Em janeiro falámos na possibilidade de um icebergue gigante, com cerca de cinco mil quilómetros quadrados, se desprender da plataforma de gelo Larsen C, da Antártida Ocidental, a sul do continente americano. Pois bem, passados sete meses, aconteceu o que todos temiam, este separou-se da plataforma continental e encontra-se agora à deriva no Oceano Antártico. 

Em junho, a plataforma já estava presa ao continente por apenas 20 quilómetros de gelo e o desprendimento do maior icebergue de sempre - que se diz ser 300 vezes maior do que aquele que provocou o naufrágio do Titanic - adivinhava-se para breve. 

Para os cientistas, que acompanham a situação há mais de 10 anos, a rápida separação já era esperada e não se deve às alterações climáticas, mas antes ao efeito efeito habitual dos movimentos internos da Terra. Apesar de não existir nada de positivo neste acontecimento, o bloco não deverá mover-se muito depressa nem para muito longe, mas poderá vir a afetar a navegação na região. 

Ao contrário do que foi inicialmente referido, esta separação também não terá qualquer influência no nível do mar porque o gelo que se desprendeu já se encontrava no oceano. 

Entretanto, na guerra de números, a Agência Espacial Europeia e o cientista Noel Gourmelen, da Universidade de Edimburgo, referem que este icebergue será um dos maiores da Antártida, com 1155 quilómetros cúbicos de gelo, equivalente à água necessária para encher 462 milhões de piscinas olímpicas.