PN, Nazaré. PN, Nazaré. Foto: Hélio António quarta-feira, 13 abril 2016 15:59

PORTAS ABERTAS!

Um artigo de opinião assinado por Miguel Ruivo que nos fala dos que nunca desistiram do Surf...

 

Recebi com agrado o convite do meu amigo de longa data, Bernardo Seabra (aka Giló), para colaborar com a Surftotal, escrevendo para este espaço algumas crónicas de opinião sem tema definido.

 

Aceitei o desafio com gosto e entusiasmo e tentarei corresponder, sempre que possível, oferecendo o meu humilde contributo às causas do “Surf nacional".

 

"Surf nacional" que é hoje uma modalidade altamente atractiva, com elevadíssimo índice de adesão, socialmente acarinhada pela sua característica desportiva e pela sua associação à Natureza e às questões ligadas à preservação dos oceanos e das praias.

 

Em cima disso, as novas tecnologias utilizadas no fabrico de equipamento, o acesso massificado a tecnologias de informação e o facto de Portugal ser reconhecidamente o melhor destino da Europa para prática do Surfing, impactam significativamente no crescimento da modalidade, quer a nível recreativo quer a nível do alto rendimento.

 

Cada vez mais, crianças, jovens e adultos, procuram aprender o Surfing, recorrendo a centenas de escolas que se dedicam ao seu ensino, com impacto positivo também a nível económico, contribuindo significativamente para a criação de novos postos de trabalho e sendo considerado já um dos mais importantes agentes para a nova “Economia do Mar".

 

Em termos político-legais, há já algum tempo que vem sendo alvo de cuidados especiais por parte das várias entidades responsáveis pela administração do território e da modalidade, e a maior parte da indústria relacionada está agora devidamente regulamentada e integrada no sistema económico nacional.

 

Finalmente, em termos ambientais, e embora alguns produtos relacionados com a modalidade sejam ainda fabricados com recurso a materiais poluentes, muito se tem evoluído nesta matéria e a comunidade internacional de corredores de vagas de mar é amplamente reconhecida como muito activa na defesa das questões ambientais e dinamizadora de inúmeras acções pro-ambientais em todo o mundo.

 

Em resumo, podemos concluir que estamos perante uma actividade não agressiva em termos ambientais, em que os aspectos político-legais são favoráveis, de importância económica comprovada e reconhecida e em fase de grande expansão e aceitação nos planos tecnológico e social.

 

Um cenário encorajador para quem adere ou vê os seus filhos aderir à modalidade, ou para os novos dirigentes que desenvolvem agora o seu trabalho num contexto altamente favorável.

 

Mas nem sempre foi assim. Muitos cresceram para o surf sob o estigma de modalidade ostracizada, pouco ou nada reconhecida e muitas vezes até menosprezada.

 

Ainda assim, apesar dos enormes obstáculos, não desistiram de trabalhar em prol da divulgação e desenvolvimento do Surfing e é justo que lhes seja reconhecido o importante contributo para o novo paradigma do Surf nacional.

 

Por isso, e porque pretendo utilizar este espaço para continuar a escrever em função do presente e futuro da modalidade em Portugal, não podia deixar de começar por prestar a minha homenagem aos que, em condições muito pouco favoráveis abriram as portas para que hoje o Surfing seja alvo de simpatia generalizada e visto como uma indústria com enorme potencial de promoção Turística, Económica, Social e até Política.

 

Vivemos agora uma época favorável a pensar e produzir condições de preparação e integração da população nos desportos de ondas, mas a prudência aconselha a ouvir os mais experientes por oposição ao "pontapé p'á frente", usual no nosso país e sempre com maus resultados, como se vê diariamente nos noticiários. 

 

Opinião: Miguel Ruivo

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