"Pode ter sido a minha última vez em Portugal" - Kelly Slater conta-nos sobre a sua ligação e amor ao público Português
Slater reflecte sobre os tempos passados em Peniche.
Depois de ter perdido na terceira ronda contra João Chianca, Kelly Slater falou à Surftotal e a outros meios de comunicação sobre a derrota, naquela que poderá ter sido a sua última entrevista em Portugal. Isto porque o GOAT do surf planeia reformar-se da competição em breve - o seu último objectivo, como reforçou na entrevista, é qualificar-se e competir nos Jogos Olímpicos.
Nesta entrevista, depois de fazer uma análise sobre o que correu mal no seu heat, Slater, reflecte sobre os tempos passados a competir em Portugal. Apesar de ser transparente ao explicar que Supertubos não é a sua onda preferida do Tour, Slater não deixa de mostrar o carinho que tem pelo local e pelo público português.
O que aconteceu no heat?
Perdi. (risos). Nada de mais. Os primeiros 35 minutos foram lentos, depois fui mais para sul e consegui uma onda muito boa, a melhor do heat. Nos últimos minutos precisava de 5.5 pontos,e abdiquei de uma onda que provavelmente ter-me-ia dado o resultado, mas deixei o Joan Duru apanhar a onda, ele estava no outro heat. Eu tinha prioridade por isso podia ter apanhado a onda, mas escolhi não ir. E ele teve o resultado que eu precisava. Cometi um erro. Não tive muitas oportunidades no heat. As condições estão muito difícieis hoje.
O erro foi o local onde te posicionaste?
Não, o erro foi não apanhar a onda de que precisava. Tive a oportunidade de virar o jogo. Poderia ter tido mais oportunidades se tivesse ido para lá mais cedo, mas não queria surfar ao lado dos atletas do outro heat porque eles tinham prioridade. Então tomei essa decisão de forma consciente, de tentar ficar deste lado. Não correu bem.
Preocupas-te com o cut, agora que só faltam dois eventos na Austrália?
Sim, claro que é algo que todos que pensar. Tive dois resultados maus e um resultado médio. Então não é a melhor situação, mas vamos ver o que acontece depois de Bells Beach.
Achas que vais voltar para o ano?
Não sei. Pode ter sido a minha última vez aqui. Vamos ver o que acontece. Talvez dependa um pouco dos Jogos Olímpicos. Mas essa qualificação vai ser decidida este ano, acho. Pode ter sido a minha última vez aqui.
"Aquilo que Supertubos poderia ser e o que é a maior parte das vezes
durante o evento são duas coisas diferentes."
Quais são as tuas melhores memórias em Portugal?
Vencer contra o Jordy. Venci aqui há uns anos. No ano seguinte fiquei em 2º, contra o Adriano de Souza, foi um ano de ondas muito boas. Algumas ondas boas aqui e ali. No ano passado tivemos um dia bom. Mas de um modo geral, aquilo que Supertubos pode ser e o que é a maior parte das vezes durante o evento são duas coisas diferentes. As condições têm sido muito complicadas. No ano passado tivemos muito azar com o vento de sul, e quando o vento parou o swell estava pequeno. Este ano temos tido muito vento de sul. Tem sido uma semana difícil. Ficámos à espera cerca de uma semana à procura de boas ondas. Não tem corrido bem durante alguns anos. Mas houve bons momentos aqui e ali.
Vitória de Slater em Peniche em 2010 (foto: Joli)
"O público português é assoberbante."
Planeias reformar-te?
Sim, se eu me qualificar para os Jogos Olímpicos vou parar por aí.
Podes deixar uma última mensagem ao público português?
O público português foi incrível. É assoberbante, na verdade, há tantas pessoas a ser positivas, a gritar o meu nome e a apoiar-me. Tem sido muito bom estes anos todos. Conheci muitas pessoas incríveis e tive muito apoio. Agradeço muito a todos.
"Estive muito ligado a esta cidade nos primeiros tempos deste evento."
Vais voltar para jogar golf?
Sim, vou voltar só para jogar golf e para o free surf (risos).
O MEO Pro Portugal não vai ser o mesmo sem ti.
Obrigada. Vamos ver. Não sei. Tive muita ligação com o ex presidente da C.M de Peniche e com Peniche ao longo dos anos. Estive muito ligado a esta cidade nos primeiros tempos deste evento. O apoio foi gigantesco e incrível.