Com o objectivo de proporcionar visibilidade ao surf e surfistas Portugueses e porque momentos de boas performances e resultados não devem deixados passar em branco, a Surftotal esteve à conversa com alguns dos atletas que fizeram parte da selecção nacional de surf junior, que conquistou um brilhante 6º posto nos mundiais de surf da ISA( decorreram no Rio de Janeiro, na Praia da Macumba, entre os dias 24 de Novembro e 3 de Dezembro de 2023).

Após a entrevista com Francisco Ordonhas que foi 2º classificado mundial na categoria sub 18 e melhor Português em prova, entrevistamos Teresa Pereira, 10ª classificada mundial naquela competição e também a representante feminina Portuguesa que mais heats avançou.

"O David e o Fidji ajudaram me sempre imenso durante toda a prova...."

Parabéns Teresinha, em primeiro lugar por teres sido seleccionada pela primeira vez para representar Portugal assim como por teres alcançado o 10º lugar mundial na tua categoria. Contavas ser seleccionada ? Como foi quando soubeste? Conta-nos!

Trabalhei muito para isso e fui tendo uns bons resultados ao longo do ano mas estava renhido, o nível de surf estava alto, por um lado eu achava que ia ser selecionada mas tinha algumas dúvidas.Quando soube que ia participar no Mundial de Juniores no Brasil fiquei muito feliz porque era um dos meus objetivos principais para este ano. Quando a convocatória saiu foi uma alegria ver o meu nome no e-mail.

Foram muitos estágios e muito surf nos picos que costumas surfar para fazeres evoluir o teu surf. Queres-nos falar um pouco sobre isso?

Sim foi um ano super preenchido, fizemos 4 estágios e muitos campeonatos, o que é bom porque havendo mais competições e estágios é mais fácil de avaliar e escolher os atletas. Sim no meio de estágios e campeonatos também houve muito treino dentro e fora de água.

"Quando a convocatória saiu foi uma alegria ver o meu nome no e-mail..."

 

 

Sabemos que passas muitas horas por dia na agua. Queres contar-nos a tua rotina diária ?

 A minha rotina é bastante simples, faço surf 2 vezes por dia, uma vez de manhã e outra à tarde, e treino físico incluindo natação 2/3 vezes por semana. E treino Jiu-Jitsu sempre que possível.

Voltando à selecção e ao Brasil. Ao chegar ao Rio de Janeiro como estava o clima? E a agua do mar? Facilita muito competir e ou surfar sem fato de surf?

O clima no Rio de Janeiro esteve mesmo bom, excepto a chegada que estava tempestade mas esteve sempre calor. Surfar sem fato é ótimo na remada e também ao surfar sinto me mais solta.

A primeira impressão do nível de surf quando chegaste à praia da macumba qual foi?

Quando cheguei e fiz o primeiro surf achei o nível mesmo alto e super competitivo!

"Não entrei bem no campeonato estava ansiosa e nervosa e tomei decisões erradas..."

Do primeiro heat até ao ultimo que participaste, passando pela nota de 9 pontos, quais os momentos mais marcantes e inesquecíveis durante estes mundiais junior?

Não entrei bem no campeonato estava ansiosa e nervosa e tomei decisões erradas. No dia seguinte não entrei, foi bom. Relaxei e foquei me no meu surf, a partir do heat 2 onde eu fiz o 9 pontos e nos restante fui com mais confiança e certeza do surf que eu sabia fazer e correu muito melhor fui muito mais tranquila, o David e o Fidji ajudaram me sempre imenso durante toda a prova. Tive imensos momentos inesquecíveis durante a competição toda mas sem dúvida que o espírito de equipa que tínhamos era o mais especial.

"Este campeonato e resultado, deu-me vontade para continuar a trabalhar para que esteja forte em 2024 e acreditar mais em mim mesma."

Teresa com Lipe Dylong o seu maior patrocinador de pranchas e shaper da Marca Country Surfboards.

O nove pontos foi a nota mais alta que tiveste num hest e logo no mundial. Para alem de outras notas altas claro que fizeste no mundial. O que muda após esta nota e este 10º lugar do mundo?

Este campeonato e resultado, deu-me vontade para continuar a trabalhar para que esteja forte em 2024 e acreditar mais em mim mesma. Queria aproveitar para agradecer ao meu treinador Marcelo Martins e a toda a equipa da Onda Pura.

"O espírito de equipa foi fortíssimo, acho que é mesmo importante a equipa estar toda unida,

estávamos sempre apoiar uns aos outros nos bons e nos maus momentos. "

Teresa Pereira durante a competição nos mundiais ISA

O espirito de equipa foi muito forte segundo percebemos, queres explicar a importância que  esse factor tem para uma atleta ?

Sim, o espírito de equipa foi fortíssimo, acho que é mesmo importante a equipa estar toda unida, estávamos sempre apoiar uns aos outros nos bons e nos maus momentos. Quando alguém fazia uma onda boa, gritávamos e batíamos palmas que se ouvia em Portugal, mas também quando o heat não corria bem o suporte não deixava de existir.

O espirito de equipa Lusa foi incrível nestes mundiais ISA.

O que te surpreendeu mais nesta prova?

Fiquei surpreendida com a dimensão do evento, desde a organização até ao número de atletas em prova. Foi a maior prova de surf em que participei. Espetacular!

Queres falar-nos do teu quiver e da prancha que mais usaste nesta competição?

Levei 3 pranchas para o Brasil, duas Al Merrick, uma squash e uma round, modelos fever, e uma epoxy da Country Surfboards. Usei as 3 pranchas nos treinos e dias off. Na prova usei mais a squash.