Francisco Mittermayer: “A escola não está preparada para acompanhar a vida de um atleta.” Laurent Masurel/WSL quarta-feira, 01 junho 2022 13:30

Francisco Mittermayer: “A escola não está preparada para acompanhar a vida de um atleta.”

Jovem de 17 anos é um nome de destaque da geração de surfistas portugueses.

 

Quando em tempos a SurfTotal contactou Francisco Mittermayer para ser Perfil da Semana, em 2017, denunciou logo que o jovem, agora com 17 anos, era um “novo talento do surf nacional”. Entretanto já não é considerado novidade tendo em conta a sonância constante do seu nome mas mantém o talento intacto. Habituado a competir sobretudo em território português, estreou-se fora de ‘casa’ nos Pro Júniores, este ano, da WSL e eis que alimentou as expectativas e virou os olhares para si quando conquistou a melhor onda do dia (de 9 pontos) e score final (15 pontos) aquando da segunda ronda do Cabreiroa Junior Pro Ferrol.

Ainda há ambições competitivas que espera virem a tornar-se realidade em Portugal e vai tornando gradualmente o que eram sonhos internacionais, para objetivos, agora que abriu a porta. O jovem surfista tenciona fazer do surf profissão e exalta a dificuldade em balancear a vida académica e a vida de atleta, já que a seu ver a escola não está preparada para quem quer seguir um rumo diferente.

Ao olhar para o passado considera que o talento não sofreu alterações mas que a sua geração beneficia de melhores condições para evoluir. Mittermayer quer ser melhor ainda e poder contar brevemente com apoio financeiros e técnicos.

 


Francisco Mittermayer em Carcavelos | Créditos de imagem: Rafael Elias

 

P: Qual é o teu objetivo primordial, a curto e a longo prazo, e quais são os passos que acreditas que são necessários para chegar lá?

R: O meu objetivo a curto prazo é ser campeão nacional sub-18. A médio/longo prazo passa pela competição a 100% e free surf, usando o meu lema "Seek, Surf & Destroy”. Para atingir esse objetivos tenho que evoluir o meu surf tecnicamente, treinar a parte física e mental, ter uma boa alimentação e apoios financeiros e técnicos.

 

P: Como é que conjugas a vida académica com a vida de competição?

R: É difícil. A escola não está preparada para acompanhar a vida de um atleta. Quando não estou em provas aproveito ao máximo as aulas.

 

 

"Como em qualquer desporto abdicamos da vida social"

 

 

P: Do que é que se abdica para se seguir uma carreira no surf?

R: Como em qualquer desporto abdicamos da vida social. Mas no meu caso, não sinto que seja assim. Gosto muito do que faço. O surf é a minha paixão.

 


Créditos de imagem: Pedro Stichini Vilela

 

P: A tua prestação no último pro-júnior foi notável. Qual foi a sensação de competir lá fora num campeonato da WSL?

R: Foi a minha primeira experiência fora de Portugal e foi uma sensação muito boa. Adorei competir com atletas de outras nacionalidades e perceber que o surf português é forte e tem espaço para evoluir.

 

P: Tens alguma actividade que faças por lazer, que te ajude a desanuviar da pressão da competição?

R Para desanuviar da pressão da competição gosto de ir fazer free surf com o meu irmão e com os meus amigos.

 

P: Como gostarias de acabar os teus anos enquanto Júnior?

R: Gostaria de ser campeão europeu.

 


 
Créditos de imagem: Pedro Broeiro

 

P: É interessante o facto de teres um website com o teu “currículo”. Como surgiu essa ideia? É importante um bom posicionamento online para profissionalizar o surf?

R: A ideia surgiu de uma conversa em família em que uma amiga da minha mãe sugeriu a criação de um site. É importante um bom posicionamento on-line. Sou de uma geração que dá muita importância às redes sociais e estas são uma boa ferramenta para comunicarmos e dar visibilidade a quem me apoia e patrocina

 

P: No teu website falas sobre o Andy Irons como o teu modelo, e dizes também que admiras o Kikas, o Toledo e o Colapinto. O que é que estes atletas têm de especial?

R: São quatro grandes surfistas de gerações diferentes. O Andy Irons porque era um surfista fora do seu tempo com atitudes e surf radicais. O Kikas pelo seu surf de rail incrível e pela sua dedicação e trabalho, o Toledo por ser um surfista super consistente e versátil. Por fim o Griffin Colapinto porque gosto imenso do seu estilo e maneira de ser. Mas tenho outros modelos...

 

"Temos o mesmo talento que as gerações anteriores, mas mais condições para evoluir"

 

P: Qual é a tua opinião sobre o actual panorama do surf em Portugal? O que é que a tua geração está a trazer de novo ao desporto?

R: Penso que o surf português está muito forte. As gerações antes da minha fizeram, passo a passo, evoluir o surf em Portugal. Abriram caminhos para que gerações como a minha pudessem aprender com a sua experiência, e isso tornou-nos mais competitivos. Temos o mesmo talento que as gerações anteriores, mas mais condições para evoluir.

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