João Aranha João Aranha quinta-feira, 03 março 2022 20:46

Eleições pela presidência da F.P.S. - João Aranha tem a palavra

 Eleições são a 5 de Março.

 

 

 

A Surftotal está em cima do acontecimento no que diz respeito às eleições para a Presidência da Federação Portuguesa de Surf para o próximo triénio. Enviamos questões a ambos os cabeças de lista das duas listas que se propõem a gerir o Surf Nacional já a partir de 05 de Março de 2022. Depois de termos obtido respostas por parte de Miguel Ruivo, um dos membros da lista dirigida por João Guedes, divulgamos agora as respostas de João Aranha, o presidente em vigor da FPS e actual candidato. 

 

 

 

 

" Em primeiro lugar é essencial centrar a energia nos clubes..."

 

 

 

 

 

Surftotal: Podes fazer-nos um balanço do trabalho da Federação durante estes últimos 3 anos?

 

João Aranha: O trabalho da direção da FPS vai muito para além dos últimos três anos. Seguimos um plano traçado a longo prazo e que abarca os dois mandatos desta Direção e que se estende no futuro. Isto, é claro, no caso de termos a confiança da AG e sermos reconduzidos.

Posto isto, dividimos a nossa ação em vários capítulos: em primeiro lugar a reestruturação da organização da FPS, a sua sede, recursos e imagem, esta última na ótica de que a federação cumpria 25 anos e era urgente refrescar a sua imagem e a perceção que se tinha desta. Um objetivo cumprido com a ajuda da Goma Design.  

Em segundo lugar tínhamos vários desafios do ponto de vista institucional e nesse sentido restabelecemos e reforçamos uma nova relação com a ISA, a WSL, com a Federação Europeia de Surfing e o Governo (IPDJ e Secretaria de Estado). Avizinhava-se a inclusão do surf nos Jogos Olímpicos e era imperativo assumir um papel de relevo nesse processo e dentro dessa lógica liderar o processo de decisão que se adivinhavam fundamentais para o futuro da modalidade, o que aconteceu.

Em terceiro lugar e do ponto de vista mais administrativo, mudámos de sede e reestruturámos os recursos humanos, modernizámos os processos administrativos, instalámos novo site e intranet, criámos um sistema de julgamento próprio que colocámos ao serviço dos clubes, sendo este último absolutamente relevante para o desenvolvimento das diferentes competições sob a tutela da FPS.

Em quarto lugar, era essencial e urgente alterar a política desportiva da FPS. Tínhamos de dar atenção transversal a todas as modalidades e captar mais federados. Através da aposta no quadro competitivo nacional e na cooperação com os clubes, que colocámos no lugar da frente, aumentámos de 30 provas e 70 dias de competição, para 84 provas e 148 dias de competição. Colocámos em marcha competições dedicadas ao SUP Wave e Race e iniciámos trabalhos com uma equipa nacional de SUP que obteve duas medalhas de bronze nos Europeus e um 3º lugar na Geral.

Ainda dentro desta lógica reconhecemos que o modelo competitivo de esperanças estava esgotado e precisava de ser renovado. Não permitia crescer em número de participantes, era bastante oneroso para os competidores e famílias e limitava a participação dos clubes.

Era necessário coordenar 6 novas competições, em parceria com cerca de 24 clubes, nos circuitos regionais de surf. Esta alteração implicava por si só uma duplicação do número de provas de envolvimento directo da FPS no quadro competitivo nacional. Para este circuito desenvolvemos um novo sistema de julgamento e um novo plano de formação de juízes que veio dar resposta a este desafio. A implementação deste novo modelo é um sucesso pois triplicou o número de atletas rankeados e envolveu os clubes em parcerias com a FPS. É ainda um trabalho em progresso e continuamos apostados em melhorar estes circuitos.

Em quinto lugar focamo-nos nos recursos humanos percebendo claramente a necessidade de renovação e qualificação dos mesmos e construímos uma equipa multidisciplinar, com linhas claras de orientação e um plano específico de implementação. Estabelecemos equipas técnicas específicas para cada modalidade: Surf, Bodyboard, Longboard, SUP e Para-Surfing (Surf Adaptado).

Os resultados falam por si: Vice-Campeões do Mundo Surf Open 3 anos consecutivos (2015, 2016 e 2017), 3º classificados em 2021; 3º lugar no Campeonato Mundial de Bodyboard (2015) com a atleta Teresa Almeida a ser Campeã do Mundo da ISA; Campeões da Europa de Juniores de Surf, Bodyboard e Longboard em 2016; Campeões da Europa em Surf Open, Bodyboard e Longboard em 2017; 3º Classificados no EuroSUP 2016. No Para-Surfing (Surf Adaptado), em 2019, 3 medalhas no Campeonato da Europa (2 Campeões Europeus e um Vice-Campeão. Em 2021, conquistaram-se outras duas medalhas no Mundial da modalidade, tendo a atleta Marta Paço obtido o título de Campeã Mundial e conquistado a Medalha de Ouro para Portugal.

