NILTON - Humorista, escritor e... fotógrafo de surf?
Nilton é um apaixonado por fotografia e tem uma forte ligação com o mar.
Nilton é um dos grandes nomes do entretenimento em Portugal, com um currículo enorme que passa pelos palcos, pela televisão e pelas folhas dos livros. Talvez menos conhecida seja a sua presença por detrás das câmaras, isto porque a sua paixão pela fotografia é puramente um hobby, ao contrário das outras formas de arte com que ganha a vida. Só mais recentemente é que decidiu começar a divulgar os frutos dessa sua paixão.
No início deste mês o humorista partilhou na sua página do Facebook registos fotográficos de uma sessão de surf ao pôr-do-sol, que além de servirem como testemunho da sua aptidão para a fotografia, revelaram um surpreendente interesse pelo mar e pelo surf, que talvez seja novidade para muitos. A Surftotal conversou com ele para saber um pouco mais sobre de onde vem a sua ligação com o mar e como surgiu o gosto pelo surf. Descobrimos que o mar sempre fez parte da sua vida e que, apesar de preferir deixar-se ficar pela fotografia, já experimentou o desporto e chegou a ter uma aula com Garrett McNamara. Quanto aos surfistas que protagonizam as imagens, Nilton ainda não descobriu quem são, mas fica aqui o recado para quem souber identificar os "grandes heróis" nas fotografias.
Nilton, ainda antes do surf, quando começou a tua relação intima com a água? E com a água do mar?
O meu bisavô era Madeirense, acho que olhar para o mar será uma coisa de família. E como morei no Algarve 12 anos, nunca tive como fugir da água.
Sabemos que tens começado uma interessante “carreira” como fotografo recreativo, onde se enquadra essa faceta na tua vida?
Eu sempre fotografei, o que acontece é que agora decidi começar a divulgar algumas coisas. Sempre foi um escape e mantenho a mesma lógica que é a de fotografar por hobby e não como um trabalho. Isso dá-me a liberdade de fazer só o que me apetece e da forma como quero.
"Estive três dias a perseguir aquelas fotos."
Estas fotos que vimos no teu Facebook têm muita alma, como tudo aconteceu?
A sessão da Arrifana mostra o quão apaixonado sou pela fotografia porque estive três dias a perseguir aquelas fotos. Primeiro dia a perceber onde o sol descia. Segundo dia a perceber onde os surfistas estariam e quando dei por mim estava demasiado à frente e não conseguia enquadrar os surfistas com o sol atrás. Só ao terceiro dia e depois de muito correr por cima de pedras é que finalmente consegui aquilo.
Que momento foi mais atrativo para ti nestas fotos?
Como acontece na maioria das fotos o que mais adoro é o facto daquilo ser irrepetível. Aconteceu naquele dia numa conjugação das condições do mar, dos surfistas que lá estavam (esses os grandes heróis das fotos e nem sei quem são porque eles saem da água por outro sítio e não tive como chegar a eles), e o sol estar no sítio certo. Ainda tentei repetir no dia seguinte mas as ondas estavam muito altas e só havia 2 surfistas na água e já não foi possível. Convém lembrar também que são 5 minutos ou menos em que o sol desce àquela altura da água e desaparece. É um milagre ter conseguido conjugar todos aqueles factores.
"Já fiz umas brincadeiras no surf,
mas prefiro deixar para quem sabe."
E Surf já faz parte da tua vida? Já surfaste alguma vez?
Já fiz e já me magoei no Brasil onde até tive de andar de colar cervical. Já fiz umas brincadeiras com a paciência infinita do McNamara numa aula em Peniche e já fiz um curso de KiteSurf, que é na verdade o meu preferido. Mas prefiro deixar para quem sabe e ficar só pela fotografia e vou incentivando o meu filho mais velho, que faz muito bem.
"Nunca fez tanto sentido investir no surf."
O que significa para ti o Surf? Como o vês no panorama social e desportivo?
Acho que num país com uma costa tão grande deveria haver mais investimento no surf, até por parte dos governos. Investimentos em escolas, em patrocinadores, em criar mais condições para as pessoas irem ver surf. A Nazaré onde fotografo muita vez é um bom exemplo. Vão ali milhares de pessoas quando há ondas grandes, mas apesar da luta da câmara e da empresa municipal, ainda estão muito longe de conseguirem dar as condições que aquilo merece a quem vai assistir. E isto tem de ser pensado acima, numa lógica de investimento do país em algo que deveria ser um desporto nacional porque as condições foram-nos dadas. Custam zero. E mesmo sem esses apoios temos vários surfistas portugueses nos circuitos mundiais há muitos anos e numa altura em que se promove a preservação do planeta, nunca fez tanto sentido esse investimento num desporto que tem emissões zero e promove como nenhum outro a preservação dos mares.
Vens a Peniche ver os MEO Pro Portugal Alguma ou algum surfista que admires em particular? Porquê?
Este ano não fui a Peniche porque ando a gravar e não consegui gerir entre o Pai Uber que sou e tudo o resto. Mas sou muito nacionalista nestas coisas. A apoiar, é sempre os nossos em primeiro lugar.
Algo mais a dizer?
Espero que haja Arroz Doce em mais restaurantes.