Francisco Duarte, de 18 anos, é um dos novos valores do surf nacional e, embora esteja a viver atualmente por Lisboa, é um surfista que começou a ser delapidado em águas algarvias. “Fiquei completamente apaixonado pela experiência e sensação”, disse-nos sobre as primeiras investidas com uma prancha de surf. A dias de fazer a estreia no Zarautz Pro, um dos QS europeus da temporada que tem lugar já no final do mês, eis o perfil que se impõe.

Nome?

Francisco Manuel da Silva Duarte.

Idade?

18 anos.

Praia local?

Praia da Rocha, Portimão.

Estudos?

Estou a fazer o curso em parcial com o estatuto de atleta de alto rendimento (2 cadeiras) - 1º ano, Gestão de

Marketing, no Instituto Português de Admnistração e Marketing.

Anos de surf?

11 anos.

Quiver?

6´0 18 1/4 2 1/4, prancha do dia-a-dia, da Wanted.

“Acreditem sempre nos vossos sonhos, nunca desistam deles, pois tudo,

mas tudo mesmo, se consegue com muito trabalho, esforço e dedicação”

Porque escolheste praticar surf?

Na verdade, comecei por incentivo do meu irmão, que é mais velho. Eu, sendo mais novo, quis de certa forma seguir o meu irmão e assim começar a praticar surf, tal como ele. Para dizer a verdade, comecei pelo bodyboard, mas mais tarde quis experimentar mesmo surf e, desde o primeiro contacto, fiquei completamente apaixonado pela experiência e sensação. Desde aí nunca mais parei.

Pico preferido?

Praia da Rocha, Portimão.

Última surfada memorável que tenhas feito?

Foi provavelmente o último sueste (levante) que apanhei na Praia da Rocha. De manhã estavam uns triângulos com 1m pela praia inteira. Super divertido. Com quase todos os meus amigos desde sempre dentro d’água, acabou por ser uma surfada impecável em que nos divertimos imenso.

Maior susto?

Felizmente, nunca tive nenhum "grande susto". Talvez no verão passado, na Indonésia, em Lakey Peak, durante o maior dia que apanhámos ao longo do estágio. Estavam uns 2,5-3 metros nas maiores e durante o segundo treino, onde já tinha ganho alguma confiança, posicionei-me um mais para dentro do pico para tentar apanhar as intermédias. Do nada, eis que entra um set gigantesco e, basicamente, levei com uma onda que tinha uns 3 metros mesmo em cheio. A onda tinha imensa força e arrastou-me do outside até ao inside. Pelo meio da turbulência, debaixo d’água, bati com a coxa direita em cheio no reef. Fiquei com um melhor amigo durante alguns dias, o Voltaren! (risos)

- Um momento espetacular captado nos treinos da APS - Academia Profissional de Surf. Foto: David Raimundo

Última viagem de sonho?

Indonésia, Lakey Peak.

Competição ou free surf?

Competição, sem dúvida.

Como está o surf atualmente?

Está numa enorme ascenção, provavelmente tem tido um dos maiores crescimentos enquanto desporto de alta competição nos últimos tempos, o que é ótimo para nós, enquanto atletas profissionais. Seria excelente se realmente entrasse como desporto olímpico em 2020, em Tóquio. A situação das marcas do surf é que por vezes não corresponde a este crescimento, pois ainda se veem muitos e bons atletas sem patrocinadores principais, mas acredito que a situação, com esforço, trabalho e dedicação só tende a melhorar.

Quem é a tua grande inspiração nacional e internacional?

A nível nacional sempre foi o Frederico Morais. Identifico-me muito com o “Kikas”, tanto pelo seu esforço, dedicação e entrega ao desporto, como pelo seu rigor e garra. A nível internacional, o Julian Wilson, sem dúvida. É um surfista exemplar, está perto da perfeição e é um atleta competente.

Mensagem a deixar?

Acreditem sempre nos vossos sonhos, nunca desistam deles, pois tudo, mas tudo mesmo, se consegue com

muito trabalho, esforço e dedicação.

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