Continuamos a dar espaço a talentos e imagens de novos fotógrafos de surf. Por esse motivo, optámos por revelar esta quarta-feira um novo Raio X. Gonçalo Forjaz Trigueiros é um dos fotógrafos que podemos encontrar pelas praias portuguesas e que nos conta já de seguida o que o move no meio da Fotografia.

Fica a conhecer então o seu trabalho...

Todas as imagens de Gonçalo Forjaz Trigueiros | Instagram

Antes de mais, faz-nos uma apresentação pessoal. 

Olá. Chamo-me Gonçalo de Miranda Saraiva Forjaz Trigueiros, nasci a 11/06/1971, em Lisboa, onde vivi até 2001. Desde sempre que me lembro ando com uma máquina fotográfica no bolso. Mesmo durante a faculdade, a fotografia esteve presente na minha vida, nomeadamente fazendo workshops no estrangeiro, nas férias. Foram particularmente interessantes o que fiz em Israel. Vivo na Ericeira há 5 anos, sendo o facto de esta ser uma Reserva Mundial de Surf um factor determinante nesta minha decisão. Mantenho, no entanto, uma forte ligação a Carcavelos onde vivi durante 10 anos.

Decidi ser Fotógrafo Profissional Freelancer no início de 2017, consciente dos riscos, nomeadamente financeiros, de abraçar esta profissão, mas não quero passar o resto da minha vida em trabalhos que não me motivam. A fotografia de surf é a minha verdadeira paixão e é o que quero fazer. 

O que mais te motiva na Fotografia?

O que me motiva na fotografia é captar momentos únicos e irrepetíveis, de poder congelar a magia daquele instante e poder partilhar as imagens.

Tens um sítio preferido para fotografar?

Quanto ao local, o mar será sempre o mar, a praia, as escarpas da nossa costa, os atletas, as pessoas… Será também sempre onde esteja a Ação, nas ondas e onde esteja a Emoção, nos bastidores, onde os atletas espelham os sentimentos de uma grande performance ou de uma menos boa, mas sempre com o ambiente caloroso de amigos e admiradores.

Que tema preferes e quais os teus fotógrafos favoritos?

Indiscutivelmente o Surfing em todas as suas modalidades. Admiro muito o trabalho magnífico de Chris Burkard, Warren Keelan, Tim McKenna e Ray Collins.

A lente de que mais gostas? Porquê?

Gosto de lentes de longo alcance, que são as que utilizo. A lente de que mais gosto é a Canon EF 400mm f/2.8L IS II USM, que vou adquirir em breve. Estou obcecado, não penso noutra coisa. 

Qual a tua melhor fotografia de sempre?

Para quem, como eu, que tem dezenas de milhares de fotografias, seria uma tarefa hercúlea eleger uma só dentre elas, mas gosto muito da harmonia duma fotografia que tirei aqui na Ericeira, que já tem algum tempo.

O que faz de ti um fotógrafo diferente? 

Como seres humanos somos todos diferentes, logo, o olhar que capta o momento, o atleta, nunca será o mesmo quando feito por dois fotógrafos. Creio também que a edição das imagens se está a tornar cada vez mais relevante e a maneira como o faço distingue-me da maioria, tendo como objetivo otimizar os pontos fortes de uma fotografia, aquilo que capta de imediato a atenção de quem a vê. Não procuro só o impacto de uma excelente foto de um grande atleta profissional, mas também dar visibilidade às novas esperanças portuguesas. E há tantas! E precisam de ver divulgado todo o seu trabalho e empenho, com imenso esforço pessoal e poucos patrocínios, como é o caso de Martim Carrasco, Francisco Carrasco, Pedro Rua, Neco Pyrrait, grandes promessas no panorama do surf nacional e internacional. Não posso deixar também de falar em todos os atletas do Ericeira Surf Clube, com o qual tenho colaborado duma forma mais estreita e pessoal, promessas do surf e da sua direção com a qual colaboro sempre que posso. Neste contexto não posso deixar de aplaudir o vosso trabalho, da "SURF TOTAL", na divulgação do nosso trabalho, dos fotógrafos e a quem desde já agradeço publicamente.

Um sítio onde gostarias de fotografar?

Não sendo um madrugador, mas sim um noctívago inveterado, mal do qual nunca me curarei, adoraria que houvessem alguns campeonatos noturnos. (risos) Agora mais a sério, quero fotografar toda a nossa costa oeste, única no mundo.E não sabendo exatamente quando, não deixarei nunca de fotografar Pipeline, no Havai, e Teahupoo, no Taiti.

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Aproveita e vê o Raio X anterior, AQUI.