A EXPERIÊNCIA DE JÁCOME CORREIA EM PIPELINE - HAWAII
É já a sétima temporada do jovem Português no Hawaii...
O açoriano Jácome Correia, de 21 anos de idade, é um dos jovens surfistas a quem o futuro do surf português pertence. Jácome encontra-se neste momento no North Shore Hawaiano onde participou no Volcom Pipe Pro e aproveita para ficar na Universidade do Surf até Março de 2020.
A Surftotal esteve à conversa com o antigo campeão nacional esperanças sub-14 e 16, (títulos conquistados entre 2012 e 2014). Eis o ponto da situação possível.
Jácome a arriscar muito ! Arquivo Pessoal
"O maior objetivo é surfar o mais possível lado a lado
com alguns dos melhores do mundo"
Vamos falar em primeiro lugar de temporadas. No surf e no Hawai principalmente há essa palavra muito presente. Esta é a tua primeira, segunda ou qual é esta tua tenporada Hawaiana? Quando chegaste? Quais os objetivos e quando voltas para Portugal?
É a minha sétima temporada no Havai. Cheguei dia 15 janeiro e volto para Portugal dia 6 de março. O maior objetivo é surfar o mais possível lado a lado com alguns dos melhores do mundo, mas também iniciar a época competitiva com dois campeonatos em ondas desafiantes neste lugar que é quase uma segunda casa para mim.
Após estas tuas temporadas e experiências podes explicar porque razão é tão importante ou fundamental para um surfista passar temporadas no Hawaii?
Acho que é muito importante passar algum tempo no Havai por várias razões. Primeiro, há uma grande variedade de ondas num sitio relativamente pequeno; para além disso, há muito bom surf aqui o que nos motiva, ainda mais, a sermos melhores surfistas. Pessoalmente, adoro vir para aqui pelo estilo de vida e porque a ilha é muito semelhante ao sitio onde cresci – São Miguel, Açores.
"Sem ser no campeonato, é dificílimo apanhar ondas em Pipe,
quase que aprendemos a surfar só a ver os outros"
Jácome no Volcom Pipe Pro - Click por WSL
Vamos falar agora do QS 5000 Volcom Pipe Pro, chegaste este ano à ronda 3. Conta-nos porque razão a tua presença no evento e como foi a experiência?
Já tinha participado neste evento em 2018 e, por acaso, acabou por correr melhor nesse ano, porque cheguei ao round 4. Este ano, infelizmente, depois de já ter feito o heat do round 2 e me sentir mais confortável a surfar Pipeline, acabei por me magoar a meio do heat do round 3 e não consegui continuar. Faço questão em vir a este campeonato porque, para além de ser o único WQS numa onda do WCT, estou a surfar só com mais três pessoas na água, o que já é compensador.
As ondas estavam boas? Como é surfar pipeline? É de facto uma onda especial? A mais perigosa e desafiante onda do mundo mas na qual simultaneamente se pode ter um momento ou momentos que podem mudar por completo a carreira de um surfista?
Tivemos a sorte de apanhar Pipeline quase perfeito durante os primeiros dias do campeonato. Sem ser no campeonato, é dificílimo apanhar ondas em Pipe, quase que aprendemos a surfar só a ver os outros: onde se sentam no pico, que ondas apanham, que pranchas levam, etc. É uma onda especial, mas não é única. Ou seja, é perigosa e desafiante, no entanto, é possível surfar ondas tão boas ou melhores noutros sítios do mundo. Pipeline tem a capacidade de te tornar mundialmente reconhecido por um grande tubo, mas também por um wipeout que nos pode tirar fora de água por muito tempo.
"Os surfistas locais Hawaianos são muito fechados,
pelo que é difícil fazer amizades."
Por falar em carreira, este ano de 2020 qual ou quais os teus grandes objectivos?
Este ano de 2020 um dos meus principais objetivos não passa pelo estrangeiro. Vou focar-me no circuito nacional, onde pretendo atacar com ainda mais força e retirar resultados mais consistentes do que o ano passado.
Com quem estas no Hawaii, onde estas a ficar e Porquê?
Estou a ficar no Havai com a minha segunda família, que me recebe sempre muito bem e eu sou muito grato por isso. Vim com o Luis Perloiro e encontrámos cá o Gabriel Ribeiro e o Aran Strong.
Pipeline a onda mais icónica do mundo do Surf. / Tony Heff / World Surf League
"Pipeline é uma onda especial...., perigosa e desafiante"
Como é a relação com os surfistas locais aí? É fácil fazer construir amizades ? É importante ?
Os surfistas locais são muito fechados, pelo que é difícil fazer amizades. Mas acredito que seja importante porque nos facilita a vida dentro de água.
Jácome nas actividades alternativas ao Surf. Aqui na companhia de Luis Perloiro!
"Quando o mar não está com grandes condições,
aproveito para fazer uns trilhos e conhecer partes da ilha"
Conta-nos um pouco do teu dia a dia aí?
Quando estou aqui gosto de surfar o maior tempo possível, mas quando o mar não está com grandes condições, aproveito para fazer uns trilhos e conhecer partes da ilha que ainda não tive oportunidade de ir.
Muitos surfistas Portugueses aí no Hawai? Tem havido outros portugueses a fazer temporadas no North Shore hawaiano?
Este ano não somos muitos, mas já me cruzei com vários treinadores que vêm cá com alguns surfistas mais novos.
Algo mais a dizer?
Por fim, queria só dizer que estou muito contente por poder passar aqui algum tempo e agradecer à minha família havaiana, Celma, Dylan e Elena, por me acolherem sempre tão bem e me fazerem sentir em casa. Obrigada à Polen pelas melhores pranchas e a todos os patrocínios que tornaram esta viagem possível: Quiksilver, Fonte Viva e Turismo dos Açores.
"Em 2020 Vou focar-me no circuito nacional,
onde pretendo atacar com ainda mais força."
No Topo do North Shore.