Os reis da península de Peniche
Campeonato mundial volta a acontecer pelo nono ano consecutivo…
O MEO Rip Curl Pro Portugal volta a ter lugar em Peniche entre os dias 20 e 31 de outubro. A prova, que é a décima etapa do World Championship Tour da World Surf League, nem sempre foi conhecida por este nome, mas teve sempre lugar em outubro e em Peniche.
Na verdade, a prova nasceu em 2009 sob a iniciativa da Rip Curl Search, passando depois a assumir o nome de Rip Curl Pro Portugal entre 2010 e 2013 e Moche Rip Curl Pro Portugal entre 2014 e 2015. A partir do ano passado e até ao presente é conhecida por MEO Rip Curl Pro Portugal.
Em 2016, face à ausência de condições em Supertubos, a organização optou por explorar outros spots da península de Peniche e a competição acabou por ter lugar também no Point Fabril. As ondas estavam grandes e a partir no outside, os atletas tiveram que recorrer à assistência de jet ski para chegar à zona de “take off” e o espetáculo foi do agrado dos espetadores.
Neste pico foi realizado o Round 5, mas depois a praia dos Supertubos voltou a dar sinal e a competição voltou ao seu palco principal e à normalidade para os últimos dias do período de espera. O havaiano John John foi o último a levantar o troféu português.
Conhece então os reis da península de Peniche:
2009
- Foi Mick Fanning quem venceu o Rip Curl Search com um domínio absoluto. O australiano encontrou na final outro conterrâneo e seu amigo, o veterano Bede Durbidge, o qual superou com um score de 12.67 sobre 9.87 pontos. Neste mesmo ano, Fanning sagrou-se campeão mundial pela segunda vez na carreira.
- Marlon Lipke, que era membro do top 34 do World Tour nesta altura, ficou-se pelo Round 2 (Heat 4), tendo sido afastado por Bede Durbidge (15.07 x 7.34) após vencer o primeiro heat com o taitiano Michel Bourez.
- Tiago Pires foi superado pelo norte-americano Nathaniel Curran, no Heat 3, enquanto o venezuelano Justin Mujica (wildcard), que reside em Portugal, também não conseguiu superar o aussie Dean Morrison no Heat 9 da ronda inaugural.
2010
- Vitória de Kelly Slater sobre o sul-africano Jordy Smith (13.33 x 11.43) no evento, alcançando assim o norte-americano o seu décimo título mundial (o penúltimo da carreira) no final da temporada.
- Jordy Smith impôs-se a Marlon Lipke no Heat 2 do Round 2, num heat renhido (12.90 x 11.63) onde apesar de tudo o português conseguiu a melhor nota (7.10).
- Tiago Pires sucumbiria no Heat 12 do Round 2 às mãos de Brett Simpson (EUA), com 10.60 pontos face aos 14.27 conseguidos pelo seu opositor.
2011
- Em grande forma, o brasileiro Adriano de Souza derrotou o grande favorito do público, o grande e único Kelly Slater - 16.67 x 14.73 pontos. Na final, Adriano encontrou um tubão de 9 pontos e passou a liderar o heat até aos últimos instantes.
- No Heat 2 do Round 2, Francisco Alves (wildcard) não teve mãos a medir com o australiano Taj Burrow (16.10 x 6.57), enquanto Justin Mujica encontrou uma barreira difícil de passar em Adriano de Souza no Heat 3.
- Mais tarde, no Heat 7, apesar da boa resposta, Tiago Pires não conseguiu passar o brasileiro Heitor Alves que somou 15.50 frente aos 13.20 pontos do português.
2012
- A hora e a vez de Julian Wilson levantar o troféu em Peniche. Foi frente a Gabriel Medina numa final muito renhida e de certa forma com notas muito polémicas: 16.26 x 15.37 pontos.
- Tiago Pires, que foi o único surfista português presente nesta edição, foi afastado no Heat 12 do Round 2 pelo norte-americano Kolohe Andino. O jovem californiano registou 11.70 contra os 11.50 pontos conseguidos por “Saca”.
