Afinal houve um campeonato no Surf Ranch de Kelly Slater
À porta fechada, os melhores do Mundo a competirem numa nova arena e num novo formato competitivo…
Depois de terminado o CT de Trestles, a expetativa para o evento especial no Surf Ranch, conforme havia sido anunciado antes, subiu consideravelmente. Na segunda-feira, sem qualquer sinal de que a prova ia realmente ter lugar, um video com Caio Ibelli a surfar as novas valências da Kelly Slater Wave Company foi difundido pelas redes sociais, como que a aguçar os fãs.
Ontem, para o final da tarde, finalmente sugia a confirmação de que a prova estava a ter lugar, à porta fechada e sem qualquer transmissão live. No entanto, com uma lista imponente de atletas que correm a Championship Tour presente e outros tantos convidados muito especiais - como Shaun Tomson, Wayne "Rabbit" Bartholomew, Mark Richards, Ian Cairns, Peter Townend, Fred Hemmings e Randy Rarick, entre outros.
Nesse grupo muito restrito (onde se encontravam John Florence, Mick Fanning, Stephanie Gilmore, Carissa Moore, Silvana Lima, Joel Parkinson, Adriano de Souza, Filipe Toledo, Kanoa Igarashi, Gabriel Medina, Johanne Defay, Ace Buchan, Tyler Wright, entre outros), Kelly Slater, que chegou a entrar na água, ficou emocionado e acabou por referir que foi um dos melhores dias de sempre da sua vida. “Este tem sido um sonho tornado realidade e eu não tenho palavras para agradecer-vos”, disse o 11x campeão mundial de surf antes de apresetnar Eddie Vedder para subir ao palco.
O artista disse mais tarde que “O Kelly disse-me que eu teria direito a duas ondas por cada canção que cantasse hoje. Portanto, este poderá bem ser o mais longo concerto que alguma vez dei”.
Depois de mais de 10 anos a trabalhar arduamente neste projeto, Slater vê a sua piscina de ondas artificiais atingir o ponto mais alto de sempre. Ecrãs gigantes foram montados em terra, público ao redor da piscina, juízes no seu lugar e os surfistas a experimentarem um novo formato competitivo numa onda perfeita e igual para todos.
Houve realmente competição, com várias baterias a terem lugar ao longo do dia. No final, foram Carissa Moore e Gabriel Medina os grandes vencedores entre todos os heats disputados.
Um novo formato de competição foi testado com todos os surfistas a surfarem para os dois lados. Cada um teve direito a duas ondas na direita e a duas ondas na esquerda. A nota mais alta para cada uma das direções acabou por perfazer o total pontual.
Um novo paradigma parece agora ter chegado à World Surf League que vê este tipo de iniciativas fazer parte do futuro do surf. Uma coisa é certa, a logística para pôr de pé um evento deste tipo é bem menor do que qualquer uma etapa existente da Championship Tour, mas, por outro lado, nada bate o conceito do “Dream Tour”.
O surf está pronto para o próximo passo, com a certeza e 100% de garantia de gerar ondas perfeitas a qualquer hora do dia. Basta premir um botão.
O evento não contou com transmissão via internet, pois tratou-se de um primeiro teste como foi referido pela World Surf League, mas foi sendo difundido através de partilhas nas redes sociais, quer pela própria WSL quer pelos atletas. Enquanto o vídeo com o resumo não nos chega às mãos, resta-nos observar algumas dos melhores clipes partilhados.
A competição
O evento, organizado pela WSL e que recebeu o nome de Future Classic, serviu para mostrar todas as possibilidades e valências da tecnologia desenvolvida por Kelly Slater no Surf Ranch em Lemoore, Califórnia. Na competição em si, duas baterias definiram os finalistas.
Gabriel Medina desde cedo apostou nos aéreos e mostrou um arsenal de manobras à campeão mundial. Na final, com um total de 16.87 pontos, 7.57 conseguidos na direita e 6.00 na esquerda, o campeão mundial de 2014 deixou Filipe Toledo à procura de uma nota igual ou superior a 7.77, quando este surfava as esquerdas. O vencedor do último CT, em Trestles, acabou por cair num floater e abriu o caminho para a vitória com o amigo Gabi.
Numa direita, Toledo ainda registou um 9.10 pontos, enquanto Kanoa Igarashi recebeu 8.50 dos juízes. Já o australiano Ace Buchan registou 8.60 numa esquerda.
No feminino, a grande vencedora foi a havaiana Carissa Moore que, além de portentosa nas manobras, mostrou mestria no tuberiding e ficou bem profunda em alguns tubos do Surf Ranch. Stephanie Gilmore e a atual campeã mundial, Tyler Wright, ocuparam as posições seguintes com a brasileira Silvana Lima, vencedora do último CT, a terminar em 5.º lugar.
Masculino
1º Gabriel Medina (BRA)
2º Filipe Toledo (BRA)
3º Kanoa Igarashi (EUA)
4º Adrian Buchan (AUS)
Feminino
1ª Carissa Moore (HAV)
2ª Stephanie Gilmore (AUS)
3ª Tyler Wright (AUS)
4ª Johanne Defay (FRA)
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