"EM 2019 ESTAREI MAIS FOCADO A NÍVEL INTERNACIONAL" - MIGUEL BLANCO
Entrevista a Miguel Blanco, um dos maiores ícones atuais do Surf Português.
Miguel Blanco, Português, 23 anos de idade, Campeão Nacional de surf 2018, saltou para o estrelato do surf mundial o ano passado apostou numa sessão de surf com ondas épicas em Nias-Indonésia. Por falar em apostas conhece a Nossa Aposta código de bónus?. Aí fez a capa da mais famosa revista de surf do Mundo, a Norte Americana Surfer.
Esta é uma entrevista feita hoje, dia 15 de Fevereiro, ao Miguel Blanco, um dos maiores ícones atuais do Surf Português.
Surftotal: Como estás a encarar a época de 2019, em termos de motivação e objectivos? Vais tentar a renovação do título nacional ou focar-te no Mundial de Qualificação?
Miguel Blanco:Claro que renovar o título Nacional seria incrível. A nossa Liga Nacional tem um excelente nível de surf e é bastante competitiva mas os meus objectivos estão focados um pouco mais a nível internacional, não só em campeonatos mas também a nível de exposição, surf trips ou projectos em paralelo. A qualificação é um objectivo mas ainda está um pouco distante e não quero estar associado apenas a um ranking ou ao último resultado que fiz. Para mim o surf tem a vertente do sonho, aventura e desafio. Gosto de ondas pequenas, ondas grandes, ondas perfeitas e não me vou estar a limitar à competição.
Surftotal:Já tens a época planeada em relação às competições em que vais entrar? WQS e LIga Nacional? Como vai ser o teu ano?
Miguel Blanco: Vou começar o meu ano competitivo com o WQS em Noronha e de seguida a 1ª etapa da Liga Meo antes de partir para a Austrália para fazer 2 WQS’s. Talvez na Austrália, se vier algum cyclone swell como veio o ano passado na mesma altura, gostava de ir a Snapper. Já lá fui mas nunca apanhei good to epic. Também gostava de explorar um pouco os slabs em Sydney e se der ficar lá para apanhar umas ondas com o meu amigo Kipp Caddy. Vou sempre tentando escolher os WQS’s com em boas ondas para fazer os dois. Ao longo do ano, vou ajustando o plano, mas está previsto fazer os QS’s em Portugal, Chile e África do Sul. Japão, por exemplo, é um sítio que não quero ir.
*Miguel durante a sessão em Nias - Indonésia onde saltou para o estrelato do surf mundial ao fazer a capa da mais famosa revista do Mundo - a Surfer - click por Justin Buulo
Surftotal: Agora és atleta de um clube histórico no desportos português mas sem expressão no surf. O que é que te levou a aceitar este desafio no GD Estoril Praia?
Miguel Blanco: Cresci na linha do Estoril. Passei muito tempo da minha infância em São Pedro do Estoril e na Poça. Sempre quis estar associado a um clube local. Comecei no Surfing Club Portugal, numa altura que nem pensava que alguma vez estaria aqui a escrever esta entrevista (ahah, aos 8 anos creio) pois comecei a surfar na Praia de São Pedro. Depois fiz parte do Surfing Club Costa do Sol da praia da Poça porque treinei com o David Raimundo e o Nuno Telmo durante os meus primeiros anos de competição até quase ao final da carreira Júnior (20 anos). Quando comecei a treinar com o Zé Seabra, decidi retribuir um pouco à praia onde cresci e voltei para o Surfing Club Portugal por 2 anos. No final de 2018, surgiu uma proposta do Estoril Praia e assim começou uma nova parceria e fase desportiva. Sendo um clube histórico com bastante visibilidade mas sem expressão no surf nacional até ao momento, acho que não poderia ser melhor desafio integrar-me num clube que está agora a apostar no surf e, acima de tudo, um clube que me identifico por partilharmos as mesmas raízes, o Estoril . O cuidado e atenção que eles têm com os atletas também é bastante maior e mais personalizado, com infraestruturas de treino ao mais alto nível.
