GRANDE MANIFESTAÇÃO EM SÃO TORPES DIA 14 FEVEREIRO

"Haverá graves impactes na Praia de São Torpes". Surfistas pedem à Agência Portuguesa do Ambiente para reprovar Estudo de Impacte Ambiental afim de preservar a Praia de São Torpes.



A Comunidade do Surf tem a oportunidade de mais uma vez mostrar a sua união pela defesa dos interesses de Portugal. Dia 14 de Fevereiro é um dia chave para evitar uma possível catástrofe económica. Esta manifestação esta a ser organizada pelos agentes do Surf Local de Sines e São Torpes, com o apoio da Organização SOS Salvem o Surf.

  

Com a possibilidade da construção das fases 3 e 4 do terminal de Contentores do Porto de Sines, que significará o aumento do molhe de protecção em 1km, a praia de São Torpes irá sofrer um duro golpe ambiental com a diminuição da sua ondulação e possível desaparecimento do extenso areal.


A comunidade de surfistas do Litoral Alentejano em conjunto com a SOS - Salvem o Surf, organizam uma manifestação simbólica pela preservação da praia, no dia 14 de Fevereiro pelas 11h, junto à Escola de surf do Litoral Alentejano, em São Torpes.



"O evento "não é contra o crescimento do porto de Sines", mas antes "pela preservação das ondas e da areia", um tema que preocupa a comunidade de utilizadores daquela praia, no litoral alentejano," Para Flávio Jorge, proprietário de uma das cinco escolas de surf instaladas na praia de São Torpes, o estudo de impacte ambiental realizado, e que esteve em consulta pública em dezembro, "não é claro" em relação às consequências para o areal.O responsável considera que aquele local "é um bem único" e receia que a areia "desapareça", o que "já está a acontecer", tratando-se de uma situação que "preocupa toda a comunidade", de banhistas e surfistas, a pescadores e empresários.


O estudo considera que as obras terão "impactes positivos" nas "condições de uso balnear na praia", devido à "redução da altura da ondulação", e potenciais "impactes negativos para a prática do surf na zona próxima dos molhes da central termoelétrica", ambos considerados "pouco significativos" O documento sugere que seja previsto "um mecanismo compensatório para as três escolas de surf instaladas na praia".

 

A SOS - Salvem o Surf (SOS) atuou atempadamente:

Após ter sido alertada pelas associações e empresas representativas do surf /BB alentejano, nas vertentes desportivas e turísticas, pediu à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) para reprovar o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da Expansão do Terminal de Contentores (TXXI) do Porto de Sines (3.a e 4.a fases) -AIA 2773.

Quando há cerca de 10 anos o Porto de Sines lançou o Molhe Leste, o TXXI e o terminal de Gás, os surfistas foram sensíveis aos argumentos do Porto de Sines e não se opuseram à obra. Após entrar em exploração em 2004, verificou-se que os impactes negativos para o surf foram a perda do surf spot tubular 'Kirra'' e a diminuição da altura da ondulação no extremo Noroeste da praia de São Torpes, onde se situa o surf spot ''Molhe''.

No entanto em 2011, na eminência da 2a fase do TXXI, com a extensão do molhe leste do Porto de Sines, os surfistas já contactaram a Administração do Porto de Sines (APS), preocupados com impactes mais elevados na Praia de São Torpes. Entretanto observou-se, logo após a conclusão da extensão do Molhe Leste, graves impactes sobre a praia e os seus surf spots. Como é do conhecimento da comunidade surfista, os molhes de grande extensão absorvem e rodam a ondulação, o que geralmente altera a morfologia das praias e dos surf spots. Em particular em São Torpes os 400m da 2a fase do molhe leste já se situam a Oeste da Praia de São Torpes que, em termos de ondulação, fica na sombra do molhe.

O que se observou:


- que ondulação ficou mais baixa e rodou no sentido anti-horário, afetando a praia e os surf spots,
- que em mais de metade da praia, em cerca de 1000m, desapareceu areia ficando as pedras emersas, ficando impraticável para aulas de surf e para banhos,
- que foi aterrado pelo molhe o eixo focal do surf spot ''Picoloco'', tendo já piorado este surf spot, de qualidade mundial, palco dos campeonatos nacionais e regionais, sendo o mais consistente da Praia de São Torpes,
- que a paisagem vista a partir da praia e dos surf spots piorou devido ao molhe Leste já bloquear o horizonte a Oeste da Praia de São Torpes. Sendo estes impactes da 2a fase tão graves, e aqui, o EIA não refire e despreza-os o agravamento destes impactes que resultará da 3a fase e da 4a fase do TXXI na Praia de São Torpes.

A Expansão do molhe Leste do porto de Sines terá graves impactes na Praia de São Torpes, maravilha natural situada no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. O molhe Leste diminui muito o areal e estraga vários surf spots, prejudicando banhistas, surfistas e turistas, bem como a economia e o emprego.

 

 

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