REVISTA FLUIR: O FIM DE UMA ERA quarta-feira, 30 novembro 2016 14:38

REVISTA FLUIR: O FIM DE UMA ERA

Revista brasileira encerra atividade após 32 anos a servir o Surf… 

 

A Revista Fluir, que saciou a fome a muitos dos primeiros surfistas portugueses numa era em que a informação do surf era verdadeiramente escassa, anunciou recentemente o fim da sua atividade. 

 

Com 32 anos e alguns meses de vida, a Fluir ajudou a cimentar o legado do surf brasileiro durante as três últimas décadas. Hoje em dia o Brasil apresenta dois campeões mundiais e alguns dos surfistas mais fantásticos do World Tour. Sem qualquer sombra de dúvida, nesse trajeto, a Fluir desempenhou um papel por demais importante e ajudou a revolucionar o surf no Brasil. 

 

A desaceleração económica é apontada como a principal causa, mas o crescente conteúdo digital e audiovisual e também a mudança do perfil dos anunciantes, que migraram as suas escassas verbas de marketing para outras áreas, acabaram por ter um importante peso na decisão de encerramento. 

 

O último número foi lançado em maio/junho deste ano, mas Cláudio Martins, publisher e único remanescente dos cinco jovens empreendedores que fundaram a revista em 1983, não afasta por completo o regresso: “É uma decisão difícil, mas não descarto a possibilidade de no futuro voltar com outra pegada, quando a economia estiver melhor.”

 

A viragem do ano foi crucial para a emblemática revista brasileira que viu a sua faturação baixar drasticamente. “A Fluir sobreviveu principalmente graças a anunciantes do segmento de surf wear ou de marcas com essa identidade, que têm sofrido um desgaste de imagem muito grande. Na nossa edição de aniversário, em outubro de 2015, a revista estava super saudável, tendo faturado 4 milhões de Reais. Porém, este ano não conseguimos nem alcançar o marco de 1 milhão de Reais”, explicou Cláudio.

 

Seria de esperar que o surf brasileiro, com toda a exposição internacional de que tem vindo a usufruir, bem como com as conquistas dos títulos mundiais de 2014 e 2015, por parte de Gabriel Medina e Adriano de Souza, respetivamente, tivesse ajudado o negócio a crescer. No entanto, na verdade, um pouco como acontece por cá, teve efeito contrário uma vez que nenhuma das grandes marcas que usa a imagem do surf apostou na publicação que foi desde a sua fundação a principal voz do Surfe Brasileiro. 

 

A extinção da Fluir significa o fechar de um ciclo e o fim de uma era. Em todo o caso, obrigado à equipa da Fluir por toda a paixão e dedicação ao longo de mais de três décadas. 

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