Edu Shapes: um novo capítulo com assinatura própria
Depois de anos à frente da ORG Surfboards e da PSF Factory, Edu dá início a uma nova etapa com marca própria, pranchas personalizadas e um tour nacional de test drives.
A Surftotal falou com Eduardo “Edu”, shaper português com vasta experiência no fabrico de pranchas para atletas de topo, que agora embarca num novo projeto com assinatura pessoal: Edu Shapes. Em entrevista exclusiva, Edu falou-nos da visão por detrás desta mudança, do novo posicionamento da marca e do impacto que quer ter no futuro do surf em Portugal.
1 – O que te inspirou a avançar com este novo projeto independente, depois de anos a trabalhar com a ORG Surfboards e a PSF Factory?
Como fundador dessas marcas, recomeçar tudo do zero com uma signature brand foi um grande desafio. Mas vejo muitas vantagens neste novo começo. No fundo, é voltar a fazer o que já fazia, mas agora com mais bagagem — anos de experiência, know-how de gestão e produção, e um percurso ligado a alguns dos melhores surfistas do mundo.
Hoje, estou muito grato com este caminho. Graças a Deus, o trabalho tem sido constante e intenso — a vida redirecionou-me, e eu abracei esse novo rumo com tudo.
2 – Quais são as principais diferenças ou inovações que queres trazer com esta nova marca?
A principal diferença é a atenção ao surfista. Todo o conhecimento que adquiri a trabalhar com atletas de elite está agora ao serviço de surfistas do dia a dia. Isso eleva a experiência desde o atendimento até ao resultado final da prancha.
As encomendas são todas personalizadas, o que permite afinar detalhes impossíveis de atingir nas pranchas de stock. O acompanhamento ao cliente é total — inclusive no pós-venda — o que cria uma relação de confiança sólida com cada surfista.
Outro ponto diferenciador é a qualidade dos materiais e a equipa envolvida. A minha temporada na Califórnia ensinou-me muito. Vi por dentro como funcionam as grandes fábricas, e trouxe essas metodologias para o nosso contexto. Foi uma viragem total.
3 – Sabemos que estás a preparar um mega evento de test drives em várias zonas. Podes contar-nos um pouco mais?
Sim, é verdade! A partir do fim de semana de 7 e 8 de junho, arranca um tour nacional (com passagem pelo norte de Espanha e ilhas), com 10 eventos ao todo.
Vou levar mais de 20 pranchas, de todos os modelos e medidas, para que qualquer surfista possa experimentar. Teremos pranchas high performance, funboards, mid lengths, longboards, clássicas, twins, quads… Vai ser muito fixe. Em breve revelo o calendário completo.
4 – No âmbito do fórum Surftotal sobre o futuro do surf nacional: o que falta para que Portugal dê melhores condições aos shapers e aos surfistas?
Portugal está a caminhar muito bem. Temos profissionais competentes e estamos a ganhar espaço na indústria europeia. Já superamos a Espanha em vários aspetos e estamos a aproximar-nos da liderança que a França sempre teve.
Mas é urgente trazer sangue novo. Precisamos de formar jovens qualificados — a geração antiga não dura para sempre. Se queremos prosperar, temos de apostar na qualidade dos profissionais, tal como fazem na Califórnia.
5 – Como vês a evolução do surf nacional nos próximos anos? O que é essencial garantir para continuarmos a crescer?
O nosso percurso tem sido bonito e galopante. Só agora estamos a ver a terceira geração de surfistas a consolidar-se na competição, e já estamos muito bem.
Temos ondas incríveis, treinadores de topo, e pranchas de altíssima qualidade. Se a indústria continuar a profissionalizar-se, vamos ver mais surfistas portugueses brilharem a nível internacional.
Deixo uma mensagem aos mais novos:
Viajem! Vão viver o surf nas mecas mundiais e tragam essa vivência de volta.
Isso vai enriquecer o surf nacional e ajudar-nos a crescer na direção certa.