Em sexto lugar o sucesso incrível na Qualificação Olímpica de 3 atletas - Frederico Morais, Teresa Bonvalot e Yolanda Hopkins e que trouxe para Portugal e para o Surf Português um  5º lugar na competição feminina, alcançado pela Yolanda.

Em sétimo lugar resolvemos o impasse em que se encontrava o Plano Nacional de Formação de Treinadores e lográmos que o IPDJ aprovasse os referenciais para os Cursos de Grau 1 de Surfing, Grau 2 de Surf, Grau 2 de Bodyboard, Grau 2 de SUP, estando o Grau 3 de Surf já submetido e pendente de aprovação, permitindo regularizar as formações de treinadores, não apenas pela FPS mas por outras entidades e naturalmente qualificar os recursos para que clubes e escolas possam cada vez mais oferecer aulas de surf de qualidade.  

Para não me alongar mais, deixo de fora uma série de projetos que levámos a cabo, mas não posso deixar de referir a certificação de qualidade para clubes e escolas de surf ou a campanha “Voltar ao Mar” em plena pandemia, altura de enormes desafios também para o surf nacional e que tentámos contornar, tornando-nos a única federação mundial a conseguir realizar provas nacionais em todas as suas modalidades.

 

 

 

Surftotal: Em relação a este desafio em Presidir de novo a uma lista candidata à Direção da FPS, após 9 anos à frente da mesma como tomaste essa decisão?

 

A minha determinação mantém-se e nesse sentido hoje recandidato-me com o mesmo espírito de missão que sempre pautou a minha vida, e que me levou a trabalhar em várias ONGs, mas também dar continuidade de uma forma profissional e estruturada um projeto que abracei e em que poucos, para além da direção acreditaram.  Queremos concluir os objetivos traçados inicialmente e mais alguns que o nosso sentido de exigência levou a acrescentar.

 


 

Surftotal: Qual ou quais os grandes objetivos deste próximo triénio caso a tua lista vença estas eleições?

 

Da avaliação que fazemos creio há vários desafios estratégicos para o próximo triénio.

Em primeiro lugar é essencial centrar a energia nos clubes. Até agora incluímos os clubes na organização dos eventos de QCN (Quadro Competitivo Nacional) e contratámos recursos humanos qualificados para coordenar os Circuitos Regionais e contribuir nos desafios técnicos que os clubes pudessem encontrar. Desenvolvemos um sistema de julgamento que colocámos ao serviço dos clubes, dinamizámos a Taça de Portugal e ajudámos a estabelecer um conjunto de clubes que hoje, mais que nunca, constituem a base da FPS.

Mas queremos seguir adiante e assegurar uma nova base para este desenvolvimento. Temos medidas concretas para fortalecer esta ligação e a capacidade dos clubes em contribuir para o desenvolvimento das modalidades em Portugal.

 Assim em segundo lugar temos como objectivo criar um programa de desenvolvimento desportivo nos clubes por via de contratos-programa para seu financiamento com projetos de desenvolvimento desportivo.  Dentro deste contexto temos programada a implementação do Programa de Apoio aos Clubes (PAC) em que faremos uma caracterização dos clubes de surf em Portugal, para potenciar a sua atividade, no apoio à comunidade, na formação e no alto rendimento.

O intuito é otimizar a ligação entre FPS e Clubes de forma a melhorar a comunicação e a partilha de experiências. Fortalecemos assim a equipa de apoio aos clubes, passando de uma ligação essencialmente técnica de apoio ao QCN, para um apoio ao desenvolvimento desportivo e para um maior trabalho de fundo na organização dos clubes.

Naturalmente que esta aposta no desenvolvimento do QCN, com a implementação dos Circuitos Regionais de Bodyboard, nos moldes do modelo implementado no Surf irá estender-se a um reforço do investimento nos Campeonatos Nacionais de Surf Esperanças.

Em terceiro lugar temos uma visão clara de como vamos assegurar a continuidade do programa de Alto Rendimento e do Projeto Olímpico 2024. Estamos a desenvolver trabalho de base na continuação da preparação iniciada e com sucesso, que nos possibilitará dar continuidade ao projeto de Esperanças Olímpicas e Para-Surfing Olímpico assim que o Comité Olímpico estabelecer este programa.

