A Importância da Federação Portuguesa de Surf e os Desafios do Futuro quinta-feira, 26 dezembro 2024 22:45

A Importância da Federação Portuguesa de Surf e os Desafios do Futuro

Com as eleições à porta para a nova direcção é altura de se fazer um balanço e falar sobre o futuro..

 

Com o final do mandato da atual direção da Federação Portuguesa de Surf (FPS) e as eleições agendadas para o primeiro trimestre de 2025, este é o momento ideal para refletir sobre o trabalho realizado e sobre os desafios que o futuro reserva ao surf em Portugal. Liderada por João Aranha desde 2013, e composta maioritariamente por praticantes de surf, esta direção trouxe uma abordagem prática às necessidades da comunidade, assegurando o funcionamento contínuo do surf de competição e também do surf inclusivo no nosso país e representação além fronteiras.

 

Durante estes três últimos mandatos, a FPS desempenhou um papel essencial na gestão dos campeonatos nacionais, do ensino do surf (escolas de surf) e dos seus praticantes, tanto amadores como profissionais. A estabilidade financeira alcançada pela direção, com contas equilibradas, é um dos pontos positivos que merece ser destacado. Além disso, os resultados das seleções nacionais no plano internacional durante os últimos três mandatos demonstram que temos talento embora também cada vez mais adversários à altura, veja-se os exemplos da Alemanha e da Itália, e claro de França, eterno número 1 do surf europeu,  seguida agora de muito perto pela Espanha. Apesar destes desafios há um potencial enorme do surf e surfistas portugueses no cenário global que deve ser apoiado e aproveitado.

Contudo, como nenhuma organização é perfeita, há aspetos que merecem ser revistos. A falta de abertura para dialogar com outras entidades e para aceitar críticas foi uma limitação que terá dificultado a criação de um ambiente mais saudável, sobretudo a nível institucional. Esta postura pode ter restringido a capacidade da FPS de estabelecer parcerias estratégicas e de atrair um maior apoio por parte de diversos intervenientes no setor.

Com as eleições à porta, já existe uma lista encabeçada por um candidato. No entanto, o panorama do surf em Portugal – com centenas de milhares de praticantes – exige que mais pessoas se envolvam, especialmente aquelas que estão diretamente ligadas ao núcleo da modalidade. É fundamental que os futuros líderes da FPS consigam aliar uma visão estratégica à sensibilidade para as necessidades da comunidade, garantindo um crescimento sustentável e inclusivo.

O surf português precisa de uma direção que combine paixão pela modalidade com competência institucional, para continuar a desenvolver o desporto e a afirmar Portugal como uma referência internacional. Resta aguardar para ver como se movimentarão os interessados e que propostas serão apresentadas, pois o futuro do surf nacional depende de uma liderança forte, visionária e próxima da realidade dos praticantes e todas as instituições do sector.

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