Um novo estudo revelou que há cerca de 252 milhões de anos, no final da era paleozóica e muito antes dos dinossauros, a maior extinção da história foi provocada por alterações climáticas.

Isto vem confirmar que o aquecimento global não é um problema contemporâneo da Terra, significando também que a sobrevivência de centenas de espécies sempre esteve relacionada com o tema. 

Cerca de 96% das espécies marinhas e mais de dois terços das terrestres desapareceram muito antes do dinossauros. O cataclismo foi tão severo que destruiu a maioria das árvores, insetos, plantas, répteis e até micróbios do planeta, pode ler-se no artigo publicado pela revista Science.

A causa, segundo é referido, prende-se com o aumento da temperatura, que provocou um aceleramento no metabolismo dos animais, ao mesmo tempo que as águas mais quentes não tinham oxigénio suficiente para a sua sobrevivência. A acidez da água também está diretamente relacionada uma vez que provocou perdas drásticas na produtividade de muitas espécies. 

Durante a investigação, os cientistas construíram um modelo climático da Terra semelhante ao do período Permiano. Antes das erupções vulcânicas na Sibéria criarem um planeta de gases com efeito de estufa, os oceanos tinham temperaturas e níveis de oxigénio semelhantes aos de hoje. Depois, aumentaram os gases com efeito de estufa a um nível que fizesse as temperaturas dos oceanos subirem também. No modelo, o resultado demonstrou que perderam 80% do oxigénio, com as zonas mais profundas a ficarem mesmo sem nenhum oxigénio.

O quadro é semelhante ao dos dias de de hoje, o que é preocupante, salienta-se, com a tolerância dos animais atuais a altas temperaturas e baixo nível de oxigénio a ser muito parecida com os de então. Se as atuais taxas de emissão de gases se mantiverem, poderemos mesmo vir a assistir a uma percentagem de extinção semelhante à dessa altura, referem os investigadores como nota final.