Uma curva bem forte durante a etapa da Liga Meo no Porto o ano passado. Uma curva bem forte durante a etapa da Liga Meo no Porto o ano passado. Foto: ANSurfistas/Pedro Mestre terça-feira, 03 abril 2018 15:46

Camila Costa: “Tenho vontade de competir e esforçar-me nas restantes etapas europeias”

Falámos com a jovem atleta lusa que recentemente fez a final do Caparica Junior Pro… 

 

Camila Costa, de 17 anos, foi uma das atletas portuguesas que esteve em evidência no Caparica Primavera Surf Fest 2018. A campeã nacional sub-18 em título, mostrou-se segura e bem consistente nas águas da margem sul. Como consequência do bom desempenho, a atleta, oriunda das Caldas da Rainha, acabou por alcançar a final do Caparica Junior Pro, a etapa do circuito Pro Junior europeu da WSL que teve lugar na Costa de Caparica a semana passada. Numa breve troca de palavras, ficámos a saber o que prepara para a restante temporada: 

 

Surftotal: Que grande resultado o do Pro Junior na Caparica. Fala-nos de como correu esse campeonato e também se é teu objetivo ficar nos lugares cimeiros no europeu no final do ano? 

Camila Costa: Este campeonato foi muito positivo. Estive focada, mas de uma forma equilibrada, sem muita pressão. Apesar de na final ter faltado concluir as manobras finais, consegui fazer várias notas boas ao longo do campeonato. Portanto estou feliz. Tenho vontade de competir e esforçar-me nas restantes etapas europeias, ainda que não tenha certezas quanto à presença nas de França. Mas há uma forte probabilidade de comparecer.

 

De toda a concorrência que observaste na Caparica, quem dirias que apresentou o melhor nível de surf? 

CC: É difícil escolher apenas uma atleta... No Pro Junior, as três eleitas seriam, para mim, a Mafalda [Lopes], a Nadia [Erostarbe] e a Anat [Lelior], pela inovação de manobras, a consistência e o estilo. São surfistas que gosto de ver surfar, o que nem sempre acontece no surf feminino, mesmo no profissional, em comparação com os rapazes.

 

"É importante criar uma ligação "espiritual" com o mar,

porque é mais fácil competir quando nos estamos a divertir"

 

- Alegria na vitória da final nacional de esperanças de 2017, na Praia da Maceda. Foto: Pikas Photography

 

Num evento de tantos e grandes talentos, o que é mesmo importante para um competidor se dar bem?

Penso que seja concentrarmo-nos em nós mesmos, tentando abstrair-nos do surf dos outros. É também importante criar uma ligação "espiritual" com o mar, porque é mais fácil competir quando nos estamos a divertir. E, claro, ouvir o treinador e levar uma estratégia algo definida para o heat, com a noção de que o mar muda e de que temos de saber adaptar-nos.

 

Este inverno foi de muito frio e tempestades, mas também de grandes ondas. Como te preparaste para a nova época competitiva? 

Tenho feito surf quatro vezes por semana, pelas praias de Peniche e Baleal, que aguentam minimamente estas tempestades. Vou também ao ginásio, pelo menos uma vez por semana, quando posso, duas.

 

- Na Praia da Maceda, em julho do ano passado, quando conquistou o título nacional de sub-18 feminino. Foto: Pikas Photography

 

Relativamente a performance na água, qual dirias ser a tua grande vantagem e desvantagem? Como estás a trabalhar para melhorar nesses campos?

Acho que uma vantagem é colocar força nas manobras. Como desvantagem, posso apontar alguma rigidez em certos momentos da onda. Julgo que a solução está na regularidade e no empenho nos treinos, não só de surf, mas também de ginásio e de vídeo-análise.

 

A primeira etapa da Liga Meo Surf está quase aí. Depois de um 8º lugar em 2017, que objetivos tens para este ano?

Quero melhorar essa classificação. Talvez ficar no top 6. Mas, sobretudo, pensar na minha prestação em cada etapa, independentemente do ranking.

 

"Julgo que a solução está na regularidade e no empenho nos treinos,

não só de surf, mas também de ginásio e de vídeo-análise"

 

- Ataque ao lip durante a etapa do Porto da Liga Meo Surf 2017. Foto: ANSurfistas/Pedro Mestre

 

Relativamente a etapas, qual a que mais anseias por competir? 

Talvez na de Ílhavo, por ser no verão e só para as raparigas. Mas não tenho preferências, o mar está sempre diferente todos os anos, e tudo depende da minha motivação.

 

Sabemos que os estudos são um prioridade para ti, mas dentro do possível qual o plano traçado para 2018? 

A nível competitivo, desejo ter bons resultados na Liga Meo Surf, manter o título nacional em sub-18, participar no circuito Pro Junior europeu e integrar a seleção nacional júnior. De resto, espero melhorar o meu surf, divertir-me e desfrutar da beleza da natureza.

 

Para terminar, de uma forma geral, como vês as evolução do surf feminino nacional? 

Penso que está a ficar com um bom nível. Já não se veem as vitórias reservadas a apenas duas ou três atletas, há agora um grande número de surfistas com potencial para ganhar, o que é muito motivante para todas nós.

 

- 4º lugar no Caparica Pro Junior deixa adivinhar mais bons resultados na presente temporada. Foto: Arquivo Pessoal

 

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AF

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