Um modelo de negócio que pode funcionar na WSL
A hora e a vez de fazer um paralelismo com a F1...
Como se sabe, a World Surf League foi pioneira nas transmissões online, mas presentemente atravessa uma fase em que procura um novo modelo de negócio de forma a tornar mais rentável o seu produto. Elevados custos na produção, que é fantástica, refira-se, obrigam a novas medidas da entidade que gere o surf profissional à escala mundial.
Não é fácil mudar mentalidades nem a opinião dos consumidores uma vez que o fornecimento gratuito das transmissões da WSL sempre foi uma premissa importante para os seus responsáveis. Nos últimos tempos tem-se falado muito em “pay-per-view”, em “pay-to-attend” e até na migração total das transmissões para o Facebook.
- Por ano, a WSL produz cerca de 800 horas de conteúdo em direto. Foto: WSL/Bennett
Bem, mas um modelo que pode funcionar para a WSL é precisamente o que a Fórmula 1 se prepara para lançar na sua temporada 2018. A Fórmula 1 vai, finalmente, juntar-se a Campeonatos do Mundo como o de MotoGP e de Ralis no que toca à transmissão integral das provas em direto e online. A F1 TV, como se vai denominar o produto, representa o maior investimento da categoria rainha até à data no que respeita à sua transformação digital e vai permitir que o Campeonato chegue aos fãs de uma forma diferente e muito mais em linha com o que acontece com os produtos concorrentes de outras competições.
A F1 TV vai possibilitar aos fãs assistirem a cada corrida em direto, sem interrupções comerciais e com comentários em várias línguas. Ora, tirando os anúncios, isto é mais ou menos o que a WSL já oferece.
No entanto, quem assinar este novo serviço da F1 TV, que vai custar entre 6,50 e 9,75 euros por mês, vai poder ver ainda todas as sessões de treinos livres, qualificação e corridas em direto, bem como as conferências de imprensa e entrevistas pré e pós corrida - não só de F1, mas também de Fórmula 2, GP3 Series e Porsche Supercup, entre outros. A isto junta-se ainda câmaras on-board dos 20 pilotos de F1. Tudo isto, apesar de exigir mais meios e pessoas, pode ser adaptado ao já existente modelo da WSL.
- Stephanie Gilmore no Surf Ranch que vai vender bilhetes para evento que tem lugar em maio. Foto: WSL/Rowland
Obviamente, ninguém quer pagar depois de tantos anos a usufruir de transmissões gratuitas. Porém, caso isso venha um dia a ser uma opção, a ser realmente posto em cima da mesa, facto que parece cada vez mais iminente, esta pode ser a solução - mais oferta com mais meios, mais imagens, uma cobertura mais alargada e completa. Se é para pagar, então que se pague por muito mais.
Por último, resta sublinhar que, por ano, a WSL produz cerca de 800 horas de conteúdo em direto, bem como outras peças de conteúdo educacional, cultural e histórico em torno do surf. A WSL e o Surf, juntamente com a NFL e a NBA, é uma das três ligas desportivas no mundo com maior “engagement” social. Só o ano passado, fruto da parceria feita com o Facebook, cerca de 14 milhões de pessoas, de todos os cantos do planeta, assistiram à World Surf League na plataforma do Facebook.
Isto dá que pensar.