Ontem ao final do dia, a WSL - World Surf League anunciou uma parceria com o Facebook onde cede, durante os próximos dois anos, os direitos de exclusividade à conhecida rede social relativamente à transmissão online dos seus principais eventos. 

Estamos a falar, claro, de todas as etapas do Championship Tour, masculino e feminino, provas do Big Wave Tour, QS10,000 e finais mundiais Pro Junior. 

“Esta é uma mudança para o surf em muitas formas e, tendo em mente os fãs atuais e futuros, assim poderemos manter a oferta gratuita, permitindo ao mesmo tempo apresentar o melhor surf do planeta a mais pessoas através da plataforma Facebook”, disse a CEO da WSL, Sophie Goldschmidt. 

Já da parte do Facebook, Dan Reed, o responsável pelo departamento de Desportos Mundiais, referiu que “Estamos motivados em ajudar a WSL no contínuo crescimento da sua vibrante comunidade e inaugurar uma nova era de difusão no Facebook Watch (a plataforma de vídeo da empresa nos Estados Unidos)”. 

O conteúdo (em vídeo) passa assim a estar integrado numa plataforma onde a conversação, a troca de ideias e opiniões, enfim, a comunidade, converge. 

Isto significa, portanto, que num futuro próximo vamos ter que fazer o registo no Facebook para possuir uma conta - quem ainda não tem - e assim continuar a assistir a todos os eventos da WSL. É que, para já, ainda vamos poder acompanhar a ação no site da WSL, mas a migração total para o Facebook é mesmo o objetivo principal desta parceria. 

Este é um negócio que reporta apenas aos direitos digitais, pelo que o Broadcast (transmissão televisiva) global, através de canais pagos, não deve ser afetado e continuará a estar disponível nos trâmites normais. No entanto, muitas questões se levantam, nomeadamente sobre a qualidade vídeo que no Facebook é notoriamente e reconhecidamente má. Basta ver a caixa de comentários no post da WSL (em anexo), sobre este tema, para perceber que os fãs do surf não ficaram contentes com a decisão - perguntando mesmo, a determinada altura, se a WSL se preocupou alguma vez com o Surf? 

Entende-se, com toda a legitimidade, que esta seja uma medida para a WSL ganhar algum dinheiro, pois a sua plataforma é pesada e o “income” tem vindo a emagrecer nos últimos anos. Eventualmente, caso o Facebook não corresponda às expetativas, os canais pagos (em Portugal é a SportTV que transmite) poderão até conquistar mais alguns subscritores. 

No entanto, o tópico qualidade será definitivamente o grande desafio para a WSL/FB nos próximos tempos... já para não falarmos na enorme quantidade de pessoas que vai deixar de assistir aos eventos por não sentir qualquer afinidade com a plataforma Facebook. Parece-nos que está aqui um berbicacho para resolver.  

Os números imponentes de 2017

A parceria feita pela WSL e o Facebook o ano passado revelou alguns números imponentes. Cerca de 14 milhões de pessoas, de todos os cantos do planeta, assistiram à World Surf League no Facebook em 2017. Os Estados Unidos, o Brasil e o México foram os países que contaram com mais pessoas a assistir. 

A WSL produz cerca de 800 horas de conteúdo em direto anualmente, bem como outro conteúdo educacional, cultural e histórico em torno do surf, que estará agora também acessível no Facebook. Isto faz com que a WSL e o Surf, juntamente com a NFL e a NBA, seja uma das três ligas desportivas no mundo com maior “engagement” social.