Espírito de grupo é a chave do sucesso da Seleção Nacional. Espírito de grupo é a chave do sucesso da Seleção Nacional. Foto: FPS segunda-feira, 29 maio 2017 16:02

Portugal é a melhor nação do Surf

Considerações sobre o Mundial de Surf que terminou este fim de semana em França… 

 

Consideração 1

A Seleção Nacional de Surf tornou-se ontem vice-campeã mundial de surf… pelo terceiro ano consecutivo! Pimba! Já tínhamos conseguido a medalha de prata na Costa Rica, em 2016, e na Nicarágua, em 2015. Agora, em França, o resultado alcançado não só foi inacreditável e ao mesmo tempo histórico, como serviu também para revelar a solidez de um projeto iniciado pela Federação Portuguesa de Surf e a sua direção. 

João Aranha, o Presidente da FPS, aproveitou e bem, o tempo de antena para solicitar mais apoios: "só esperamos que todos estes resultados extraordinários se revejam numa política de financiamento mais coerente e recompensadora do nosso esforço e resultados por parte do Estado”. 

É lógico que Portugal não é a melhor nação do Surf Mundial, como é referido no título desta peça, mas sabemos que o surf está em franca ascensão por cá e, mesmo tendo em conta a nossa dimensão e os escassos meios ao nosso alcance, ficou uma vez mais provado que fazemos muito, mais até do que seria esperado, com muito pouco. Temos matéria-prima para mais e melhor. O ouro é agora o foco

 

 

Consideração 2

Às vezes não são precisos os melhores atletas, os que apresentam melhor currículo ou gabarito, para levar de vencida uma competição. Esta edição dos ISA World Surfing Games, que recebeu pela primeira vez na sua história 47 seleções e muitos surfistas de renome internacional, alguns absolutamente profissionais, é um bom exemplo disso mesmo. 

Para além dos títulos individuais, esta é uma competição de caraterísticas muito específicas onde, acima de tudo, vence quem apresenta espírito de sacrifício e detém uma equipa forte e natural. Ou seja, quem não tem problema em vestir o fato de trabalho em prol de um objetivo comum e superior. Só isso pode levar uma equipa (na verdadeira aceção da palavra) ao topo do ranking e ao lugares do pódio. 

Assim, embebido desse espírito, Portugal conquistou naturalmente o 2.º lugar na competição, ficando à frente de Espanha (3.º), Estados Unidos (7.º), Brasil (8.º), Costa Rica (9.º) e também do Peru (6.º) que foi o vencedor da última edição. Conquistou ainda, no último dia de competição, o 2.º lugar na Aloha Cup, mais uma mostra de que o facto de sermos vice-campeões pelo terceiro ano consecutivo não é fruto do acaso. 

 

 

Consideração 3

O Brasil, que ficou em oitavo lugar a mais de três mil pontos de distância do primeiro classificado, é, sem sombra de dúvida, a grande desilusão deste Mundial. A fasquia era elevada e a seleção canarinha, tal como outras presentes na Grande Plage de Biarritz, compôs uma equipa de luxo à altura. Porém, no final, quiçá fruto das ondas pequenas, do azar ou do acaso, não conseguiu obter um resultado de acordo com o que era esperado. O Brasil é definitivamente uma das grandes potências do surf mundial, mas um 8.º lugar deixa definitivamente um gostinho amargo na boca, ainda mais tendo em conta todo o cuidado e cirúrgico processo de seleção dos atletas. 

 

 

 

Consideração 4

Pedro Henrique foi o único surfista luso em prova nos últimos dois dias da competição. O atleta alcançou a final e o terceiro posto na prova masculina - medalha de bronze a nível individual. Este resultado permitiu que a seleção nacional de surf, encabeçada por David Raimundo, conquistasse (e renovasse) o título de vice-campeã do mundo de surf. O mexicano Jhony Corzo, de 18 anos, venceu a prova, enquanto o rookie do CT, o francês Joan Duru, de 28 anos, ficou em segundo e o espanhol Jonathan Gonzalez, de 36 anos, em quarto lugar.

Aos 35 anos, Pedro Henrique foi o mais velho elemento da comitiva lusa e um dos veteranos presente no evento de Biarritz. É caso para se dizer: a experiência conta... e muito!

 

 

Consideração 5

Trinta e sete anos depois França e a Grande Plage voltaram a organizar o Mundial da ISA. A primeira vez foi em 1980. Para assinalar o facto, com vista a começar a preparação para o programa olímpico, que integra o surf, pela primeira vez, em Tóquio 2020; a federação gaulesa formou uma super equipa. Jeremy Flores, Johanne Defay, Joan Duru e Pauline Ado, surfistas do CT, fizeram uma pausa na sua atribulada agenda para estarem presentes no sudoeste francês.

Assim, sem grande surpresa, ainda mais depois de ter conquistado os dois primeiros lugares na divisão feminina, a Federação Francesa de Surf conquistou pela primeira vez a medalha de ouro nos ISA World Surfing Games. Parabéns também a eles, pois nisto da competição o Fair Play é bonito e aconselha-se vivamente. 

 

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