As ondas de alta qualidade estão diretamente relacionadas com a atividade económica local. As ondas de alta qualidade estão diretamente relacionadas com a atividade económica local. Foto: DR quinta-feira, 11 agosto 2016 11:16

ESTUDO: ONDAS DE QUALIDADE FAZEM AUMENTAR ECONOMIA LOCAL

Sabia que as ondas de qualidade estão diretamente ligadas com aumento da atividade económica em diversas zonas do globo?

 

Num estudo recentemente publicado, ficámos a saber que a qualidade das ondas afeta a economia local de uma forma deveras positiva. Thomas McGregor e Samuel Wills, economistas da Universidade de Oxford, optaram por focar-se na qualidade das ondas como fonte principal de captação de novos turistas e consequente impulso nas economias locais. 

 

Para chegar aos resultados finais, eles estudaram a qualidade das ondas mundiais, recolheram informação de vários praticantes da comunidade surfista e recorreram a imagens de satélite, que nos mostram a atividade da luz noturna, segundo eles um bom indicador de atividade económica. 

 

Mapa: Atividade noturna (à esquerda) e distribuição da população mundial (à direita). 

 

Zonas próximas de praias com ondas de alta qualidade apresentam uma luz mais brilhante e durante mais tempo nas imagens capturadas por satélite. Praias com ondas de qualidade inferior, por seu turno, permanecem no escuro. 

 

As ondas de qualidade são procuradas por surfistas que gostam de cerveja gelada e precisam de um sítio para passar a noite. E quanto melhores são as ondas, maior é a atividade económica… mas apenas até um ponto. É que há spots que estão acessíveis apenas a profissionais ou praticantes de nível elevado. 

 

No campo propriamente dito da qualidade das ondas, de uma forma geral, Portugal aparece em sétimo lugar no ranking dos vinte primeiros, atrás da Austrália, que é o país que segundo o estudo apresenta as ondas de melhor qualidade, Estados Unidos, Brasil, França e Espanha. A Indonésia e as Ilhas Canárias, por exemplo, estão atrás de nós, o que não deixa de ser estranho e difícil de entender. 

 

Quadro: O top dos 20 países com as melhores ondas a nível global. 

 

Os autores do estudo estimam mesmo que as ondas de alta qualidade são capazes de gerar, por ano, uma atividade económica na ordem dos 50 biliões de dólares. O que dá cerca de 20 milhões para cada spot com boas ondas, anualmente. E sempre que um novo spot é revelado, cuja qualidade de ondas seja considerada de destaque, a economia cresce naquela área ao longo de cinco anos. 

 

As boas ondas também ajudam as comunidades rurais, onde muitos dos spots de relevo se encontram, melhorando as condições de vida às gentes locais que, de uma forma ou de outra, decidem juntar-se à esfera da "economia do surf".

 

Os países mais desenvolvidos são os que mais ganham com o surf. No entanto, o Continente Africano com os seus 26 mil quilómetros de costa e a Ásia com quase 63 mil, são duas regiões que carecem por explorar e onde várias oportunidades ainda estão por ser tomadas. 

 

Mapa: A qualidade das ondas a nível mundial. 

 

Não há bela sem senão e, segundo McGregor e Wills, as boas ondas sozinhas não são garantia de um forte impulso económico. Para que isso aconteça e de forma a usufruir de todos os benefícios da qualidade de surf, é preciso que os países gozem de estabilidade política e de um ambiente empresarial facilitado.

 

Por cá os indicadores têm sido fortes e claros nos últimos anos, apontando para alguns casos de sucesso como as zonas de Peniche, a Ericeira e Sagres. O sucesso do turismo do surf não é só em Portugal e na Europa, mas também nas restantes regiões do globo. 

 

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