir de Abril. O que podemos esperar da Salty Madeira Surf School adaptada às medidas de segurança?
Aqui, na Região Autónoma da Madeira, desde o passado ano, no mês de Julho, sempre pudemos trabalhar, graças às medidas que foram tomadas a tempo pelo nosso governo. É claro que o mercado tradicional esteve mais fraco, pois as restrições a nível mundial levaram a que houvesse uma menor procura. A Salty tem por filosofia grupos pequenos e atenção personalizada e redobrada, assim sendo o que tivemos que fazer foi ter a formação que a Federação Portuguesa de Surf fez para todas as escolas a nível nacional, adaptada ao Surf, e seguir as normas gerais criadas pela DGS. Para nós, a realidade sempre foi grupos pequenos, o que torna mais fácil seguirmos as regras e garantirmos a segurança de todos os nossos clientes.
Sendo tu um freesurfer há mais de 20 anos, de onde surgiu essa vontade de ensinar e de tirar o curso para ser instrutor?
A paixão pelo mar nasce comigo, filho de pescador logo de pequeno e do que me recordo sempre no mar. Eternamente apaixonado, costumo dizer aos meus clientes que me sinto melhor dentro de água do que fora dela… desde Surf, pesca, caça submarina, etc… se "mete água", eu estou dentro! O Surf surge, de certa forma, como “salvador” de um destino incerto, através de surfistas que me ajudaram e guiaram para que fosse “alguém”. Devo muito a três nomes do Surf nacional: Tiago Oliveira, Miguel Fortes e Tó Gama (e a muitos outros que ainda hoje o fazem). O que há de mais bonito na vida se não passar aos outros o que mais gostamos e o que mais nos faz bem? Quando vejo um aluno a pôr-se de pé pela primeira vez, ou a fazer algo que nunca tinha conseguido, faz-me sentir realizado e de certa forma sinto quase como se fosse eu a surfar (não vou dizer que é igual, mas muito parecido).
O Curso de Instrutor surge mais ou menos de forma natural. Por lei, é obrigatório todas as escolas terem pelo menos um instrutor devidamente certificado pelo nível II e eu, como tenho a Salty, tenho que ter. Quando se fala em qualidade de serviço, fala-se em experiência, anos de surf, feeling, mas, a par de tudo isto, não podemos deixar de falar em formação. Afinal de contas, quando estudas, a tua vida toda desde criança é para teres formação necessária para o fim que escolheres.
Venceste o PAUL DO MAR OPEN em 2016. Continuas a participar em campeonatos regionais?
Nunca fui muito competitivo nem bom em competições, fiz algumas na minha vida, mas nunca foi a parte que mais me levava a fazer Surf. Julgo que esse campeonato, se não foi o último, deve ter sido dos últimos e quando se fala do Paul do Mar, fala-se numa oportunidade única de surfar, com apenas mais três pessoas, uma onda tubular de qualidade mundial. Até nos dias de hoje, apesar de não gostar de competir, voltava a entrar, só por essa oportunidade. Alguém que diga que não?!?
Nasceste na Ilha da Madeira, na freguesia de Jardim do Mar. Como é esta onda e o que mais gostas neste pico?
Jardim do Mar, o melhor sitio do mundo para se nascer e crescer! A onda é mística, ainda não conheci ninguém que me tenha falado dessa onda sem, de certa forma, tremer a voz, seja de respeito ou de vontade de lá ir. Para mim é muito especial, aprendi a surfar e evoluí nela, passei por maus e bons momentos. Onda de qualidade mundial, forte e com tudo o que um surfista quer. Dá-nos de tudo, mas, essencialmente, Surf de linha rail para rail.
Belmiro Mendes foi um dos surfistas que esteve presente nesta sessão captada pela Surftotal, a 2 de Março, juntamente com Orlando Pereira, Adriano Longueira, Abilio Pinto, entre outros.
Como é a Ilha da Madeira para os diferentes níveis de surf? Que picos aconselhas para cada um (iniciado, intermédio e avançado)?
A Madeira tem de tudo e aceita desde iniciados a prós e até kamikazis. Julgo que a ilha da Madeira é fácil de explicar: aqui, iniciados e intermédios surfam nos mesmos spots: Porto da Cruz, Machico e Seixal (atenção que nem sempre é possível).
Prós e Kamikazis nos restantes picos. Não me levem a mal a palavra Kamikazi, mas por cá é o que se vê com frequência, pessoal sem noção e sem amor ao seu próprio corpo!
"Um apelo à comunidade surfista: Serão sempre bem vindos, mas não se esqueçam de respeitar quem cá vive o ano todo. Nunca façam aos outros o que não querem que vos façam, assim sendo respeitem os locais e serão respeitados!"