AFONSO ANTUNES: “GOSTAVA DE SER UM MELHOR SURFISTA E DE ESTAR NA WSL”
Tem apenas 12 anos e está considerado a "next big thing" do surf português. Eis o que nos contou em plena temporada havaiana...
Afonso Antunes, 12 anos, é considerado um dos groms portugueses mais talentosos do momento e com uma larga margem de progressão. O seu pai, João Antunes, detentor de três títulos nacionais e um dos surfistas lusos mais premiados de sempre, tem vindo a acompanhar a sua evolução desde os primeiros tempos. Depois da participação na etapa da Volcom Totally Crustaceous em Tenerife, realizada no final de fevereiro, que, aliás, dominou na divisão sub-13, o jovem atleta rumou ao Havai para cumprir mais uma fase de treinos e usufruir do primeiro contacto com a “vibe” do North Shore. Eis o que nos contou sobre a experiência.
Conta-nos quando, como e porque te iniciaste no surf?
Comecei por volta dos seis anos. Iniciei-me porque nasci numa família surfista. O meu pai sempre fez surf, o meu irmão também e a minha mãe fez algumas vezes. Eu sempre adorei o mar, por isso, tenho uma ligação muito forte com o surf.
Nos dias que correm, como é a tua rotina?
De manhã vou estudar. À tarde, em geral, vou ao surf e ao final do dia faço exercício físico.
“O motivo desta viagem é surfar ondas especiais,
conhecer groms da minha idade e estar com os melhores do mundo”
Ultimamente, parece que não tens parado. Ora estás na Califórnia, em França ou nas Canárias, sempre a competir com miúdos da tua idade. Isso faz parte de algum programa de treino/evolução pessoal?
Sim, faz parte dum plano de treino que o meu pai, João Antunes, e o José Seabra delinearam para mim.
Neste momento estás no Havai. Qual o motivo?
O motivo desta primeira viagem ao Havai é surfar ondas como Pipe e Sunset Beach, bem como conhecer outros groms da minha e de outras idades. É procurar estar com os melhores surfistas num ambiente diferente.
Que estás a achar das ondas e da temporada?
As ondas no Havai são pesadas e o swell não tem parado, tem estado sempre enorme, entre 10 a 15 pés. Tenho apanhado altas ondas e estou a adorar.
“Penso que esta geração pode destacar-se bastante,
pois há muitos miúdos com boa qualidade”
Que tipo de surfista consideras ser neste momento e gostarias de vir a ser um dia?
Acho que sou um surfista polivalente, gosto de todo o tipo de ondas, desde que me divirta. Um dia gostava de tornar-me num melhor surfista.
Em termos gerais, quem são os teus surfistas preferidos? Em quem te inspiras realmente?
A nível nacional o meu pai (João Antunes), Vasco Ribeiro, Frederico Morais, Tiago Pires e Nicolau von Rupp. Nos estrangeiros gosto de John John Florence, Mick Fanning, Dane Reynolds, Craig Anderson e Tom Curren.
E no que diz respeito à nova geração lusa, assim como tu, quem é que se destaca e poderá chegar longe um dia?
Penso que esta geração pode destacar-se bastante, pois há muitos miúdos com boa qualidade. Há muitos surfistas com muito potencial e por isso destaco alguns como, por exemplo, o Guilherme Ribeiro, Matias Canhoto, Martim Paulino, “Jinky”, Joaquim Chaves e João Mendonça.
“Gostava de tornar-me num melhor surfista
e se possível gostava de estar na WSL”
Até ao momento, como foi a tua melhor sessão do ano?
A minha melhor sessão este ano, até ao momento, foi em Santa Cruz, na Praia Azul. Foi uma sessão de surf com o Kanoa Igarashi, Leo Fioravanti e o restante pessoal do team Quik.
Em termos competitivos, qual o campeonato que te deu mais prazer até hoje?
Foi o Volcom TCT em Trestles, Califórnia. Esse foi, sem dúvida, o campeonato de que mais gostei.
Última questão. Obviamente, o surf domina o teu dia a dia, mas na verdade até onde queres chegar?
Gostava de tornar-me num melhor surfista e se possível gostava de estar na WSL.
As marcas que apoiam o Afonso Antunes são a Quiksilver, Polen Surfboards e a Creatures of Leisure.
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Entrevista: AF // Fotografia: Miguel Paulino & ASCC