Bruno Ruivo apaixonou-se pelo surf quando era jovem, e acompanha o CT em Peniche desde a primeira edição
"O que mais me cativa no surf é a convivência que há entre o ser humano e a natureza e os seus desafios".
O surf tem crescido a um ritmo avassalador. O nível do surf profissional não tem parado de surpreender, o número de surfistas amadores e ocasionais aumenta a cada ano, e os eventos e conteúdos de surf quebram recorrentemente recordes de audiências. Há cada vez mais fãs de surf - pessoas que não fazem surf, e por isso não estão "por dentro" desta indústria e desta cultura, mas acompanham os eventos, os campeonatos, os resultados, têm surfistas favoritos e fazem previsões de resultados.
Possivelmente, fãs de surf perguntam-se como será a vida de um surfista. Mas será que os surfistas também não se perguntam como é o surf da perspectiva de quem vê de fora? É para responder a essa pergunta que a Surftotal criou esta rubrica: vamos conversar com alguns fãs do surf e descobrir o que o cativa neste desporto. Se és um fã do surf e tens um ponto de vista interessante para partilhar, fala connosco! Queremos ouvir a tua história.
O entrevistado de hoje é Bruno Ruivo, que tem uma longa história com o surf. Há muitos anos que se apaixonou por este desporto, e ainda se recorda da primeira edição do Championship Tour em Peniche, em 2009.
Nome, idade, onde vive?
Bruno Ruivo, 42, Juncal (Porto de Mós)
Como se começou a interessar pelo surf?
O interesse pelo surf já vem desde muito jovem, primeiro porque adoro praia, e também desportos radicais, se ainda podemos assim caracterizar, também pela prática do skate, ao nível de acompanhamento "à séria", vem desde a 1ª etapa em Peniche, e também pela projeção que teve.
"Não me cativam muito as ondas artificiais."
O que o cativa mais no surf?
O que mais me cativa no surf é a convivência que há entre o ser humano e a natureza e os seus desafios. Por um outro lado não me cativam muito ondas artificiais, mesmo percebendo que estas poderão ser boas para quando não estão reunidas condições para a prática, e que poderão ser uma boa ajuda tanto para atletas de alta competição como amadores.
Bruno e John John Florence
Há quantos anos já se dirige até à etapa de Peniche?
Eu julgo que cheguei a ir na primeira edição, mas que acabei por não ter presenciado, devido a condições limitativas ao público, por estar a acontecer no Pico da Mota, salvo erro. [O Rip Curl Pro Search 2009 foi um evento móvel que passou pelo Molhe Leste, o Lajido, o Pico da Mota e Supertubos].
Qual foi a sua etapa preferida até ao momento?
Não é muito fácil escolher só uma, mas posso destacar a de 2016, quando John John Florence, além de ganhar etapa em solo lusitano, foi consagrado Campeão Mundial.
"Toda a nossa armada portuguesa tem tido uma evolução estrondosa."
Quais são os seus surfistas favoritos, internacionais e nacionais?
Bem, mais uma pergunta difícil, até porque poderia escolher alguns que já não estão no CT. Mas em primeiro lugar, os nossos: toda a nossa armada portuguesa, que tem tido uma evolução estrondosa. Dá para perceber pela presença tanto no CT como nos QS's. No que toca aos internacionais, no feminino gosto da Stephanie Gilmore, da Sally Fitzgibbons, da Lakey Peterson, da Tatiana Weston-Webb, da Johanne Defay e da Caitlin Simmers. No masculino as minhas escolhas recaem para Kelly Slater, claro, John John Florence, Kanoa Igarashi, Italo Ferreira, Gabriel Medina e Jack Robison.
O que o tem levado a ser um espectador presencial e atento às etapas do Championship Tour em Peniche?
O que me leva a estar presente em Peniche é o facto de ser uma etapa do Mundial, uma janela global. Não é todos os dias que temos isso relativamente perto de casa. E também o ambiente que por lá se vive, público de muitas nacionalidades. Por fim, o facto de ser um desporto de praia, e, claro que está, a competição em si.
"Temos de apoiar os nossos pelo bom trabalho que se faz."
O que o leva a seguir e a ler a Surftotal?
Já sigo a Surftotal há muito tempo. E como gosto de estar bem informado sobre o que se passa no surf, por ser uma página portuguesa, temos de apoiar os nossos pelo bom trabalho que se faz.
O que poderia ser melhorado para os espectadores em Peniche?
De momento, e na minha opinião, está bastante bom. Talvez, e posso estar errado, mas facilitar um pouco mais na ajuda a quem tem mobilidade reduzida, desde a entrada/pórtico do parque VIP até ao areal.
Quem vai vencer este ano?
A pergunta de 1 milhão! As minhas apostas vão para a Molly Picklum ou Tatiana Weston-Webb no feminino, e Italo Ferreira ou Jack Robison masculino. [Ao momento em que esta entrevista foi publicada, Molly Picklum já foi eliminada, nos oitavos-de-final, contra Gabriela Bryan].