Surfistas são elemento preponderante na economia indonésia Surfistas são elemento preponderante na economia indonésia Foto: João Bracourt quarta-feira, 29 abril 2015 16:34

Execuções na Indonésia podem ter implicações no turismo de surf?

Na Austrália já se apela ao boicote. Oito pessoas foram ontem executadas, duas eram de nacionalidade australiana.

 

 

Foram ontem executadas a tiro oito pessoas na ilha de Nusakambangan, Indonésia, todos acusados de crimes relacionados com tráfico de droga. Entre eles estavam dois australianos, Andrew Chan e Myuran Sukumaran. Os restantes foram um indonésio, Zainal Abidin, os nigerianos Sylvester Obiekwe Nwolise, Agbaje Salami e Okwudili Oyatanze, o ganês Martin Anderson e o brasileiro Rodrigo Gularte. Tanto os governos australiano como brasileiro tentaram demover as autoridades indonésias de levarem avante as execuções, mas sem sucesso.

 

Como consequência, os australianos retiraram o seu embaixador na Indonésia, em mais um episódio que marca as já frágeis relações entre os dois países. A Ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Julie Bishop, já tinha avisado que se as execuções fossem para a frente “os australianos vão demonstrar a sua reprovação, e tomar decisões em relação ao sítio onde vão passar férias.”

 

E é precisamente isso que se começa a ver nas redes sociais, com vários apelos ao boicote da Indonésia enquanto destino turístico. Poderá isto ter implicações no turismo - em particular relacionado com o surf - na Indonésia? De acordo com um inquérito da Stab, 51,8% de australianos mantém a decisão de rumar até ao arquipélago indonésio ainda este ano.


Tai ‘Buddha’ Graham, um australiano que reside em Uluwatu, tem uma opinião curiosa sobre o assunto. “Sabem como são os surfistas… esperam que venha menos gente para terem menos surfistas no lineup. Foi como no caso das bombas em Bali (2002 e 2005), foram os surfistas que mantiveram este sítio vivo, não os turistas normais. Eles são autênticos salvadores deste local, aconteça o que acontecer.”

 

O tempo dirá se esta política agressiva dos indonésios poderá ou não influenciar este tipo de turismo específico e fundamental na economia local. Por ora, e aparentemente, ‘business as usal’.

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