A Surftotal está no terreno a acompanhar toda a ação que antecede o Quiksilver/Roxy Pro G-Land e também estará presente no decorrer da etapa. Com acesso privilegiado tem-se cruzado quer com atletas, quer com a organização que está por detrás da WSL. Renato Hickel, o Diretor de Tour e Competição da World Surf League cedeu, hoje dia 27 de maio, uma entrevista exclusiva à Surftotal.

Renato começou por destacar a importância deste evento, atendendo ao seu regresso tão aguardado, nomeadamente pelos atletas cuja expectativa está elevada. As sucessivas tentativas falhadas para tornar a dar vida a esta etapa ficaram no passado e alimentaram a ânsia que finalmente acontecesse.

Com as previsões a aludirem para a chegada de um swell logo no início da abertura da janela do evento, dia 28 de maio, que será fugaz, Hickel denunciou a vontade de terminar a prova nos três primeiros dias. Este é um dos pontos positivos do mid-season cut, apontado pelo mesmo, já que se vigorasse o formato anterior nesta etapa, não seria possível começar e terminar o Quiksilver/Roxy Pro G-Land durante o swell.

"O Kelly falou que é o evento mais esperado do ano, que tem mais expectativa por parte dos atletas, e eu concordo com ele."

G-Land | Créditos de imagem: Ed Sloane/WSL

P: O que vai diferenciar esta etapa das restantes?

R: Acima de tudo a expectativa. Fazem 25 anos que estivemos aqui, o último evento foi em 1997 e algumas vezes a própria Quiksilver e antiga ASP [atual WSL] ensaiou de retornar aqui para G-Land, então existe essa expectativa. Não há nenhum surfista no Tour que não tenha escutado sobre a onda, sobre os 3 fantásticos anos que estivemos aqui, em 1995, 1996 e 1997, e os que vieram surfar, principalmente em freesurfs nas viagens com os patrocinadores, e conhecem a onda, queriam um evento aqui. Os nunca vieram tinham a expectativa então acho que essa é a grande diferença. O Kelly Slater falou agora aqui na cerimónia de abertura que é o evento mais esperado do ano, que tem mais expectativa por parte dos atletas, e eu concordo com ele.

P: Vão haver pela primeria vez somente 24 homens e 12 mulheres, como vão ser os heats?

R: Temos um formato de 24 homens e de 12 mulheres, com wildcard em cada um deles. A gente começa no opening round com baterias de 3, nos homens serão 8 heats e nas mulheres 4. A partir daí o vencedor do primeiro round avança direto para as oitavas-de-final na categoria masculina e para as quartas-de-final na categoria feminina. O segundo e o terceiro lugar enfrentam-se no elimination round.

"[No surf] nunca é a mesma coisa, nunca é igual, nunca existem duas ondas iguais, não existem dois eventos iguais"

Macacos ao redor do local do campeonato antes do início do Quiksilver/Roxy Pro G-Land | Créditos de imagem: Ed Sloane/WSL

P: É o modelo perfeito para aqui porque a previsão não é assim tão favorável…

R: Essa é uma das razões, entre muitas, do corte para podermos potencializar a utilização de um swell em formatos menores e é o que parece que vai acontecer aqui. Temos a chegada de um swell no primeiro dia da janela de abertura mas só a partir do meio dia, diz a previsão, e esse swell dura 3 a 4 dias que é o que a gente precisa para terminar o campeonato. Poderá terminar aí, a vontade é essa, porque o próximo swell só entra no último dia da janela, dia 6 de junho. Se a gente tivesse o formato antigo, certamente não iamos conseguir terminar o evento nesse swell, agora temos a chance de fazê-lo e é o que vamos tentar fazer.

P: Se estivesse a falar para uma plateia como é que explicaria o que é o surf?

R: É o esporte mais fantástico do mundo. Eu sou fã de futebol, sou fã de fórmula 1, sou fã de muitos esportes, mas eu não conheço nenhum que tem tanto desafio homem contra natureza. A plasticidade dos locais onde as provas se realizam, o tema único do oceano e da onda e, principalmente, o aspecto de que nunca é a mesma coisa, nunca é igual, nunca existem duas ondas iguais, não existem dois eventos iguais e é essa subjetividade do esporte que é tão excitante.

O Quiksilver/Roxy Pro G-Land, a sexta etapa do Tour, começa dia 28 de maio em G-Land, Banyuwangi, Indonésia, na madrugada portuguesa tendo em conta a diferença horária.