Com todo o “hype” que anda por aí estes últimos dias, relativamente a ondas artificiais e os complexos que as suportam, decidimos dedicar alguns minutos a contar a história da Wavegarden, a tecnologia que se destacou francamente das demais e trouxe algo de novo e diferente ao meio do surf. 

A Wavegarden nasceu em 2004 quando alguns surfistas e engenheiros do País Basco se juntaram e decidiram pesquisar um pouco mais sobre ondas artificiais. Como todos os pioneiros, durante muito tempo eles pesquisaram, desenvolveram ideias e puseram em prática, de forma pontual, vários conceitos. 

Naquela altura não havia praticamente nada sobre tecnologia que fosse capaz de gerar ondas, pelo que a sua implementação teve que ser feita de raiz, ou seja, desde o design, concepção e até a construção de instalações próprias. 

Durante cinco anos a motivação e comprometimento da equipa ao projeto foi testado. Até que, em 2009, foi dado um grande passo em frente. A partir daí não haveria retorno.

Aproveitando a passagem de vários surfistas da elite mundial, a equipa revelou a primeira Wavegarden e levou a cabo uma série de importantes testes. Testado e aprovado, mas… havia que melhorar em alguns aspetos.  

Dois anos mais tarde, em 2011, um novo protótipo da Wavegarden foi construído, claramente melhorado, e também aí as ondas perfeitas não faltaram e surpreenderam o Mundo. Agora com mais frequência de ondas e maior potencial de surf. Novamente, surfistas de toda a parte foram os responsáveis pelo teste final. 

Em 2013 o departamento de pesquisa e desenvolvimento (R&D) da empresa intensificou-se, passou a contar com mais meios técnicos e humanos ao seu dispor, e isso acabou por levar, naturalmente, a uma expansão dos serviços à escala mundial. 

Em 2015 vimos o surf à noite tornar-se uma realidade bem palpável e absolutamente incrível, mas também tivemos oportunidade de ver, finalmente, ser inaugurada o primeiro complexo público munido de tecnologia basca 11 anos depois de ter sido lançada a primeira pedra. Surf Snowdonia, no País de Gales, abriu portas e foi um sucesso. 

O segundo grande parque público abriu o ano passado em Austin, Texas. Chama-se NLand Surf Park e também gozou do aval de vários surfistas profissionais norte-americanos. Atualmente, a Wavegarden tem ainda projetos a decorrer em Barcelona, Madrid, Costa del Sol, Edimburgo, Bristol, Londres, Melbourne, Sydney, Perth, Nova Iorque, Miami, Santiago, Marrakesh e Telavive. 

Em maio deste ano foi revelado The Cove, a próxima fase da tecnologia Wavegarden capaz de reproduzir até 1000 ondas por hora. Sendo bastante mais eficiente energeticamente, rompe assim, em definitivo, com os modelos anteriores e eleva a fasquia a um novo patamar. 

O sonho de poder surfar em qualquer lugar do planeta, a qualquer hora, continua vivo.