180.000 AUTO CARAVANAS ILEGAIS NO ALGARVE? sexta-feira, 12 outubro 2018 12:01

180.000 AUTO CARAVANAS ILEGAIS NO ALGARVE?

Quem o diz é a Comissão de coordenação de desenvolvimento regional de Faro. 

A Associação de Parques de Campismo do Alentejo e Algarve enviou à Assembleia da República um documento onde expõe a grave situação, que segundo esta entidade, se vive no Alentejo e Algarve no que diz respeito ao uso abusivo dos espaços impróprios para as Auto caravanas naquela região.

O Documento parcial descrito abaixo, chama a atenção para que o governo central actue nesta que é uma situação prejudicial para a economia Portuguesa, segundo a Associação de Parques de Campismo do Alentejo e Algarve.

Este documento, enviado à Surftotal por Joaquim Lourenço da Associação de Parques de Campismo do Alentejo e Algarve, visa alertar para que a lei seja cumprida no que diz respeito à infrações cometidas pelos turistas auto caravanistas, quer sejam Portugueses ou estrangeiros.

* Texto na integra em rodapé

TEXTO PARCIAL / EXPOSIÇÃO ENVIADO À ASSEMBLEIA DA RÉPUBLICA:

"Como sabemos existe uma "invasão” de auto-caravanas por todo o território do Algarve, sendo os números apontados para este fenómeno, até ao mês de Março, de cerca de 180 mil veículos que por várias razões escolheram o Sul de Portugal para passar o Inverno. No Verão são muitas mais!

Esta afluência preocupa-nos a todos. Em muitos concelhos do Algarve será necessário criar um regulamento municipal, fomentar o aparecimento e investimento em estações de auto-caravanas e regular este sector.

A não regulação deste fenómeno tem consequências danosas para a economia , segurança e organização regional. Não nos podemos esquecer que parte do IVA gerado num Concelho pertence à autarquia, se não houver clientes em espaços legais são verbas que não entram nos cofres dos Municípios.

Ao nível do INE(Instituto Nacional de Estatística) contam efectivamente para as estatísticas todos os turistas que estão devidamente registados em espaços legais, poderemos dizer que hoje para o INE o concelho de Vila do Bispo tem 20 auto-caravanas, pois são essas que estão registadas nos dois parques de campismo legais do concelho, todas as outras não são contabilizadas. Esta não contabilização tem repercussões mais vastas pois são oportunidades que o município perde perante o governo central.

 

Já várias personalidades do mundo do surf português elevaram a voz sobre esta situação, Gonçalo Boavida, surfista há mais de 30 anos e fundador da TakeOff Surf Travel, que viaja constantemente pela Costa Vicentina, enfatizou o problema à Surftotal:

"O aumento do número de autocaravanas a percorrer o nosso país nos últimos anos é mais que notório chegando-se à situação de descontrolo absoluto que vivemos na costa vicentina do Alentejo e Algarve. 

O problema já foi exposto por diversas vezes, mas a verdade é que o mesmo tem vido a agravar-se de ano para ano, quer na quantidade de autocaravanas a fazerem das nossas frentes de praia casa permanente de forma selvática, quer no tipo de fauna que as transporta. E agora com as novas empresas e plataformas de partilha de caravanas à lá Airbnb em franco crescimento a situação irá certamente agravar-se.

Não estamos preparados e não temos infraestruturas para receber este tipo de turismo na quantidade atual, sendo ainda discutível, na minha opinião, o valor e interesse do mesmo para a nossa região ou país.

No caso do sudoeste algarvio estamos a falar de centenas de caravanas a ocupar os estacionamentos disponíveis junto a praias outrora “virgens”, como o Barranco, Figueira, Carrapateira, Canal, etc.; durante largos períodos, um grupo alargado que faz das dunas casa de banho, despeja sanitas químicas e larga lixo por todo o lado.   Um “turista” que pouco consome (faz as compras nas grandes superfícies e pouco mais) e nos desgasta a vários níveis (dos recursos à imagem que queremos passar como destino turístico).

Acredito que falte legislação para controlo do problema, infraestruturas adaptadas à pressão deste tipo de turismo e por fim controlo, pois implementarmos medidas sem posterior fiscalização de pouco servirá."

 

 

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