KIKAS EM 3.º NO RANKING WQS E DENTRO DO CT 2017. E AGORA? QUE SE SEGUE?

O surfista português põe agora os olhos no troféu da Tríplice Coroa Havaiana… 

 

A Vans World Cup em Sunset Beach foi um campeonato que facilmente se pode considerar impróprio para cardíacos. Vidas e carreiras em jogo. Da parte que nos toca, a confirmação de algo que há muito se sabia: Frederico Morais é um grande surfista e competidor, com nível para estar no World Tour e dar muitas alegrias aos fãs portugueses no futuro. 

 

O jovem surfista cascalense, de 24 anos, que detém dois títulos nacionais sob a sua alçada, conquistados em 2013 e 2015, não tremeu no último exame da temporada. Ronda após ronda, Kikas mostrou em Sunset Beach, uma onda que não é pera doce de surfar, um surf atual, seguro e fiel à sua imagem. Com muito jogo de “rail”, o português foi superando a concorrência até alcançar a final. Pelo caminho, viu os adversários - que os peritos da matemática diziam ser mais de 40; ir sucumbindo, um a um, heat a heat

 

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Além do australiano Jack Freestone e do brasileiro Jadson André, que conseguiram a tão ambicionada qualificação no fio da navalha, apenas Frederico Morais melhorou a sua condição entre os surfistas do top 10 da Qualifying Series (ver quadros). Antes da perna havaiana o português encontrava-se em  28.º lugar do ranking, tendo passado para décimo após o evento de Haleiwa e agora para terceiro com a soma de 8 mil pontos referentes ao 2.º lugar obtido ontem. Se tem vencido a prova havaiana teria alcançado também o primeiro lugar na World Qualifying Series. 

 

Uau! Que caminhada! Que ascensão! Que competência! Desempenho típico de alguém com muito talento, confiança, que tem a cabeça no lugar e que sabe bem o quer

 

Ranking 'QS antes da perna havaiana: 

 

Ranking final 'QS após prova de Sunset Beach:

 

Frederico fica assim na história do Surf português como sendo o segundo atleta luso a entrar no restrito lote do World Tour. Nas contas finais da qualificação, apoiadas nos cinco melhores resultados do ano, ostenta dois segundos lugares em eventos QS10000 (Hawaiian Pro e Vans World Cup), dois quintos no Hang Loose Pro Contest (QS6000) e Essential Costa Rica Open (QS3000) e ainda uma espetacular vitória no QS3000 da Martinica

 

Com os resultados conseguidos no Havai e tendo John John Florence perdido na ronda 4 em Sunset, Kikas vê-se agora a liderar a Hawaiian Triple Crown. Para muitos, especialmente os havaianos, este troféu vale bem mais que um título mundial, pois mostra a dureza, a versatilidade e a qualidade das ondas das ilhas, bem como dos surfistas que nela competem e que acabam por conquistar tão distinta prova. 

 

Manda a tradição que, à partida para a última prova, ao líder da Tríplice Coroa Havaiana seja atribuído um wildcard. Por esse motivo, é quase certo que Kikas estará a competir no Billabong Pipe Masters, última etapa do Championship Tour e da Hawaiian Triple Crown que tem lugar entre 8 e 20 de dezembro. Aguarda-se confirmação da WSL. 

 

Houve quem dissesse que este foi um enorme feito para o Surf português. Que foi quase uma espécie de desígnio nacional ou apenas um ponto e vírgula de uma longa história onde há ainda muito por escrever. Subscrevemos tudo isso e acrescentamos que o CT com um português a competir tem definitivamente um gostinho especial

 

Obrigado Kikas por carregares agora a bandeira nacional pelo globo, sem nunca esquecer os que tornaram tudo isto possível: a família pelo apoio incondicional, a Despomar por acreditar e também ao treinador Richard “Dog” Marsh cujos resultados têm sido francamente visíveis. 

 

2017 promete ser um grande ano. VAMOSSSSSSS!!!!

 

ANTES DE KIKAS HAVIA SACA

Se os nossos leitores bem se recordam foi Tiago Pires o primeiro português a competir na elite do surf mundial - a World Championship Tour. Após alguns anos a ficar à porta, “Saca” qualificou-se para o CT em 2008 onde competiu até 2014. Foram sete anos a competir ao mais alto nível onde se destacam os terceiros lugares alcançados no Rip Curl Pro Search de Bali (2008), Quiksilver Pro em França (2009) e Quiksilver Pro Gold Coast na Austrália (2011). O melhor ranking da carreira de Tiago foi um 21.º lugar em 2010. Em fevereiro deste ano, aquele que era considerado até então de “o melhor surfista português de todos os tempos”, pôs um ponto final na carreira competitiva na World Surf League. Agora, sobre tão importante feito de Frederico Morais, escreveu nas redes sociais:

“Conheci Nuno e Frederico Morais pela primeira vez em 2000 e desde então tornámo-nos uma espécie de família! Segui de perto a evolução do jovem Frederico, mais do que qualquer outra pessoa, e vê-lo qualificar-se com duas finais no Havai faz-me sentir orgulhoso e ao mesmo tempo também responsável. É um momento muito especial para o nosso país que terá alguém para apoiar e seguir no próximo ano! Muitos parabéns, Frederico e Nuno!"

 

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