Mariana Rocha Assis foi destaque na 3.ª etapa da Liga. Mariana Rocha Assis foi destaque na 3.ª etapa da Liga. Foto: Pedro Mestre/ANSurfistas quinta-feira, 07 junho 2018 11:22

Mariana Rocha Assis: “Quero continuar a subir ao pódio na Liga”

Surfista da Linha de Cascais faz o ponto da situação…

 

Em grande forma, Mariana Rocha Assis aproveitou as ondas do Cabedelo do último fim de semana para selar um espetacular terceiro lugar na 3.ª etapa da Liga MEO Surf 2018, o Allianz Figueira Pro. Em boa hora e o motivo ideal para fazermos um ponto da situação para vermos o que anda a preparar para a restante temporada.

 

Surftotal: Parabéns! Que grande resultado e performance no Allianz Figueira Pro no último fim de semana. Fala-nos dessa etapa, de como correu para ti e das ondas que encontraste na Figueira?

MRA: É verdade, um terceiro lugar é sempre um ótimo lugar numa Liga MEO. Fiquei mesmo contente de voltar ao pódio que é sempre uma boa sensação. As ondas não estavam tão boas como no ano passado, mas mesmo assim a Figueira é aquele sítio que nunca desilude e acabamos sempre por apanhar altas.

 

Depois deste terceiro lugar, que objetivos tens para a presente temporada competitiva?

MRA: Vou agora para o México, onde tenho um QS6,000, depois o resto do ano será a fazer todos os WQS possíveis e viajar ao máximo para evoluir. Claro que na Liga também quero continuar a fazer finais. No entanto, tenho que conciliar com a faculdade, mas tenho a certeza que quando queremos as duas coisas, conseguimos fazer tudo.

 

“(…) a Figueira é aquele sítio que nunca desilude 

e acabamos sempre por apanhar altas”

 

- Por casa, na Azarujinha, a quebrar barreiras. Foto: Pedro Conceição

 

Como viste o nível de surf apresentado por todas as raparigas nesta prova?

MRA: O nível está altíssimo, desde o primeiro round ao último. Já não existe aquele primeiro heat que é na boa. Cada vez vemos miúdas mais novas a destruírem. A Kika [Veselko], por exemplo, ficou em terceiro lugar como eu, tive pena de não nos termos encontrado na final. (risos) Ia ser a risada de certeza, pois é uma grande amiga com quem viajo muitas vezes.

 

De toda a concorrência que tens vindo a observar, qual a atleta que a teu ver apresenta o melhor nível de surf?

MRA: Sinceramente, nem sei responder bem a essa pergunta, até como já disse todas tão a destruir. Existe o clássico top 3, a Camilla [Kemp], a Carol [Henrique] e a Teresa [Bonvalot], que acho que não é preciso falar. E depois temos duas atletas que se têm destacado, na minha opinião, a Mafalda [Lopes] e a Yolanda [Sequeira]. Elas têm estado muito consistentes e cada vez melhores.

 

“[Na Liga] Já não existe aquele primeiro heat que é na boa”

 

- A usar o backhand nas direitas do Cabedelo. Foto: Pedro Mestre/ANSurfistas

 

Fala-nos da importância da Liga MEO Surf para a evolução do surf feminino… 

MRA: A Liga MEO, sem dúvida, tem um peso muito grande no que diz respeito a evolução do surf feminino. Ainda por cima, nós, miúdas, temos a sorte de ter uma etapa a mais e completamente dedicada a nós [na Costa Nova, Ílhavo]. As mais novas podem surfar com as mais velhas, não só para aprenderem, mas para ficarem cada vez com mais pica e tornarem-se melhores. Depois a parte do live stream é incrível, pois temos a oportunidade de ver o heat todo e perceber as nossas falhas.

 

A Liga MEO Surf é muito provavelmente uma das melhores ligas nacionais do Mundo. Diz-nos o que mais gostas da Liga e qual a tua etapa preferida?

MRA: Eu tenho a certeza que a Liga MEO é das melhores do mundo. Tenho a sorte de poder viajar e de já ter assistido a vários campeonatos nacionais à volta do mundo, sem dúvida que é muito melhor que muitos sítios onde o surf impera. Provavelmente, a estrutura, organização e tudo o resto dá 10 a 0 a muitos WQS que já fui a nível mundial. O que mais gosto da Liga é, sem dúvida, ser muito familiar, as pessoas conhecem-se todas, existe um ambiente espetacular. A minha etapa preferida, em termos de ondas, é a Ericeira, sem dúvida. O bom que é puder apanhar Ribeira clássico só com três pessoas dentro de água. Em termo de se estar, talvez o Porto, mas, claro, é sempre bom estar em casa quando é a de Cascais.

 

“Eu tenho a certeza que a Liga MEO é das melhores do mundo"

 

- Na Figueira, com Gony, Teresa e João Vidal. Foto: Paulo Natividade

 

O ano passado terminaste em 11.º lugar e neste momento ocupas a sétima posição do ranking. Um dos teus objetivos para 2018 passa por atacar os lugares da frente? 

MRA: No ano passado estive mais focada no skate, ganhei ainda quatro etapas mundiais, mas, infelizmente, acabei por me magoar na última que fiz. Dai a razão de no ano passado não ter ido a muitas etapas da Liga. Este ano espero cá estar em todas, vou fazer por isso e, claro, atacar os lugares cimeiros.

 

Em termos de performance, quais dirias serem as tuas grandes vantagens e desvantagens? Como estás a tentar melhorar? 

MRA: Em termos de performance, acho que as minhas vantagens são esquerdas, sem dúvida. Provavelmente, tenho o síndrome dos goofy footers que até num pointbreak de direitas acabam por encontrar uma esquerda. (risos) Vivo em frente à melhor praia do mundo, onde habitualmente surfo e o pico principal é esquerdas. As desvantagens passam um bocado por direitas, ou seja, pelo meu “backhand”, mas que tenho andado a treinar para ficar cada vez melhor.

 

“Tenho o síndrome dos goofy footers que até num

pointbreak de direitas acabam por encontrar uma esquerda”

 

- Ataque ao lip em alta velocidade. Foto: Pedro Mestre/ANSurfistas

 

Uma última questão. Que tipo de quiver usas? É o mesmo para free surf, competição nacional e internacional? Que tipo de características procuras nas pranchas do dia-a-dia?

MRA: Eu este ano mudei de quiver e de shaper. Estou neste momento na equipa da Polen Surfboards. Só lhes tenho a agradecer pelo excelente trabalho, porque, sem dúvida, são as melhores pranchas que já tive. No free surf tenho uma twin tail, das pranchas mais divertidas que já tive, é ótima para ondas compridas. Depois tenho várias pranchas para treinar, que são as mesmas com que compito. Uso o modelo Slang 5’3x17x2 que são as minhas pranchas de mar normal. Depois tenho de epoxy 5’1x17x2, ótima para ondas pequenas e sem força.

 

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Entrevista_ AF

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