Surftotal: Há uns bons anos o Benfica teve um projecto ligado ao surf que entretanto terminou, depois de tu teres sido anunciado no Estoril Praia o Sporting fez parcerias com duas escolas na Praia de Carcavelos. O que é que os clubes que se dedicam quase por inteiro ao futebol podem trazer ao surf?
Miguel Blanco: Estes clubes grandes podem trazer outra dimensão ao surf nacional. Mais exposição, melhores infraestruturas e condições. No fundo, contribuir para o progresso e evolução do surf em Portugal.
Surftotal:Em termos técnicos o que pretendes do teu surf em 2019? Vais apostar em algum tipo de manobras específicas? Em que aspecto vais trabalhar mais este ano?
Miguel Blanco: Em 2019 procuro continuar a desenvolver o meu surf para ficar ainda mais sólido. Vivo agora na Ericeira. Quero afiar mais o surf, pondo mais rail, tubos maiores e mais profundos e aéreos mais altos.
Surftotal:Vens de uma lesão. O que é que te aconteceu? Ficaste muito tempo impossibilitado de surfar? Já estás a 100%?
Miguel Blanco:No final de 2018 sofri uma lesão no menisco e no ligamento lateral interno. Estive-me a tratar entre a Joaquim Chaves, o Estoril Praia e a Federação Portuguesa de Surf. Felizmente não foi preciso operar mas custou um pouco a recuperar e só agora é que estou a voltar ao surf. Sinto que ainda não estou a 100% pois tive quase 2 meses fora de água mas estou satisfeito com a recuperação e em breve vou estar a 100%.
*Blanco priveligia também as viagens pelo mundo pois considera que o surf vai muito mais além do que apenas competição
Surftotal:Sentes-te pronto para a tua primeira competição de 2019, o QS6000 em Fernando Noronha, Brasil, que arranca já a 19 de Fevereiro? Conheces a onda onde vais começar a época competitiva? Já surfaste em Fernando Noronha? Sabes o que te espera?
Miguel Blanco:Fernando Noronha é um campeonato um pouco diferente dos outros. A praia da Cacimba do Padre é um beachbreak de água quente bastante parecido com Supertubos e por isso mesmo optei por ir na viagem, também com a intenção de voltar ao ritmo de surf depois da lesão. Já lá estive há uns anos também com a SurfTotal e adorei! Queria muito voltar e achei que esta seria uma óptima oportunidade. Durante a viagem vou estar com o fotógrafo Henrique Pinguim a produzir conteúdo e vai entrar um bom swell logo nos primeiros dias! Estejam atentos!
Surftotal:Este ano a armada portuguesa que anda no WQS vai contar com o Kikas. Claro que, como todos os portugueses, preferias que o Frederico tivesse continuado no WSL, mas teres a companhia de um surfista como ele no WQS pode acabar por ser benéfico? Se sim, em que aspectos?
Miguel Blanco: Foi com muita pena que vi o Frederico a cair do WCT mas tenho a certeza que há de voltar para o tour em breve. Ele já fazia os WQS’s no ano passado ao mesmo tempo que corria o WCT. Mas claro que ter mais um português no circuito é sempre bom para puxar o nível uns dos outros.
Surftotal:Em termos de equipamento, há alguma alteração nas tuas pranchas que estejas a introduzir para este ano? Estás contente com as pranchas que tens?
Miguel Blanco:Não tenho patrocínio e por isso estou aberto em relação a pranchas e tento ir buscar as melhores pranchas que se adequem ao meu surf. Em Portugal faço bastantes pranchas na Semente e algumas na Org. AlMericks da Pukas, DHD’s da Austrália e Mayhems da Califórnia. As minhas medidas base são 5’10 183/8 21/4 mas vou alterando ligeiramente consoante o tipo de ondas que surfo. Para surfar na Ericeira é bom ter pranchas mais sólidas para puxar nos carves, mas nos WQS’s, principalmente na Europa, é bom ter pranchas mais leves e soltas porque costumam ser ondas mais pequenas e de verão.
Surftotal:Costumas ver a SurfTotal? Se sim, refere a última coisa que viste por aqui! (sem ser esta entrevista, claro!)
Miguel Blanco:Quase todos os dias, keep updated!