Cerca de 72% do nosso planeta é coberto por oceanos e mares e é aqui nesta imensidão azul, da qual apenas sabemos tão pouco, que nos conectamos com nós mesmos e com o mundo que nos rodeia a um nível quase indescritível.

Como surfistas vemos no mar um local de pertença onde nos sentimos livres e limpamos o espírito e a alma. Conectamo-nos emocionalmente com a água de forma profunda e simultaneamente subtil e conseguimos sentir os seus efeitos a nível físico e emocional após uma sessão de surf.

Quantos de nós já não sentimos o stress de um dia de trabalho desvanecer do nosso corpo após uma surfada?

O mar é o nosso santuário, o local onde rejuvenescemos e libertamos o stress, e o surf permite-nos aceder a partes de nós mesmos que muitas vezes desconhecemos, desafiar-nos e levar-nos a lugares onde nunca pensámos que poderíamos chegar.

Uma única surfada tem o poder de alterar a nossa mente, a nossa percepção do mundo à nossa volta de uma forma positiva e empoderadora, de nos inspirar, rejuvenescer, fortalecer e relaxar.

Sarah Gerhardt, professora de Físico-Química e surfista de ondas grandes conhecida por ter sido a primeira mulher a surfar a onda de Mavericks em 1998 é a prova viva de como o surf tem a capacidade de alterar o nosso estado de espírito, como afirmou à National Geographic em 2018.

“O surf de ondas grandes força-me a desafiar-me, o que me ajuda a desafiar-me na ciência”. Disse Gerhardt . “Eu era definitivamente uma estranha na faculdade de ciência, por ser mulher e talvez não tão preparada quanto os outros alunos. Eu tinha vários empregos e tinha sido uma criança muito, muito doente, então não estava a par de toda a matemática de que precisava. Mas eu surfava essas ondas enormes, sozinha, nas condições mais loucas e selvagens, e depois voltava para a escola e sentia-me pronta para enfrentar qualquer coisa.”

Vivemos num planeta azul. O mar e os oceanos são o coração do nosso planeta. A água tem o poder de atuar sobre nós tanto física quanto emocionalmente e o surf consegue elevar essa experiência a um nível ainda mais profundo, mostrando-nos que a modalidade é muito mais do que um mero desporto.