Os seis Presidentes da direção da Federação Portuguesa de Surf. Da esquerda para a direita e segundo ordem cronológica(ver corpo da noticia) Os seis Presidentes da direção da Federação Portuguesa de Surf. Da esquerda para a direita e segundo ordem cronológica(ver corpo da noticia) terça-feira, 31 dezembro 2019 04:04

"FOI GRAÇAS AO CLUBE DE PESCA DA ERICEIRA QUE SE FUNDOU A F.P.S." - ANTERO DOS SANTOS

1º Presidente da Federação Portuguesa de Surf fala à Surtotal.

O orgão máximo do Surf Nacional, a entidade que regulamenta o surf no nosso país, fez este ano de 2019, três décadas de existência. Constituída em 1989 e liderada até 1992 por Antero dos Santos, foi na Presidência do Vianense (1992 – 1994), Adolfo Stuart que viu a sua casa arrumada e organizada. Após isso mais quatro Presidentes passaram pela direção da Federação Portuguesa de Surf que é agora dirigida por João Aranha(desde 2013).

Estivemos à conversa com os diversos Presidentes que se dispuseram a lembrar a história deste importante orgão oficial do Surf.

 

Hoje tivemos o privilégio de ter o fantástico testemunho de Antero dos Santos, advogado de profissão e primeiro presidente da Federação Portuguesa de Surf.

 

 

*Antero dos Santos, Presidente da direcção 1989 –1992(click por Náutica Press)

 


Surftotal:Antes de começarmos as quatro perguntas que estamos a fazer aos Presidentes da Federação Portuguesa de Surf numa altura em que se celebram os 30 anos da sua existência quer dizer algo em tom de introdução?


Antero dos Santos:Agradeço muito as perguntas, porque me faz recordar uma época com muitos desafios para o Surf.
Não sei se sabe, nessa altura eu era ainda dirigente da Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas(FPAS) da qual também fui fundador.  
Falo nisso porque houve a intenção da FPAS, depois de ter apoiado a realização da célebre Prova de Ribeira de Ilhas, a primeira prova de Surf em Portugal, organizar e dirigir a modalidade.
Eu fui um dos que estava contra e decidi com o pessoal de São Pedro do Estoril, fundar o Surfing Clube de Portugal e incentivar as praias a fundarem Clubes.
Foi assim que surgiram os clubes de Carcavelos, Costa da Caparica e Aveiro. Não era fácil constituir clubes, porque era preciso Estatutos e Escritura num notário com adultos. E o problema era de não haver adultos disponíveis.
Foi graças ao Clube de Pesca da Ericeira, que aceitou enviar dois dirigentes ao notário que se fundou a Federação Portuguesa de Surf.
Foi um período muito complicado, até para a Direcção-Geral dos Desportos aceitar a modalidade.

 

 

"Foi preciso convencer o Prof Miranda Calha, o Director-Geral na altura,

que não ia aceitar uma Federação de drogados."

 

 


Qual o seu maior desafio enquanto Presidente da Direcção da Federação Portuguesa de Surf?

- Foi ter a FPS aceite na DGD. Foi preciso convencer o Prof Miranda Calha, o Director-Geral na altura, que não ia aceitar uma Federação de drogados. Antes pelo contrário, o nosso trabalho era de tirar quem tivesse agarrado e desmotivar alguém pelo elevado esforço físico que a modalidade exige

 

 

"Falei com as Câmaras Municipais de Cascais e Oeiras,

para as instalações, mas apenas deram taças."

 



Porque razão decidiu concorrer com uma lista para a Presidência da FPS?

Antero dos Santos:Eu era o mais velho de todos e calculava, dada a minha experiência de dirigente desportivo, que seriam difíceis as relações com a DGD. Não haviam instalações disponíveis para a sede, e tinha uma sala livre no Notícias do Mar, com extensão telefónica, para o Pedro Mello, o primeiro Secretário-geral da FPS trabalhar. Foi ele que fez os Regulamentos das Provas.
O problema da sede era muito importante, porque tínhamos de efectuar as Assembleias Gerais em lugares emprestados ou alugados.
Falei com as Câmaras Municipais de Cascais e Oeiras, para as instalações, mas apenas deram taças.
Quando o Adolfo Stuart, do Surf Clube de Viana do Castelo, me disse que o presidente da Câmara Municipal estava disposto a apoiar  a modalidade com instalações, fizemos lá a Assembleia-Geral e a Direcção ficou em Viana do Castelo e deixei a presidência.

 

 

"O Surf agora dispõe de uma forte economia

e Portugal passou a ser um excelente destino para o turismo."

 



Como vê o estado do surf em Portugal na actualidade? O que acha que precisa de ser melhorado?

Antero dos Santos:O Surf passou a ser uma modalidade, com extraordinários resultados desportivos. Hoje é praticado por largas centenas de milhar de amadores, com o Pedro Martins de Lima à frente e milhares de profissionais. O Surf agora dispõe de uma forte economia e Portugal passou a ser um excelente destino para o turismo.
O que acho que deve ser melhorado? Aquilo que nunca se conseguiu, que todos os clubes de praia tivessem balneários para os associados guardarem as roupas enquanto vão para o mar e depois tomarem um duche, antes de irem para casa, principalmente no Inverno.

 

 

 

"Aquilo que nunca se conseguiu,

que todos os clubes de praia tivessem balneários para os associados"


 

Qual a sua melhor memória enquanto Presidente da Federação Portuguesa de Surf?

Antero dos Santos:Foi terem-se conseguido organizar os Campeonatos Nacionais e arranjar medalhas e taças para os surfistas. E foi também o início dos patrocínios para as taças e até para os jantares.

 Que o 2020 seja um bom ano para si e também para o Surf. Quem sabe, um medalhado Olímpico!

 

 

 

 

Desde 2013 que a Federação Portuguesa de Surf tem vindo a ser presidida por João Aranha.

 

*Mantém-te atento para as próximas entrevistas com o ex dirigentes do orgão máximo do surf nacional.

 


Presidentes da Federação Portuguesa de Surf (F.P.S.)
:


1989 – 1992 – Antero dos Santos
1992 – 1994 – Adolfo Stuart
1994 – 1996 – António Azevedo
1996 – 2002 – José Soares
2002 – 2004 – João Guilherme Bastos (presidente interino até às eleições)
2004 – 2013 – João Guilherme Bastos
Desde 2013 – João Aranha

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