Em quarto lugar e com o desenvolvimento que temos assistindo e promovido sentimos também a necessidade de ajustar a estrutura administrativa da FPS de modo que as respostas aos diferentes stakeholders seja cada vez melhores e de maior qualidade. Anteriormente esta reorganização foi feita alterando o foco e as competências dos recursos humanos da FPS para que pudesse responder aos novos desafios que se avizinhavam. Agora, é necessário crescer um pouco. Precisamos de expandir a nossa capacidade de resposta administrativa e preparar-nos para o futuro.

Por fim é forçoso ainda avançar na modernização de processos e implementar novos desenvolvimentos na intranet, reestruturar o site e atualizar informação. Está também em estudo uma parceria com uma empresa tecnológica para o desenvolvimento de uma app FPS dedicada.

 

 

 

"Mais do que lacunas creio que é importante

 

referir alguns projetos que iniciamos..."

 

 

 

 

Surftotal: Quais os três pontos que consideras mais positivos durante a tua gestão estes 3 anos?

 

Estes últimos três representam uma pequena parte do nosso trabalho dos últimos nove, sendo que, como sabes, foram atípicos devido à pandemia de COVID19. Dito isto, foram tantos e a tantos níveis que é sempre difícil escolher o melhor. Mas destaco a presença nos Jogos Olímpicos de Tóquio, por ter acontecido em pleno período de pandemia, com todas as dificuldades que tal acarretou e por ser, até hoje, o momento mais alto da modalidade a nível amador, momento em que conseguimos um excelente resultado. Recordo também o lançamento e enorme sucesso da Campanha de Regresso ao Mar, que já mencionei atrás, mas cuja relevância veio demonstrar o impacto que a prática do Surfing tem no panorama nacional. O lançamento do projecto de Certificação de Clubes e Escolas. A nível competitivo realço ainda o relançamento do circuito de esperanças, onde a competição e o nível aumentaram exponencialmente, os 3 títulos de Vice-Campeões do mundo da ISA, o Ouro da Marta Paço no Para-surfing e o Ouro da Teresa Almeida no mundial da ISA de Bodyboard.

 

Surftotal: E que 3 lacunas principais gostarias de ter desenvolvido mais?

 

Mais do que lacunas creio que é importante referir alguns projetos que iniciamos e consideramos que ainda têm muito trabalho pela frente, entre eles o novo departamento das escolas de surf, o trabalho continuo na certificação dos treinadores e ainda a melhoria constante na resposta aos diferentes agentes do surfing. Olhamos para o futuro com seriedade e responsabilidade sempre tendo em conta as aprendizagens do passado. Somos uma estrutura inclusiva e pró-ativa e tencionamos manter esta postura sempre com uma visão clara para o futuro do surfing em Portugal.

 

 

 

 

"É sempre o nosso desejo aumentar o número de federados ..."

 

 

 

 

Surftotal: Há um plano por exemplo para a angariação de um maior numero de federados, visto esse factor ser determinante para que a FPS tenha mais força junto ao Instituto de Desporto assim como ao comité Olímpico nacional?

 

É sempre o nosso desejo aumentar o número de federados e nesse sentido posso afirmar que o numero de federados cresceu mais devido ao trabalho desta direção que em toda a história do surf nacional, comparando os anos desta direção com os anos anteriores, no entanto queremos mais e por isso estamos a desenvolver novas estratégias para aumentar o numero de federados, sempre com o propósito de tornar o surf melhor e mais integrador.  

 

 

 

"Queremos fazer ainda melhor com mais qualidade

 

e dignificar mais o surf nacional ..."

 

 

 

 

 

Surftotal: Algo mais a dizer?

 

Em primeiro lugar que estamos, como sempre comprometidos com o surf e com todos os seus stakeholders. Queremos fazer ainda melhor com mais qualidade e dignificar mais o surf nacional de uma forma inclusiva, estruturada, profissional e em diálogo com todos, como de resto temos feito até agora.

Em segundo lugar dizer  que todos os membros da nossa lista, são isentos e independentes face à FPS.

Todos os membros detêm competências para cada órgão e para a posição ocupada. Dou por exemplo o número de Licenciados em Direito exigidos.

Conseguimos também assegurar que, no caso da Direção, cada elemento tivesse uma função mais ligada a uma das modalidades, daí termos elementos especialistas nos desportos que a Federação incluí e não apenas o Surf.

Dou os exemplos do Luís Miranda, que vem reforçar esta abordagem com a sua experiência e dedicação no Bodyboard. O Luís trará também consigo a experiência acumulada no projeto Aqua Carca e confiamos que será um elemento muito importante na implementação da área de acompanhamento e orientação aos clubes. E o Rodrigo Meirelles,  que chega para aportar à FPS toda a sua reconhecida experiência profissional na área da comunicação empresarial e desportiva, bem como nas áreas de publicidade e marketing.

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