CHRISTIAN FLETCHER: O REBELDE PROGRESSIVO

Surf, drogas e death metal: a história de um dos pais dos aéreos.

 

Christian Fletcher é ainda hoje reconhecido pela sua rebeldia e por ser um dos primeiros surfistas a levar o surf para outro nível: o ar. Com um estilo radical e progressivo, Fletcher usava o skate como inspiração e ao surfar “via rampas de lançamento em todo o lado”.

 

Nascido em Ohau, no Havai, vindo de uma família com fortes ligações ao surf, começou a surfar logo aos 4 anos de idade, já na Califórnia, onde cresceu.

 

Apesar de ter acumulado vários bons resultados em competições nos Estados Unidos, rapidamente fez saber que a competição pouco ou nada lhe dizia: “estou-me a c**** se sou campeão do mundo ou não. Mas gosto de ir para os heats e irritar as pessoas”, afirmou em 1991.

 

Nomes como Matt Kechele, Davey Smith, Kevin Reed ou Larry Bertlemann começaram por arriscar os aéreos ainda durante a década de 70, mas foi Christian que em meados dos anos 80 tornou as manobras aéreas em surf de alta performance, e introduziu no léxico do surf termos como “mute air”, “indy air”, “air to reverse” ou “stalefish”. Christian trilhava assim um caminho que todos os surfistas rebeldes queriam seguir. 

 

Em 1990, um grupo de surfistas profissionais escreveu uma carta à Surfer, onde reclamavam do excesso de atenção mediática que Fletcher recebia. A sua resposta não se fez esperar, e em entrevista afirmou que essa ideia tinha sido “estúpida” e questionou fortemente as capacidades de nomes como Damien Hardman, Richie Collins ou Barton Lynch, todos surfistas de topo na altura. Os fãs adoravam a abordagem agressiva de Christian.

 

Durante a década de 90, os aéreos do amante de death metal multiplicava-se ao mesmo ritmo que as afirmações polémicas. Onde se incluem frases como “acho que provavelmente sou alcoólico”, ou “fumo dez ganzas por dia”.

 

Ainda em meados dos anos 90, depois de Kelly Slater e vários outros surfistas profissionais começarem a dominar os aéreos, Fletcher estava viciado em heroína, divorciado e a viver num armazém. “Estava farto de tudo. Tinha um mau casamento e odiava toda a comunidade do surf. Uma coisa levou a outra e as coisas ficaram feias”, afirmou mais tarde.

 

Em 1996, numa altura de sobriedade, Christian afirmava que estava a fazer os maiores aéreos da sua vida, e no ano seguinte venceu o tour ‘Surfing Magazine Air Show’.

 

Mais recentemente, em 2011, um artigo do New York Times revelava que Christian tinha passado uma temporada em Bali, para evitar uma sentença de prisão, mas que entretanto tinha regressado à Califórnia para trabalhar na Astrodeck, uma empresa de família ligada a pranchas de surf.

 

Há pouco tempo, a marca californiana RVCA lançou uma coleção de roupas personalizadas com o clássico logo de Christian Fletcher.

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