2018 foi o segundo ano mais quente no Ártico desde que há registo
Relatório da Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos não é favorável...
O ano de 2018 foi o segundo mais quente no Ártico desde 1900, quando começou a haver registos das temperaturas, de acordo com um relatório divulgado ontem.
Em 2018, a temperatura esteve 1,7 graus centígrados mais elevada do que a média dos últimos 30 anos e o aquecimento global foi duas vezes mais rápido do que a média mundial. O recorde absoluto data de 2016.
Os cinco anos mais recentes foram os mais quentes desde que há registos, de acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), que coordenou um relatório de referência, escrito por mais de 80 investigadores de 12 países.
Aquele organismo depende diretamente da administração do presidente norte-americano, Donald Trump, que em novembro rejeitou um relatório sobre os efeitos das alterações climáticas.
“O Ártico enfrenta uma transição repentina, sem precedentes na História da Humanidade”, advertiu Emily Osborne, do programa da NOAA de pesquisa do Ártico, no 13.º relatório sobre o Árctico.
No Oceano Ártico, o gelo forma-se de setembro a março, mas a temporada tem-se encurtado nos últimos anos. O gelo é menos espesso, mais jovem e cobre menos o oceano. O gelo velho, com mais de quatro anos, reduziu-se em 95% em 33 anos.
Segundo o relatório da NOAA, cria-se um círculo vicioso em que o gelo mais jovem é mais frágil e derrete mais cedo na primavera, com menos gelo a significar menos capacidade de refletir a luz solar, o que tem como resultado que o oceano absorve mais energia e aquece um pouco mais.
Os doze anos de cobertura de gelo mais fraca são os últimos doze anos.
O relatório indica que nunca houve tão pouco gelo de inverno no mar de Bering, entre a Rússia e o Alasca, como em 2017-2018. Habitualmente, o inverno mais forte chega em fevereiro, mas este ano o gelo derreteu naquele mês em proporções sem precedentes.
A perda de gelo atingiu uma área do tamanho do estado de Idaho, cerca de 215 mil quilómetros quadrados em duas semanas de fevereiro, um terço do território francês.
Por outro lado, de acordo com a NOAA, a aceleração do derretimento da camada de gelo na Gronelândia estabilizou.