QUANTO CUSTA UMA CÂMERA DE VIGILÂNCIA?
Segundo artigo de opinião assinado por Miguel Ruivo na Surftotal…
Não é novidade que nos últimos anos tiveram lugar mudanças conceptuais de enorme importância na generalidade da comunicação. Refiro-me, naturalmente, à comunicação utilizada pelas instituições no suporte à venda dos seus produtos e/ou serviços, difundida através de diversos canais, dos quais tomo a liberdade de me debruçar sobre um em particular nesta minha segunda crónica para a Surftotal.
Não é por mero acaso que a expressão "de boca em boca", uma das mais antigas formas de comunicação conhecidas, faz agora parte do léxico diário de qualquer profissional de marketing e/ou comunicação.
Trata-se de um factor tão importante como qualquer outro dos restantes métodos que compõem o complexo conjunto de actividades, acções, estratégias e processos desenvolvidos para reforçar a imagem de uma empresa ou entidade junto dos seus públicos de interesse.
Não há empresa no mundo que não dê especial atenção à informação que cada um dos seus clientes passa sobre a sua experiência, narrando aos seus familiares e amigos os altos e baixos da sua aquisição e, naturalmente, a sua vontade de repetir ou não, recomendando ou não, a sua compra.
É também do conhecimento geral que cada relato de experiência negativa tem impacto negativo muitas vezes superior ao que quer que seja que, de positivo, resulte de relatos favoráveis referentes ao mesmo produto ou serviço.
No caso particular dos destinos turísticos, onde podemos destacar Ericeira, Peniche ou Sagres entre muitos outros, os relatos positivos produzidos e amplificados por milhares e milhares de visitantes satisfeitos, perdem grande parte do seu impacto quando confrontados com as experiências de turistas que vêm as suas viaturas arrombadas nos estacionamentos ou as suas roupas roubadas em pleno areal das praias portuguesas.
Não me surpreende que qualquer região com dois metros quadrados de praia se apresse a incluir o Surf na sua estratégia de comunicação para divulgar destinos e atrair turistas. Parece-me até bem que o façam, mas se os convidamos a visitar, é melhor poupá-los à chatice e frustração resultantes desses furtos.
Ainda sobre a Ericeira, e ao contrário de outras regiões, as condições excepcionais para a prática do Surf que apresenta fazem dela uma Marca única, que acrescenta de facto valor para os seus habitantes, para a generalidade do Município de Mafra e para Portugal. Importa por isso explorar este activo com enorme potencial, com especial cuidado para a evidente necessidade de garantir a sua preservação e a criação de condições para dar respostas de qualidade à procura turística que aumenta de ano para ano.
Sem esse cuidado, a dita "de boca em boca" que até há pouco se difundia apenas num pequeno circulo de amigos e familiares de cada pessoa, mas que é hoje amplificada por ferramentas como o Facebook ou os "reviews" deixados em alguns sites de opinião e/ou classificação dos produtos ou serviços, deixará marcas muito negativas em todo o esforço e investimento até agora feito a favor da divulgação e elevação da Ericeira enquanto destino turístico.
Por esse esforço congratulo autoridades, empresários e cidadãos dos diversos destinos turísticos orientados para o Surf em geral, e em particular da Ericeira, onde resido.
Muito se tem feito para a melhoria das condições da Vila e das suas praias, mas é precisamente por isso que pergunto: Afinal quão mais difícil é montar meia dúzia de câmeras de vigilância em locais como os estacionamentos de Ribeira D'Ilhas e Foz do Lizandro?
Opinião: Miguel Ruivo