Frederico Morais a rasgar as direitas de J-Bay. Frederico Morais a rasgar as direitas de J-Bay. Foto: WSL/Tostee quarta-feira, 04 julho 2018 11:48

Nono lugar para Frederico Morais na África do Sul

Português afastado por dupla de australianos no Round 4… 

 

Expetativas em alta para o terceiro dia de competição do Corona Open J-Bay - a sexta etapa do World Tour. Bem, e com razão! Depois de terminado o Round 3, que contou com confrontos incríveis e desempenhos de grande destaque por parte de Wade Carmichael (8.57), Filipe Toledo (8.50), Kanoa Igarashi (8.83), Gabriel Medina (9.30) e Griffin Colapinto (9.57); eis que a prova entrou no tão aguardado Round 4. Entre o restrito grupo dos 12 surfistas ainda em prova encontrava-se o português Frederico Morais. 

 

 

Pela frente o português tinha dois surfistas australianos, Wade Carmichael, um dos rookies do Tour que já deu provas do seu valor, e Julian Wilson, nada mais nada menos do que o atual líder do ranking. E é precisamente Julian que começa por marcar o ritmo neste que se veio a revelar um intenso e competitivo Heat 2 - uma primeira onda com várias curvas, bonita, mas que recebe apenas 3.50 pontos.

 

Mais pacientes e criteriosos, Morais e Carmichael parecem ter adotado a mesma estratégia e não arrancam em qualquer onda - aguardam as melhores e as maiores. Depois de um período de espera, Morais arranca finalmente… mas acaba “travado” a meio caminho pela entrada de Wade na onda (o aussie tinha a prioridade e força o português a abandonar a sua onda inaugural). 

 

“Sem problema”, deve ter pensado Kikas que, segundos mais tarde, arranca um 7.50 pontos (num máximo possível de 10 pontos) do painel de juízes e avança ao segundo posto. Fez lembrar a performance do ano passado, quando ficou em segundo lugar neste evento e revelou como é preciso surfar para conseguir passar heats em Jeffreys Bay. Foi uma onda com tudo a que tem direito exceto a finalização competente na junção. 

 

A 15 minutos do final, com mais ondas surfadas, Wade Carmichael encontra-se confortavelmente em primeiro lugar, com 6.33 e 6.67 pontos. Em segundo está Frederico Morais que, mesmo sem um grande backup (3.20 pts), deixa o camisola amarela em terceiro lugar e em maus lençóis. Julian Wilson precisa agora de 5.38 para garantir os lugares de qualificação e passar aos 1/4 de final. 

 

Não é definitivamente um grande requisito, até é passível de ser conseguido com um único manobrão, mas há que encontrar a onda certa, a oportunidade e o momento. É preciso, sobretudo, deixar que a ansiedade não tome conta da situação. Com a posse da prioridade e a cerca de 7 minutos do fim, Wilson parece, diga-se, calmo e concentrado… mas também tem que ser mais seletivo nas ondas em que opta por seguir - a sua melhor nota até ao momento é um 5.33. 

 

Na troca de ondas que se seguiu entre o trio de competidores esteve definitivamente melhor Wilson, que alcançou 8.33 pontos, uma onda que atacou de uma ponta à outra, fez a diferença nos instantes finais e acabou por ser a melhor do australiano, atirando-o mesmo para a liderança do Heat. Aliás, de terceiro para primeiro lugar!

 

Já Frederico ainda registou 5.40 pontos e melhorou o backup, mas ficámos com a sensação que a onda foi pontuada por baixo. Talvez o surfista português merecesse um pouco mais de score - na verdade dois juízes dão 5.70, um 5.50, um 5.00 e um outro 4.70. A média acaba por ser insuficiente, Frederico Morais fica a 10 centésimos de ponto de seguir em frente e desce ao terceiro lugar (a precisar de 5.50 pontos). 

 

A última de Carmichael, 6.17 pontos, acaba por não entrar nas contas das duas melhores, mas já nem era precisa uma vez que o resultado final estava encontrado e o Heat termina segundos depois com o português a despedir-se da rainha sul-africana em nono lugar - o segundo melhor registado esta temporada, depois do 5.º em Bells Beach, que deve ajudar a subir uma posição ou outra na tabela mundial. Frederico chegou à África do Sul na 21.ª posição do ranking, mas deve regressar ao top 20 mundial após o Open J-Bay.

 

A próxima etapa do World Tour, a sétima de 11, vai acontecer em agosto, de 10 a 21, na mítica onda tubular de Teahupoo, no Taiti. Frederico Morais vai tentar fazer melhor que em 2017, quando perdeu na 2.ª ronda do evento da Polinésia Francesa.

 

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