Willian Cardoso e a forma diferente de se vender
A aposta em sponsors locais…
Willian Cardoso é um dos rookies da temporada no Championship Tour 2018. O veterano surfista brasileiro, de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, de 32 anos, conseguiu a vaga para a elite mundial após doze anos de competição na Qualifying Series.
A história de 2017 do “Panda" já foi contada de diversos ângulos, mas ainda não terminou. Em vez de apostar na procura de marcas core do surf, que desde há alguns a esta parte lidam com budgets muito limitados e estão a dispensar em vez de contratar, o brasileiro optou por ser o administrador da sua carreira ao dar preferência a um conjunto de marcas locais do Estado de Santa Catarina.
Na verdade, no que diz respeito a esta decisão, podemos dizer que venceu o conceito de "pensar globalmente, agir localmente”. Uma coisa é certa, Willian garantiu a segurança financeira necessária para o projeto da elite ser concretizado.
Acontece que a carreira do Panda é repleta de histórias marcantes que têm vindo a marcar e têm criado visibilidade por onde este passa. A Praia Brava de Itajaí, por exemplo, que é o seu palco principal de treinos quando se encontra por casa, está intimamente ligada à sua carreira.
- Em Saquarema, a treinar para o Oi Rio Pro. Foto: Caique Silva
Talvez por isso não seja de estranhar que o seu principal patrocinador seja a marca de roupa Santacosta - que nasceu precisamente na Praia Brava, Sta. Catarina. A parceria consiste numa linha de produção de roupas e produtos com o seu nome que o acompanham pelo World Tour.
Além desta, também o Brava Sushi (cadeia de restauração), a Snapy Surfboards, a Anasol (protetores solares), Criciúma Santa Luzia Moldings (reciclagem, revestimentos e moldes) e a franquia Sox Brasil apoiam Willian Cardoso e fornecem o suporte necessário para que este participe em todas as etapas do CT. Tudo marcas locais, oriundas da Praia Brava, Santa Catarina.
No ano em que a nação verde-amarela tem o maior contingente de surfistas na elite mundial, um fato histórico que supera inclusive australianos e americanos, seis moram ou são de Santa Catarina. Willian Cardoso, Tomas Hermes e Yago Dora são catarinenses, enquanto Adriano de Souza, Ian Gouveia e Michael Rodrigues residem neste estado do Brasil.
A opção de escolher apoios locais faz todo o sentido, por dois motivos primordiais: o primeiro porque o mercado do surf está cheio e não há dinheiro para todos. Aliás, temos até vários exemplos de surfistas de ponta que lutam diariamente por não terem patrocínios. Em segundo lugar, tratando-se de uma zona fortemente turística como é a de Santa Catarina, Panda pode facilmente vestir o papel de embaixador da região e carregar a “bandeira local” através do globo.
O exemplo do brasileiro não é único, pois outros surfistas que correm presentemente o circuito mundial de surf, como, por exemplo, Sally Fitzgibbons e Wade Carmichael, também estão associados a patrocinadores e marcas locais. Fica a dica para quem lida com a falta de apoios e o exemplo de Willian Cardoso que, em vez de ficar sentado à espera, decidiu ir à procura de alternativas.
Acompanha o Panda no Oi Rio Pro, aqui.
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