"O Longboard Nacional está num bom caminho" - Associação de Longboard Portuguesa faz balanço da 1ª etapa do Longboard Tour Portugal quinta-feira, 16 maio 2024 14:40

"O Longboard Nacional está num bom caminho" - Associação de Longboard Portuguesa faz balanço da 1ª etapa do Longboard Tour Portugal

 "A nossa preocupação principal é melhorar os prize moneys vs competitividade".

 

 

O Longboard Tour Portugal teve a sua primeira etapa nos passados dias 4 e 5 de Maio, na Ponta Ruiva, tendo culminado nas vitórias de Raquel Bento, Francisco Freitas e António Dantas. A Surftotal conversou com Francisco Rocha e Miguel Ferreira, membros da Associação de Longboard Portuguesa (ALP) para saber como foi o balanço desta primeira etapa, o que se pode esperar do resto do circuito, e como se avalia o atual panorama do longboard em Portugal.

 

"O nosso principal foco é criar dinâmicas que impulsionem o longboard português."

 

 

 

Qual é a importância da existência do Longboard Tour Portugal para o panorama do longboard nacional?


A nossa preocupação principal é melhorar os prize moneys vs competitividade, para que os atletas consigam ter as melhores condições e possam construir uma carreira profissional na modalidade de Longboard.
Neste momento a modalidade já conta com duas gerações com bastante nível, excelente técnica e um instinto competitivo ao mais alto nível. Mas pouco conseguem produzir por falta quer de apoios quer de circuitos mais fortes e capazes de os lançar e preparar para os grandes palcos.
Então esse é o principal foco da ALP e do Longboard Tour Portugal: criar dinâmicas que impulsionem o Longboard português e os seus atletas para os grandes palcos, sempre em consonância e com o apoio inequívoco dos atletas, dos Clubes, da FPS, e das entidades nacionais públicas e privadas envolvidas.

 

 

 

João Cabrita

 

 

 

A Ponta Ruiva não recebia uma competição nacional há mais de 20 anos – porquê a escolha desta praia?


Realmente há já mais de 20 anos que não assistíamos a uma prova na Praia da Ponta Ruiva em Vila do Bispo, mas felizmente a Câmara Municipal de Vila do Bispo aceitou e apoiou esta iniciativa. Igualmente a FPS teve um papel importante, pois nesta praia não existe rede nos telemóveis, internet ou electricidade, e mesmo assim contornamos todas essas dificuldades e realizámos esta prova.
A escolha da Praia da Ponta Ruiva teve duas razões chave: Primeiro, colocar novamente o Circuito Nacional de Longboard no Algarve. Segundo, ter uma onda para a esquerda, de excelência mundial para a prática do longboard, que quebra em fundo de pedra, tendo por isso um canal muito apreciado, e uma consistência bastante definida. A esquerda da Ponta Ruiva funciona desde meio metro até dois metros sólidos, sempre com boas condições de surf e performance, como se viu durante a semana anterior ao campeonato, e naturalmente durante o fim de semana do campeonato. Houve variações de vento e swell, mas nunca falta de ondas! Igualmente satisfizemos a vontade aos atletas em colocar uma esquerda sólida no CNL2024.

 

 

"Os atletas adoraram a primeira etapa e ficaram com vontade de voltar."

 

 

Qual foi o balanço desta primeira etapa?


Foi super positivo, os atletas adoraram e ficaram com vontade de voltar. O main sponsor Memmo Baleeira Sagres já deu o ok para a continuidade deste patrocínio para 2025, a Câmara Municipal de Vila do Bispo igualmente já pediu para agendar as datas para 2025, a Federação Portuguesa de Surf também já deu o feedback positivo e consequente apoio para 2025, apesar das adaptações que os mesmos têm que fazer para tornar possível a realização desta prova. Pensamos por isso que melhor era impossível.

 

 

 

João Cabrita

 

 

Com base no que se viu na primeira etapa, que conclusões se pode tirar sobre como está e como tem evoluído o longboard nacional?


Sem dúvida está no bom caminho, daí a necessidade de se formalizar a ALP. Hoje em dia nas fases iniciais da prova já há muitos heats com grande nível, e já se vai tornando normal ver atletas candidatos à vitoria caírem nestas fases tão prematuras. Pensamos que isso é o melhor espelho daquilo que se está a passar neste momento e da consequente evolução do longboard.

 

 

"Temos atletas de grande qualidade, mas não há apoios para que possam ir competir com os melhores do mundo." 

 

 

 

Como se compara o longboard nacional ao internacional?


Esse é o grande problema, temos atletas de grande qualidade, como já foi provado pelo João Dantas, que esteve uma temporada na elite do Longboard Mundial (WLT) , mas depois não há apoios para que estes grandes atletas possam ir competir com os melhores do mundo. Felizmente hoje em dia já não se trata de potencial, pois já está consagrado que temos atletas capazes. Só temos que criar as condições para que eles se demonstrem nos grandes palcos internacionais. Esse trabalho é o principal foco da ALP.

 

 

Há desafios específicos no crescimento desta modalidade e na organização destes eventos? Como têm sido ultrapassados?


Sim, há sempre grandes desafios, mas passo a passo as coisas já estão a melhorar, como se viu na prova da Ponta Ruiva, em que houve profissionalismo na organização. Por exemplo, a criação de uma apresentação oficial do CNL 2024, da ALP, e da 1ª etapa do CNL 2024, realizada com grande sentido de responsabilidade e em condições idílicas numa das salas do Hotel Memmo Baleeira Sagres, mostra a vontade que há em mudar o panorama e profissionalismo envolvido no longboard nacional.

 

 

O que podemos esperar para o resto do circuito este ano?


Muita disputa entre os atletas, o que se reflete em qualidade e puro espetáculo. Também haverá uma evolução quer dos atletas quer das várias organizações, sempre no sentido de aumentarmos a qualidade geral e tornando assim o Circuito Nacional de Longboard atrativo para as marcas, trazendo potenciais apoios, que se vão traduzir em maior qualidade e visibilidade para o Longboard Nacional.

 

 

 João Cabrita

 

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