BALANÇO DO ANO 2015 PARA O SURF INTERNACIONAL quinta-feira, 07 janeiro 2016 15:43

BALANÇO DO ANO 2015 PARA O SURF INTERNACIONAL

Dez personalidades, factos e eventos que marcaram o ano passado a uma escala global…

 

Depois do balanço feito a nível nacional, acessível aqui, eis então os dez momentos mais marcantes no surf internacional em 2015. São apenas personalidades, factos e/ou eventos que de uma forma ou de outra marcaram a temporada passada. A análise, como já referimos anteriormente, é delicada e não segue qualquer ordem especial.

 

#FURACÃO TOLEDO

O surfista voador brasileiro teve um ano avassalador registando três impressionantes vitórias (Gold Coast, Rio de Janeiro e Peniche) no World Championship Tour. A vitória no Moche Rip Curl Pro Portugal foi apenas a confirmação de algo que há muito se suspeitava. Desempenho incrível numa mostra de super high-performance como poucas vezes se vê. Pela SurfTotal até escrevemos uma crónica sobre isso (aqui). Aos 20 anos Filipe Toledo é definitivamente uma certeza no surf mundial e, mais importante que tudo isso, parece talhado para vencer. 2016 deve revelar mais algumas surpresas…

 

- Filipe Toledo endiabrado no Moche Rip Curl Pro Portugal. Foto: Pedro Mestre/WSL

 

#FANNING E O ENCONTRO IMEDIATO

Foi o susto do ano! Um dos momentos altos do surf profissional e olhem que não se tratou de um tubão ou aéreo fenomenal. A final do J-Bay Open tinha acabado de iniciar quando Mick Fanning se viu a braços com um tubarão branco muito, mas muito curioso. Após alguns segundos fugazes a debater-se com o animal, o australiano foi resgatado pela equipa de segurança. Felizmente, tanto Mick como Julian Wilson saíram ilesos do episódio, mas ficou a certeza do seguinte: o surf é provavelmente o único desporto profissional onde os competidores correm o risco de serem comidos vivos. Aproveita e revê o assustador momento…

 

 

#SURF OLÍMPICO

Foi em outubro que a International Surfing Association revelou a boa nova confirmando em definitivo a presença do Surf nas Olimpíadas de Tóquio 2020. Ao invés do inicialmente previsto pela organização, a competição não decorrerá numa piscina de ondas mas antes nas praias japonesas onde o surf é muito popular e goza de uma comunidade bem forte. A notícia pode ter passado ao lado de muita gente, mas o acontecimento é crucial e muito importante para o Surf uma vez que traz mais exposição e reconhecimento para a modalidade a uma escala além-fronteiras.

 

 

- A confirmação do Surf nos Jogos Olímpicos de 2020 foi uma das novidades do ano. Foto: ANS

 

#PEAHI CHALLENGE DEFINE NOVAS BARREIRAS

O Pe’ahi Challenge foi um evento histórico que pôs os amantes do surf em polvorosa. Não só pela forma destemida com que os competidores enfrentaram as ondas do reconhecido spot de Maui, com várias quedas absolutamente fantásticas pelo meio; mas também devido às ondas de 40 a 50 pés que varreram esta porção de costa do arquipélago havaiano. Por si só o facto estabeleceu um novo patamar no campo das ondas grandes e em especial no surf convencional, isto é, feito à base de remada e sem qualquer assistência/reboque de motas de água. O havaiano Billy Kemper foi o grande vencedor, mas uma coisa é certa: vai ser interessante ver o que os próximos tempos revelarão na divisão da guns.

 

- O evento em Jaws veio redefinir os parâmetros do surf em remada tradicional. Foto: Scholtz/WSL

 

#A NOVA RAINHA DO SURF FEMININO

A australiana Stephanie Gilmore, que detém seis títulos mundiais (2014, 2012, 2010, 2009, 2008, 2007); pode ter dominado o surf feminino nos últimos anos. No entanto, a recente lesão afastou-a da luta pelo título na temporada 2015. Quem aproveitou (e bem) a oportunidade foi a havaiana Carissa Moore que alcançou o terceiro troféu mundial da carreira em dezembro último, no Havai. É caso para se dizer: o surf feminino está bem vivo, em constante evolução e recomenda-se. Força miúdas!