2013
- Num desempenho extraordinário, Kai Otton subiu ao topo do pódio em Portugal. O aussie, que não faz parte do World Tour presentemente, derrotou Nat Young nas ondas dos Supertubos com um score de 12.23 aos quais os 11.03 pontos conseguidos pelo californiano foram insuficientes.
- Francisco Alves e Frederico Morais foram os surfistas lusos encarregues de representar a nação nesta edição. O primeiro foi afastado por Mick Fanning no Heat 1 do Round 2 (13.00 x 8.93), enquanto Morais fez história ao avançar à ronda 3 após derrotar Kelly Slater no Round 2. Na terceira fase do evento o carrasco de serviço foi Jordy Smith que, no Heat 7, levou a melhor sobre o jovem português, com 14.33 sobre 12.60 pontos.
2014
- Segunda vitória de Mick Fanning na prova portuguesa do circuito mundial. O australiano registou uma nota de 9 pontos na final e venceu Jordy Smith com uma larga margem pontual - 15.50 x 7.67 pontos.
- Nic von Rupp e Tiago Pires foram os representantes portugueses na prova com ambos a despedirem-se no Round 2.
- No Heat 12, “Saca” não conseguiu fazer frente a Kai Otton, vencedor no ano anterior. Já Nicolau, no Heat 2, apanhou o prodígio havaiano, John John Florence, que venceu com uma pontuação de 11.67 e deixou o surfista sintrense à procura de 5.85 pontos para dar a volta ao resultado.
2015
- Em 2015 Filipe Toledo estreou-se a vencer em Portugal e nas águas de Peniche. Bem, e que vitória! Foi memorável. Com um 10 e um 7.83, o brasileiro levou a melhor sobre o amigo Ítalo Ferreira, que também registou uma nota quase perfeita - 9.93 pontos. No final, os 17.83 pontos conseguidos por Toledo garantiram a vitória sobre o score de 17.13 de Ferreira.
- O trio Vasco Ribeiro, Frederico Morais e Tiago Pires representou as cores da nação. No Round 2, Heat 1, Adriano de Souza não poupou o amigo português e afastou Tiago Pires da grelha competitiva.
- Vasco Ribeiro esteve muito bem e alcançou as meias-finais do evento, registando um 3.º lugar na geral, onde perdeu para Ítalo Ferreira (13.37 x 9.10). Pelo caminho venceu baterias com Adriano de Souza (Round 3), Michel Bourez (Round 5) e Jeremy Flores (1/4 de final).
- Já Frederico Morais, com um percurso igualmente exemplar, alcançou os 1/4 de final da prova onde veio a perder para o norte-americano Brett Simpson (10.54 x 10.46). Mick Fanning (Round 3), por exemplo, foi um dos nomes que o jovem surfista lusitano eliminou.
2016
- Seguramente, John John Florence foi um dos melhores do evento e, de forma natural, alcançou a vitória em Peniche. Com 9.50 e 7.17 (16.67 pontos) superou em tudo o californiano Conner Coffin (9.93) na derradeira bateria do evento. Usufruindo da eliminação de Jordy Smith nas meias-finais, contra todas as expetativas, John John alcançou também em Peniche o seu primeiro título mundial da carreira.
- Miguel Blanco e Frederico Morais foram os representantes lusos na oitava edição do evento. Infelizmente, Miguel Blanco apanhou John John pela frente no Round 2, Heat 1, e o havaiano, apesar de não conseguir apresentar uma performance elevada, acabou por assinalar o suficiente para continuar em prova. Blanco, por sua vez, ficou a precisar de 5.77 para avançar.
- No Round 3 foi a vez de Frederico Morais apanhar John John (Heat 6). O português andou sempre a correr atrás do prejuízo e despediu-se com 13.30 pontos, score insuficiente uma vez que não bateu os 16.27 registados pelo havaiano.
Os dados estão lançados e tudo está em aberto para 2017.