Kamiel Deraeve na Praia do Norte da Nazaré Kamiel Deraeve na Praia do Norte da Nazaré Click por Vitor Estrelinha quinta-feira, 06 fevereiro 2025 16:47

Entrevista com Kamiel Deraeve – O jovem prodígio Belga das ondas grandes

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Kamiel Deraeve, com apenas 13 anos, já demonstra uma atitude incrível no surf, destacando-se não só em competições, mas também no desafiante mundo das ondas grandes. O jovem belga tem enfrentado as condições mais extremas, incluindo as ondas gigantes da Nazaré. Nesta entrevista, fala sobre a sua paixão, os seus desafios e o futuro no surf.

 

 

"As ondas estavam monstruosas.

O wipeout foi enorme, mas, como disse antes,

mantive a calma, tal como faço nos treinos". 

 

 

 

 

 

Antes de mais, parabéns pela tua paixão e dedicação ao surf. Como é que um jovem de apenas 12 anos já tinha esta atitude destemida no mar, chegando a surfar Nazaré com ondas de 50 pés ou mais?

Comecei a surfar muito cedo, com muita paixão, desde que me lembro. Nunca penso na atitude, simplesmente adoro o que faço. Desde pequeno, sempre me senti fascinado por ondas grandes.

 

Onde começaste a surfar e porquê? Com que idade pegaste numa prancha pela primeira vez?

Comecei a surfar com 4 anos na Bélgica, pois vivíamos perto da praia e os meus pais praticavam desportos aquáticos. Eles deixaram-me experimentar o surf e, desde então, apaixonei-me e nunca mais parei.

 

Tens raízes de surf na tua família ou foste o primeiro a seguir este caminho?

Os meus pais fazem kitesurf e windsurf, mas nunca surfaram. Por isso, sou o primeiro da família a dedicar-se ao surf.

 

4. Representas a Bélgica em competições internacionais. Como é que te sentes ao representar o teu país? Sempre tiveste uma mentalidade competitiva?

Sinto-me muito orgulhoso por representar o meu país nos Campeonatos da Europa e do Mundo. No entanto, confesso que também me sinto um pouco desapontado, pois a Federação Belga de Surf não apoia o surf como deveria. São os meus pais que me ajudam e pagam todas as despesas para que eu possa competir com a seleção belga.

 

Em relação às ondas grandes, vimos o teu grande wipeout em Nazaré, onde ficaste quase um minuto sem ajuda do jet ski. Como é que começaste a sentir-te confortável no surf de ondas grandes e no tow-in?

Adoro surfar ondas grandes. Treino muito apneia na piscina, treino físico em terra e no mar, pratico técnicas de salvamento e, claro, treino constantemente em ondas pequenas e grandes. Sinto-me muito confiante dentro de água e seguro com o team Mountains of the Sea. Sei os riscos que existem no surf de ondas grandes, por isso preparo-me muito bem para cada sessão.

Ontem tive uma queda enorme, mas consegui manter a calma. Na verdade, isso ajudou-me a sentir-me ainda mais confortável neste tipo de condições, porque percebi que sou capaz de lidar com situações extremas e continuar a surfar ondas grandes.

 

"Nunca penso na atitude, simplesmente adoro o que faço.

Desde pequeno, sempre me senti fascinado por ondas grandes".

 

 

O dia de ontem foi muito intenso. Podes descrever como foi enfrentar aquelas condições?

As ondas estavam monstruosas. O wipeout foi enorme, mas, como disse antes, mantive a calma, tal como faço nos treinos. Esperei pacientemente pela mota de água e ativei o colete insuflável sempre que levava uma onda na cabeça. Foi uma grande experiência, mas as ondas estavam muito pesadas, a corrente muito forte e tudo bastante difícil. Felizmente, o Carlos conseguiu puxar-me para umas boas ondas e acabei por surfar a maior onda da minha vida até agora.

Como te sentes em relação a Portugal? Passas muito tempo nas nossas ondas. O que fez de Portugal um dos teus destinos preferidos?

Adoro Portugal! Eu e o meu treinador passamos muito tempo em spots como Ericeira, Peniche e Santa Cruz. Amo o país, as pessoas são incríveis, há ondas incríveis e a comida é excelente.

A Nazaré, em particular, sempre foi um lugar especial para mim. Quando visitei o museu da Nazaré aos 6 anos, soube que um dia teria a minha prancha lá. Desde então, sabia que queria surfar aquelas ondas gigantes.

 

"Quando visitei o museu da Nazaré aos 6 anos, soube que um dia teria a minha prancha lá.

Desde então, sabia que queria surfar aquelas ondas gigantes."

 

 

 Kamiel Deraeve click by @stefan_mathers 
 
Podes falar-nos do teu quiver? Que pranchas usas para ondas pequenas, grandes e para tow-in?

Para ondas pequenas, tenho 5’4 e 5’5, e também uma 5’4 em epoxy. Para ondas maiores, tenho 6’0 e 7’0, mas ainda não tenho uma gun específica para remada em ondas gigantes.

Para tow-in, tenho uma prancha de 6 kg, uma 5’5, e todas as minhas pranchas são shapeadas pelo Nuno Matta.

 

Para ti, o surf é mais sobre diversão ou sobre competição?

O surf sempre foi, acima de tudo, diversão. Mesmo nas competições, o mais importante para mim é aproveitar e divertir-me dentro de água. Amo surfar com os meus amigos, gosto da vibe do surf e de viajar para descobrir novas ondas através das competições.

 

Kamiel Deraeve click by @larsmusschoot

 

Como imaginas o surf em 2050?

Em 2050, o surf continuará a ser o meu desporto favorito!

 
Queres deixar algum agradecimento especial?

Quero agradecer ao team Mountains of the Sea e ao Nic Von Rupp por me darem esta oportunidade, pelas dicas para melhorar o meu surf e, principalmente, por me ajudarem a manter-me seguro dentro de água.

 

 

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