"Importa salientar que a versão escolhida para o Surf Parque Óbidos é a mais compacta e eficiente com o menor volume de água das piscinas de ondas existentes."

Surftotal: Muitos parabéns em primeiro lugar pela audácia e coragem em construir o Surf Parque em Óbidos. Será o primeiro surf parque em Portugal? Perguntamos isto pois a semana passada houve um anuncio de um projecto Surf City no Seixal. 

Surfers Cove Óbidos: Não sabemos se será o primeiro, apenas podemos falar do Surf Parque Óbidos, e nesse sentido o que podemos adiantar é que estamos a trabalhar para iniciar a Construção em Julho de 2024 e abrir ao público em Março de 2026.

Conhecemos o projeto Surf City apenas através da comunicação social e pelo que nos parece, tem uma componente imobiliária significativa enquanto que o nosso projeto é de âmbito turístico/parque temático pelo que, nesse sentido, será o primeiro Surf Parque. 

Tem-se vindo a falar muito de uma piscina de ondas em Portugal e finalmente estará materializado em 2026, esta ideia já estava a ser projectada há quanto tempo? A reunião dos elementos necessários para que o projecto avançasse foi morosa? quer contar-nos alguns pormenores?

Sim, é um processo moroso e que requer um alinhamento total entre um determinado conjunto de factores, dos quais destacamos: os Investidores com o apetite de risco certo e com know how na indústria de Surf, terreno com localização apropriada para um Surf Parque, equipa executiva profissional para liderar o projecto em particular durante a fase de desenvolvimento e de licenciamento.

Somos um País que está cada vez mais no epicentro do mundo no que diz respeito ao surf, devido a fenómenos como a Nazaré, Ericeira, Peniche entre outros. Havendo uma oferta diversa de surf no oceano nessa mesma area referida, a localização para o surf parque, podemos considerar como um complemento para uma região que cada vez atrai mais gente nesta area dos desportos de ondas? O estudo para esta localização foi feito por parceiros que têm ligação ao surf?

Entendemos que o nosso Surf Parque irá reforçar a submarca Oeste, Peniche e Surf definidas pelo Turismo Centro de Portugal. A integração do Surf Parque Óbidos numa das zonas de elite de Surf, em Portugal (Supertubos, Baleal, Pico da Mota, Rei do Cortiço, juntamente com a Ericeira e Nazaré) permite oferecer num ambiente controlado e de forma saudável uma experiência de Surf complementar à prática de Surf no Oceano. 

 

"O nosso Surf Parque não tem por base um modelo de negócio de promoção imobiliária. Sendo complementar ao Oceano, o Surf Parque Óbidos permite ainda ser o sítio perfeito para a elite do Surf Português e Internacional, hoje modalidade Olímpica, poder treinar e competir..."

Por falar em parceiros, percebemos que existem aqui diversos investidores de areas diversas, como foi reunir este grupo de empresas/pessoas? 

Como imaginam estes processos nunca são fáceis e mais ainda quando o projecto tem um perfil de risco/retorno muitíssimo elevado. No entanto, pensamos que o denominador comum foi uma paixão pelo surf e o reconhecimento de uma oportunidade de negócio muito interessante. 

Agora sobre a parte mais técnica, a agua para a piscina de ondas artificiais será de que origem?

Importa salientar que a versão escolhida para o Surf Parque Óbidos é a mais compacta e eficiente com o menor volume de água das piscinas de ondas existentes.

No nosso plano de negócios, estamos a prever recorrer ao serviço de abastecimento público de água da CMO, no entanto ainda estamos a estudar alternativas.

"Para pôr em perspectiva, em termos comparativos: a Piscina do Surf Parque Óbidos consome a mesma água anualmente de 2 buracos de um campo de golf, consumindo apenas 11% do consumo anual de um campo de golfe de 18 buracos. Além disso, a Piscina do Surf Parque irá funcionar como uma superfície de atenuação de águas pluviais, que vai redirecionar a água extra para um tanque reservatório para uma futura reutilização."

A sustentabilidade será segundo percebemos uma preocupação de todo o projecto. Sabendo de antemão que haverá consumo de energia, qual a fonte de energia principal que irá alimentar a piscina de ondas? Qual o valor gasto em média por cada onda gerada?

O Consumo de Energia – houve um cuidado adicional na otimização do consumo de energia, fruto de mais de dez anos de R&D, do sistema de patentes e do uso de motores elétricos da tecnologia de ondas da Wavegarden. (Ex.) Num dia normal de funcionamento o consumo de energia é de 300kWh por uma hora de sessão de Surf. 

Dependendo do tamanho da onda o consumo energético varia, sendo assim para uma onda de 1,3 metros de altura o consumo é de 0.30kWh.  Sendo assim, para pôr em perspetiva, de acordo com a Wavegarden, a pegada de carbono de conduzir um carro a gasolina durante 4km é maior do que 1 hora de uma sessão de Surf. Importa mencionar, que o Surf Parque Óbidos vai ser certamente o aldeamento turístico com maior número de painéis fotovoltaicos por cama. Vão ser cerca de 1,664m2, evitando 209 ton/ano de emissão de CO2 para a atmosfera.

Em termos de break even, qual o calculo de timing para o retorno do investimento? Calculam ter quantos praticantes de surf a usar a piscina de ondas durante o primeiro ano de arranque?

O Surf Parque Óbidos, oferece uma experiência de Surf autêntica e inclusiva, permitindo que todos aprendam, de forma saudável e num ambiente controlado. Sendo o Surf um dos desportos com maior adesão e procura dos últimos anos, praticado globalmente por Milhões de surfistas acreditamos que irá atrair um número significativo de visitantes, proporcionando uma experiência de Surf para surfistas de todas as idades, experiências e níveis. Os visitantes poderão passar um dia completo com variadas atividades que abrangem vários desportos complementares ao Surf, a destacar o Skate Park entre outros.

Gostaria de desvendar algo mais sobre o projecto que se possa saber publicamente?

Esperamos ter mais boas noticias em breve ....