Wilson Joji Tominaga depois de ter saído da unidade de saúde. Wilson Joji Tominaga depois de ter saído da unidade de saúde. Foto: Carlos Nogueira/AT segunda-feira, 22 maio 2017 15:15

14 horas em cima de uma rocha à espera de resgate

Episódio teve lugar a semana passada na costa de São Paulo… 

 

Na passada semana, entre terça e quarta-feira, Wilson Joji Tominaga, surfista brasileiro de 46 anos, passou quase 14 horas em cima de uma rocha isolada no mar. O episódio teve lugar na costa de Peruíbe, no litoral de São Paulo, Brasil, e faz lembrar a aventura do surfista escocês que no no início deste mês passou 32 horas à deriva no oceano

 

O incidente teve lugar nas proximidades da praia do Guaraú e começou quando Joji, um surfista considerado experiente, decidiu entrar no mar ao final da tarde, mesmo sabendo que as condições não eram as ideais. Para tal usou a sua prancha de stand up paddle (SUP) para dar umas remadas ao largo. 

 

Mais tarde, quando tentou regressar a terra, Joji reparou que estava a ser levado por uma corrente que o atirava para junto de umas pedras. Para não se cansar fez como mandam as regras: optou por deixar-se levar pela corrente, em vez de lutar contra ela. No entanto, ao reparar que se afastava cada vez mais da praia, decidiu subir para uma rocha à primeira oportunidade. 

 

“Vi ali um lugar ideal para me proteger. Aproveitei uma onda baixar e subi com a prancha e o remo na mão. Foi o momento de maior tensão,” revelou.

 

Após algumas horas, dando os amigos pela sua ausência na praia, os meios de salvamento foram acionados e as buscas iniciadas através de uma moto de água e embarcação. Joji acabou por ser localizado, ao final da tarde, a cerca de 1 km de distância da praia, mas as condições do mar impediram o resgate. Como estava a ficar cada vez mais escuro e pouca visibilidade, o helicóptero de salvamento também acabou por ser cancelado. 

 

Desta forma, o surfista, que apenas tinha vestido uns calções, viu-se obrigado a ter que passar a noite e a madrugada no local. “Me protegi do vento e do frio numa espécie de caverna. Fiquei atrás de rochas e usei a minha prancha para parar o vento. Consegui até dormir um pouco”, disse. 

 

O brasileiro teve que enfrentar ventos de 20 km/h e uma temperatura mínima de 15 graus Celsius (que em ambiente exposto pode ter provocado uma sensação térmica inferior a 10 graus Celsius). Durante quase 14 horas teve que improvisar de forma a se proteger do frio. 

 

Por volta das 6h, quando os bombeiros voltaram, ele não hesitou, saltou para a água e agarrou-se com unhas e dentes à mota de água. Apesar de apresentar sinais de hipotermia e do enorme susto, tudo acabou por terminar sem danos de maior num erro que acabou por ser assumido pelo próprio. 

 

Ainda assim, depois de um curto descanso, Joji deixou claro que voltará a surfar nos próximos dias. 

 

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