Ryan Callinan foi o melhor surfista em Margaret River em termos de performance
A análise do Juiz Internacional Pedro Barbosa antes do inicio da 4ª Etapa do CT em Rottnest Island
Margaret River, 4º etapa do circuito mundial com 3 brasileiros na frente do TOP 5 Mundial!
Num ano piloto em termos de mudanças no circuito a guerra pelos lugares cimeiros do ranking tem pouco significado porque, afinal de contas, o campeão mundial será decidido apenas na última etapa em Trestles.
"mais do que uma final ao jeito do Super Bowl,
o que precisamos é mesmo de ondas que nos façam saltar do sofá…"
Filipe Toledo Foto:WSL /Dunbar
Margaret River mais uma vez correspondeu às expectativas. O consistente Oeste Australiano, apesar de não deslumbrar, acaba por ter sempre a direita traiçoeira, onde ondas não faltam. Contudo é uma prova que não nos faz acordar a meio da noite, mesmo que seja para ver os melhores do mundo.
A WSL deveria pensar em algo mais desafiante, faltam ondas excitantes na primeira divisão do surf mundial e mais do que uma final ao jeito do Super Bowl, o que precisamos é mesmo de ondas que nos façam saltar do sofá…
Ryan Callinan / WSL
"O Kikas mais uma vez teve uma sólida prestação,
no entanto esta onda um pouco enfadonha
parece não favorecer o seu surf..."
O Kikas mais uma vez teve uma sólida prestação, no entanto esta onda um pouco enfadonha parece não favorecer o seu surf e de 90% dos surfistas do tour. Esteve muito bem no heat com o Adriano, mas perdeu para o seu grande amigo e com aquele que, na minha opinião, foi o melhor surfista de evento em termos de performance, Ryan Callinan. Foi realmente quem melhor conseguiu fluir nas difíceis ondas de Margaret e o seu 9.93 era um 10 meus caros colegas.
Frederico Morais Foto: WSL/Miers
Foi pena a prematura eliminação do John John Florence(JJ) devido a lesão, claramente o surfista com o surf que melhor combina com esta onda. Em anos anteriores em Margaret, o surf que o JJ praticou esteve muitos acima da concorrência e este ano caminhava nas mesma direção. Com o único 10 do evento soube a pouco tendo em conta o que poderia ter feito. As sessões de treino nas pesadas ondas havaianas são a melhor escola de treino para as ondas pesadas do Oeste Australiano. Quem acabou por beneficiar foi o Colapinto, um dos mais harmoniosos surfistas nesta etapa. O Griffin, quando se focar, pode ser realmente a grande ameaça americana aos lugares mais altos do ranking.
"O Griffin, quando se focar,
pode ser realmente a grande ameaça Americana
aos lugares mais altos do ranking..."
Em temos de julgamento continuamos a ter resultados muito próximos em vários heats. Fiquei com a sensação de que o Ítalo merecia ganhar o seu heat contra o Toledo. Foi quem conseguiu ter manobras mais intensas na sessão mais crítica da onda, mas aparentemente foi mais valorizada a combinação de surf de rail no outside com manobras menos intensas no inside do Toledo. Parabéns ao Filipe que claramente está entre os big five e que chegando a Trestles na posição actual será muito provavelmente o maior candidato ao título mundial. Prometeu ao seu filho que iria ganhar a etapa e obviamente não podia defraudar as expectativas do novo membro da família Toledo.
O Medina contínua em primeiro, mas esteve uns furos abaixo em termos de competitividade e perdeu num heat aparentemente fácil.
Vamos agora para Rottnest Island, uma novidade no tour mas que parece ser uma onda interessante tendo em conta o que temos tido nas últimas etapas. Dizem que é muito semelhante a Margaret, é conhecida como “ Small Margaret” no entanto é uma onda mais high performance. Este reef break com esquerda e direita disponível vai trazer uma pouco mais de emoção e ritmo que os eventos da 1º divisão necessitam. Com um forecast interessante a caminho vamos aguardar para que a elite do surf mundial eleve o surf ao patamar que os adeptos espalhados por todo o mundo aguardam.