 

- O novo orgulho havaiano a caminho do terceiro título mundial. Foto: Poullenot/WSL

 

#ANJO DA GUARDA ANDRE BOTHA

Corria o dia 6 de dezembro quando o jovem surfista Evan Geiselman ficou inconsciente numa sessão de free surf em Pipeline. Quis o destino que o sul-africano Andre Botha, antigo bicampeão mundial de bodyboard (1998-99), estivesse no seu caminho acabando por tomar conta do assunto ao salvar a vida do norte-americano. Um salvamento referido por muitos como altruísta e heróico q.b., como poucas vezes se vê ao longo da vida. Mais tarde, Botha acabou por ser distinguido pela Associação de Nadadores Salvadores do North Shore e pelo presidente da Câmara de Honolulu. Porém, e isto é que é verdadeiramente importante, para a família Geiselman ele passou a ser nada mais nada menos que o novo anjo da guarda. Um bem haja campeão!

 

 

#A REALIDADE PRAIA DO NORTE

Hoje em dia, olhar para a Praia do Norte e para a Nazaré é quase como contemplar uma nova realidade no mundo do surf. Uma nova realidade no panorama das ondas grandes, entenda-se, em que o havaiano Garrett McNamara, juntamente com alguns visionários da terra, em tempos acreditou, desbravou e ajudou a colocar no mapa internacional das ondas. Mais do que uma aposta, o mais famoso Canhão do planeta é já uma das principais arenas do big wave surfing mundial. A Nazaré hoje em dia é o centro das atenções e a cada dia que passa conquista cada vez mais e mais aficcionados do mundo das ondas grandes. E o melhor de tudo é que fica aqui tão perto, em território português e a meia dúzia de quilómetros das pontas norte e do sul do país.

 

 

 

#A CONFIRMAÇÃO DA BRAZILIAN STORM

Ora bolas, nós até escrevemos uma crónica sobre isso (aqui). A vitória de ‘Mineirinho’, conseguida após nove temporadas no CT e aos 28 anos, apenas serviu para dar seguimento à primeira vitória de sempre de um surfista brasileiro no circuito mundial - a de Medina em 2014. Mais do que um mero ato isolado, ela serviu para comprovar o que meio mundo já desconfiava: a Brazilian Storm veio efetivamente para ficar! Que estragos farão os 10 brasileiros que fazem parte do WCT em 2016? Ui, ui, essa é a grande questão.

  

- Adriano de Souza vestiu o fato macaco e trabalhou arduamente rumo ao primeiro título mundial da carreira. Foto: Pedro Mestre/WSL

 

#O REI KELLY SLATER

Atualmente com 43 anos, Kelly Slater continua a ser uma referência no mundo do surf e a deixar bem claro que velhos são os trapos. Seja através dos onze títulos mundiais conquistados ao longo da carreira, a “dar luta” à nova geração, a inovar em manobras que não lembram a ninguém ou simplesmente a influenciar uma enorme comunidade de surfistas. Bem recentemente, no passado mês, o miúdo oriundo da Flórida voltou a surpreender ao revelar um dos segredos mais bem guardados de sempre: uma fantástica piscina de ondas artificiais com tudo aquilo que se pode desejar. Basta conferir o vídeo em anexo para atestar toda a qualidade do projeto. Obrigado pela inspiração... Rei Kelly!

 

 

#MICK FANNING = SURFISTA DO ANO

O próprio Mick Fanning assumiu a determinada altura do ano que esta foi uma temporada marcada por altos e baixos, bastante atípica ao que é normal e com episódios bem bizarros pelo meio. Quem sobrevive a um ataque de tubarão branco? Quem vence o super heat do ano (com John John e Slater) e disputa o título mundial sabendo que o irmão faleceu horas antes? Só mesmo alguém suficientemente forte, bem formado e super profissional como Mick Fanning para carregar toda essa carga emocional sem tremer uma nesga que seja. Desculpem-nos, digam o que disserem, o australiano é efetivamente o surfista do ano. Nada mais a dizer a não ser: RESPECT!

 

- Mick Fanning não venceu em 2015, mas esteve muitos furos acima da concorrência. Foto: WSL

 

#EXTRA: A LESÃO DE OWEN WRIGHT

Depois ter passado o ano de 2013 quase a branco, devido a lesão, e de andar a correr atrás do prejuízo ao longo de 2014 (que é como quem diz a “ganhar ritmo”), esperavam-se boas coisas do gigante australiano na temporada competitiva passada. E assim foi, Owen Wright não desiludiu os fãs e chegou mesmo ao Havai entre os seis surfistas com chances reais de se sagrarem campeões mundiais. No entanto, antes do Pipe Masters ter lugar, o aussie sofreu um wipeout numa sessão de free surf e acabou hospitalizado com uma contusão na cabeça. Seguiu-se o afastamento da corrida ao título, o que foi pena, pois a arena de Pipeline é precisamente onde este poderia dar-se bem e sacar um coelho da cartola.

 

- Uma última nota para Owen Wright e para a lesão dias antes do Billabong Pipe Masters ter lugar. Foto: WSL

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