RENATO HICKEL DESFAZ TODAS AS DÚVIDAS DO RIO segunda-feira, 09 maio 2016 11:33

RENATO HICKEL DESFAZ TODAS AS DÚVIDAS DO RIO

O comissário do tour mundial masculino fala das recentes polémicas… 

 

Numa excelente e pertinente entrevista publicada no passado sábado pelo site Waves, Renato Hickel, comissário do circuito masculino da World Surf League, fala de todas as polémicas que têm envolvido o Oi Rio Pro, a quarta etapa do World Tour que inicia amanhã. 

 

Para além do tema poluição, um dos assuntos inicialmente abordados foi a possibilidade de este ser o último mundial a ter lugar no Rio de Janeiro. Será mesmo? "Acho que não”, começou por dizer Renato. "No momento, a intenção da WSL é permanecer no Rio. Vamos torcer para que a prova este ano seja um sucesso, apesar de todas as adversidades. (…) Se aparecer uma proposta financeira atraente para levar a um outro lugar com boas ondas, nada impede que saia do Rio. Mas, no momento, não vejo motivo para tirar a prova de lá. Se o problema é com a água, vamos ver este ano, com Grumari sendo opção. Se for viável e os atletas gostarem, podemos fazer a prova no ano que vem só lá. Ninguém da WSL está pensando em sair do Rio, não existe nenhum movimento na empresa para isso”, esclareceu o brasileiro. 

 

O representante da WSL falou ainda das ausências e confirmou mesmo que "Não haverá punição” para qualquer um dos surfistas. No entanto, esclareceu também que "O problema do Parko é completamente diferente do Kai [Otton]. No caso do Parko, temos uma situação rotineira no Tour, que é a lesão. (…) Eu havia conversado com o Parko sobre esse problema no joelho e ele chegou até a pensar em não ir para Margaret, mas terminou indo e até teve um bom resultado lá. Depois de Margaret, ele foi direto para a Indonésia, em uma trip da Billabong, e começou a sentir. Ele já tinha se planejado para ir a esse evento em Keramas, que, aliás, deu altas ondas. Parko disse que teria de fazer uma microcirurgia para raspar a cartilagem do joelho. O que aconteceu foi que ele sofreu uma lesão no Quik Pro (Snapper Rocks) e agravou uma contusão que já tinha antes. Lembro que em 2015 ele por duas vezes ameaçou não ir a uma etapa para fazer essa operação, mas acabou não fazendo. Se a gente estiver duvidando da lesão do Parko, basta analisar que, atualmente, com o Mick fora do Tour, Gabriel e Adriano sem bons resultados, Kelly não se achando, ele era um sério candidato ao título mundial. Ele não iria jogar fora uma chance dessa num ano em que ninguém sabe quem será o campeão mundial - tirando o Wilko, que fez a limpa na Austrália, mas muitos duvidam que vá manter esse ritmo, principalmente nas ondas de reef, onde ele mesmo diz que é fraco. Diante desse cenário, realmente eu duvido que o Parko tenha desistido de vir ao Brasil por não estar com vontade.”

 

Aparentemente, o vírus Zika foi o que afastou Kai Otton da rota do Brasil, que foi pai pela segunda vez recentemente e já tem programada a chegada do terceiro filho. O surfista australiano está preocupado em contrair o vírus, que pode acontecer também entre os homens, e que isso venha a afetar a futura gravidez da sua mulher. 

 

A última questão da entrevista ficou por conta da piscina de ondas artificiais desenvolvida por Kelly Slater. Etapa da WSL à vista? Mais uma vez, Renato Hickel for esclarecedor: "Nunca escondemos a nossa intenção de seguir adiante com os projetos nas piscinas. Essa da companhia do Kelly foi a melhor já produzida. Os comissários da WSL, Kieren Perrow e Jessi Miley-Dyer, já estiveram na piscina na última semana e surfaram lá. No momento, acreditamos que ela ainda não tem qualidade suficiente para receber uma prova do CT. Existe a possibilidade de um evento especial, como existe em qualquer piscina. Na década de 80, fizemos em Allentown, na Pensilvânia (EUA), que o Carroll (Tom) ganhou, depois fizemos um especial na piscina de Myiazaki, (…) e o Fabinho (Gouveia) foi o campeão. Eram piscinas infinitamente piores do que essa onda da companhia do Kelly, que é uma coisa impressionante, principalmente quando a primeira onda entra, segundo o Kieren. Só que ele disse que a onda é praticamente um tubo, muito difícil de manobrar, e é muito longa. Já conversamos com Kelly em Fiji, no ano passado, e ficamos trocando ideias sobre como seria o julgamento. Até chamamos o head judge. Queríamos discutir o que seria empolgante também para o público, pois pode ficar monótono. Como você vai diferenciar qual onda foi melhor? Vai ter que pegar pequenos detalhes para separar o joio do trigo. Numa piscina, o ideal para uma competição seria uma onda em que o atleta possa colocar em jogo todo o seu conjunto de manobras, inclusive o tubo. E talvez não tão longa, pois assim é bom para quem está surfando, nem tanto para quem está assistindo, se for sempre a mesma coisa. (…) Resumindo, a WSL apoia o desenvolvimento das piscinas, acredita que isso tem um grande futuro e pensa em promover um evento especial, mas acredito que a possibilidade de fazer uma prova do circuito valendo pontos ainda esteja distante."

 

Que venha agora, de uma vez por todas, o melhor surf mundial com o Oi Rio Pro!

 

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Fonte: Waves

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