Siargao após o tufão Rai Siargao após o tufão Rai Roel Catoto/AFP terça-feira, 27 fevereiro 2024 08:49

Subida da temperatura das águas poderá agravar a época de furacões no Atlântico

A chegada da La Niña também preocupa cientistas. 

 

 

Cientistas estão preocupados com a época dos furacões no Atlântico, que este ano poderá ser hiperativa, devido ao aumento da temperatura das águas e à chegada do fenómeno La Niña. "É provável que tenhamos um oceano anormalmente quente e condições neutras ou a La Niña no pico da temporada de furacões - tudo o que não se quer se quisermos menos tempestades no Atlântico", explicou Brian McNoldy, investigador sénio da Universidade de Miami. Este mês, foram registadas na súperfície do mar no Oceano Atlântico temperaturas sem precedentes, 1 grau acima do normal. 

Esta situação começou a verificar-se em Março do ano passado, e, segundo McNoldy, deve-se ao fenómeno El Niño em conjunto com as alterações climáticas que têm causado um aumento da temperatura global de um modo geral. 

Visto que a água quente impulsiona a que as tempestades se formem e torna-as mais fortes, espera-se um agravamento das tempestades este ano. Isto poderá ainda ser intensificado pela La Niña, um padrão oceânico e metereológico sobre o Pacífico tropical que tende a amplificar a época de furacões no Atlântico. Segundo os metereologistas do Centro de Previsão Climática da NOAA, o mais provável é que La Niña chegue no Outuno, ainda que possa chegar durante o Verão. Quanto mais cedo chegar, mais cedo influenciará a época dos furacões. 

 

 

 

Uma época de furacões difícil de prever

 

Tendo em conta que estas temperaturas das águas nunca foram antes registadas, é difícil prever qual será o resultado da combinação destas temperaturas com a La Niña. Em anos recentes, foram registadas épocas activas em 2005 e em 2010, com tempestades como a Katrina, Rita e Irene. Mesmo assim, não é uma comparação segura pois as condições eram diferentes. A preocupação de McNoldy e de Klotzbach, investigador da Universidade do Estado de Colorado, é que, mesmo que a La Niña tarde a chegar e a influenciar a época, estas temperaturas potenciem um desenvolvimento precoce de tempestades.

Ainda que se espere uma época de furacões activa, isso não significa necessariamente que seja uma época de impacto. No ano passado, por exemplo, muitas das tempestades não chegaram a atingir terra ou áreas povoadas. O que Klotzbach explica é que "quanto mais dardos se atiram a um alvo, maior é a probabilidade de acertarem" - ou seja, se houver mais tempestade, há um risco acrescido de que populações sejam afectadas. 

 

 

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